Wolfgang Schäuble, ex-presidente do Bundestag (câmara baixa do Parlamento alemão) e ex-ministro das Finanças da Alemanha durante a crise da dívida na zona do euro e um dos líderes do processo de reunificação do país em 1990

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Ex-ministro das Finanças que moldou política alemã

Wolfgang Schaeuble, membro do Parlamento alemão por mais de meio século 24/10/2017 REUTERS/Hannibal Hanschke© Thomson Reuters

 

Wolfgang Schäuble, ex-presidente do Bundestag (câmara baixa do Parlamento alemão) e ministro das Finanças da Alemanha durante a crise da dívida na zona do euro e um dos líderes do processo de reunificação do país em 1990.

Wolfgang Schäuble atuou como parlamentar por mais de 5 décadas e teve papel central na Europa após a crise financeira de 2008.

Schäuble foi membro do partido conservador durante décadas e que presidiu no fim da década de 1990.

O político, deputado no Bundestag durante mais de 50 anos, foi ministro cinco vezes, primeiro com o chanceler Helmut Kohl e depois com Angela Merkel.

O político trabalhou a favor do tratado de reunificação das duas Alemanhas em 1990, após a queda do Muro de Berlim.

Wolfgang Schäuble se tornou conhecido, no entanto, por seu papel como ministro das Finanças de Merkel, uma posição na qual incorporou o rigor fiscal defendido por Berlim e adotou um tom intransigente em relação aos países afetados pela crise da dívida da zona do euro, incluindo Grécia e Espanha.

Paraplégico após um atentado em 1990, ele foi um dos protagonistas da política alemã nas últimas três décadas e encerrou sua longa carreira como presidente da Câmara dos Deputados entre 2017 e 2021.

Nascido em Friburgo, em Brisgóvia, em 1942, Schäuble foi por muito tempo uma figura central do partido conservador União Democrata Cristã (CDU), e é considerado por muitos a encarnação da história recente da política alemã. Ele iniciou sua carreira na antiga Alemanha Ocidental e depois tornou-se uma das principais figuras políticas da República Federal da Alemanha.

O conservador atuou como membro do Bundestag de maneira ininterrupta por mais de 50 anos, foi o membro mais longevo do Bundestag, o Parlamento alemão, de 13 de dezembro de 1972, tendo iniciado seu primeiro mandato em 1972 – um recorde nos 150 anos de história do Bundestag.

Além disso, foi presidente do Bundestag (2017-2021) e ministro do Interior (1989-1991 e 2005-2009), sempre representando o partido União Democrata Cristã (CDU).

Em 1990, logo após a reunificação da Alemanha, Schauble sofreu um atentado a tiros cometido por um homem com problemas mentais e perdeu o movimento das pernas, passando a usar uma cadeira de rodas para se locomover.

Como ministro das Finanças, se tornou famoso por defender políticas de austeridade e uma linha dura contra os países mais endividados da zona do euro, como a Grécia.

Schäuble foi ministro das Finanças durante o governo de Angela Merkel, assumindo a pasta um momento bastante complicado para a Alemanha e para a Europa. Ele teve papel determinante ao lidar com as consequências da crise financeira de 2008, que agravou o endividamento no países da zona do euro.

Conhecido por sua postura rígida, ele pressionou pela imposição de políticas de austeridade nas nações em crise no sul da Europa, o que fez com que se tornasse uma figura conhecida e vilificada em países como a Grécia.

Paixão pela política

Schäuble não conseguia imaginar sua vida longe da política. “Sou parlamentar por paixão”, afirmou em diversas ocasiões.

Ele chegou a ser considerado um dos favoritos para suceder o chanceler federal Helmut Kohl (1982 – 1998) na chefia de governo, após assumir uma série de cargos governamentais, inclusive como ministro do Interior – posição que ocupava em 1990 quando foi alvo de um atentado a tiros que o feriu gravemente e o deixou paralisado da cintura para baixo pelo resto de sua vida.

Ao ser perguntado em uma entrevista sobre como se sentia por ter moldado a política no Bundestag por mais de meio século, ele afirmou, com a ironia que lhe era peculiar: “assim você pode ver o quanto de alegria a política pode trazer”. Ele deixa quatro filhos e sua esposa, Ingeborg.

Wolfgang Schäuble faleceu aos 81 anos, durante o sono na terça-feira à noite, informou um fonte da família ao jornal Bild na quarta-feira (27/12).

A morte foi anunciada à AFP por uma fonte do partido conservador, do qual Schäuble foi membro durante décadas e que presidiu no fim da década de 1990.

Políticos lamentam morte de Schäuble

O atual chanceler da Alemanha, Olaf Scholz, lamentou a morte do veterano político. Ele lembrou que o conservador “moldou nosso país por mais de meio século”, como parlamentar, ministro e presidente do Bundestag.

“A Alemanha perde um pensador sagaz, um ardoroso político e um combatente pela democracia”, lamentou o social-democrata, que sucedeu Schäuble como ministro das Finanças em 2018. “Meus pensamentos hoje estão com sua família”, afirmou o chanceler em postagem na rede social X (ex-Twitter).

O líder da CDU, Friedrich Merz, disse que a morte o deixou enormemente entristecido. “Em Wolfgang Schäuble, perdi o amigo e confidente mais próximo que já tive a política”.

Já o ministro das Relações Exteriores e vice-premiê da Itália, Antonio Tajani, disse que a Europa “perde um apoiador convicto” e definiu Schauble como um “homem forte” e “reformista”.

O ex-ministro das Finanças grego Yanis Varoufakis, que criticou abertamente as políticas de austeridade defendidas por Berlim no auge da crise da dívida, disse nesta quarta-feira que a história julgará Schaeuble com severidade.

“Wolfgang Schaeuble foi a personificação do projeto político de apoio a uma união monetária na qual ele mesmo não acreditava”, escreveu Varoufakis em seu site.

Entretanto, elogios às suas contribuições vieram de toda a Europa, inclusive de líderes da França, da Eslováquia, da Holanda e da Itália.

(Direitos autorais: https://www.msn.com/pt-br/noticias/brasil – IstoÉ Dinheiro / NOTÍCIAS/ BRASIL/ História por admin3 – BERLIM, 27 DEZ (ANSA) –  27/12/2023)

(Direitos autorais: https://www.msn.com/pt-br/noticias/mundo – Reuters/ NOTÍCIAS/ MUNDO/ História por Reuters – BERLIM (Reuters) – (Por Klaus Lauer e Rachel More) – 27/12/2023)

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