William Styron, autor do romance “A Escolha de Sofia” (1979), um clássico contemporâneo

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WILLIAM STYRON, AUTOR DE “A ESCOLHA DE SOFIA”

 

 

William Styron (Newport News, Virgínia, 11 de junho de 1925 – Massachusetts, 1° de novembro de 2006), escritor americano, autor do romance A Escolha de Sofia” (1979), um clássico contemporâneo no qual o processo de formação de um jovem escritor se entrelaça à história da prisioneira de um campo de concentração nazista que precisa escolher qual de seus filhos será entregue à câmara de gás e qual vai sobreviver. Nascido em 1925, no sul dos Estados Unidos, Styron iniciou sua carreira sob a influência do escritor modernista William Faulkner.

Mais tarde, descreveria o tema central de sua obra como a catastrófica propensão dos seres humanos de tentar se dominar uns aos outros. As Confissões de Nat Turner” (1967) e Escuridão Visível” (1990), volume de memórias sobre a depressão que quase o levou ao suicídio, são outros livros celebrados do autor.

Sua obra “A Escolha de Sofia”, de 1979, virou filme e ele venceu um Prêmio Pulitzer por “As Confissões de Nat Turner”.

Styron tornou-se famoso após escrever “As Confissões”, em 1967, um livro sobre um escravo que liderou uma sangrenta insurreição antes da Guerra Civil norte-americana. O livro foi publicado no ápice do movimento por direitos civis dos EUA.

“A Escolha de Sofia” conta a trágica história do relacionamento de uma sobrevivente do Holocausto polonesa com um escritor no Brooklyn, em Nova York. O filme rendeu a Meryl Streep um Oscar de melhor atriz.

Além disso, uma versão em ópera da obra estreou nos EUA em setembro de 2006.

Styron morreu no dia 1° de novembro de 2006, aos 81 anos, de pneumonia, em Martha”s Vineyard, nos Estados Unidos.
(Fonte: Veja, 8 de novembro, 2006 – ANO 39 – N° 44 – Edição 1981 – DATAS – Pág; 128)

(Fonte: http://g1.globo.com/Noticias/PopArte – POP & ARTE – NOTÍCIAS / NOVA YORK (Reuters) – 02/11/2006)

 

 

 

 

 

William Styron, autor de “A Escolha de Sofia”

 

Há uma preocupação pelo tema do mal, sua origem, sua banalização, que percorre a obra do escritor americano William Styron. Aparece em suas obras mais famosas – A Escolha de Sofia, que virou filme com Meryl Streep, e As Confissões de Nat Turner, mas também em Perto das Trevas, quando ele desmontou o mito da depressão criativa, descrevendo, como uma estação no inferno, a própria dependência de antidepressivos e tranquilizantes, que quase o levou ao suicídio. Styron sobreviveu para contar essa história e alimentar uma polêmica que sacudiu o mundo das letras, no começo dos anos 90.

Na quarta-feira, aos 81 anos, ele morreu de pneumonia em Martha´s Vineyard, no Estado de Massachusetts. Natural de Newport News, Virginia, onde nasceu em 11 de junho de 1925, Styron era filho de um engenheiro naval. A mãe morreu quando ele tinha 13 anos e a infância do pequeno William foi atormentada pelas dificuldades próprias do período, quando os EUA atravessavam a depressão econômica que se seguiu ao crack da Bolsa de Nova York, de 1929. Na 2.ª Guerra, ele lutou como tenente da Marinha. Ao ser desmobilizado, iniciou uma fase de militância política que o levou tanto a defender os direitos dos judeus na antiga União Soviética quanto um professor americano perseguido pelo macarthismo. William Styron virou um grande nome das letras quando As Confissões de Nat Turner ganhou o Prêmio Pulitzer, em 1967. Foi uma época de profundas transformações na sociedade americana.

 

O mundo todo estava mudando, mas, nos EUA, o movimento dos negros por direitos civis e os primeiros protestos contra a Guerra do Vietnã já varriam o país quando Styron lançou seu romance que começava de forma tão sugestiva. “O ano de 1831 foi, simultaneamente, há muito tempo e ontem mesmo.” Foi o ano em que Nat Turner iniciou seu movimento em Southampton, na Virgínia. Turner era um escravo educado na sociedade branca. Transformou-se num messias selvagem, um salvador de negros oprimidos a quem liderou numa revolta sangrenta. Norman Jewison, que fez naquele mesmo ano No Calor da Noite, ganhando o Oscar de melhor filme, mas não o de direção, imediatamente se interessou pelo livro, mas o projeto foi considerado forte demais, num ano já tão marcado pela tensão racial.

Doze anos mais tarde, ele escreveu A Escolha de Sofia e, aí sim, a transformação em filme foi imediata. Três depois, Meryl Streep já ganhava o Oscar por sua interpretação como a judia polonesa forçada a uma escolha brutal pelos nazistas – entre os dois filhos, um menino e uma menina, ela terá de escolher qual viverá. Alan J. Pakula era o diretor, que usou o livro para falar do seu tema favorito, a quebra da confiança, nas relações pessoais ou políticas. Sempre interessado em discutir o mal que os homens fazem a outros homens – a necessidade de dominar é uma das maldições da raça humana, Styron dizia -, ele não era o liberal típico. Styron era mais radical. Amigo do ex-presidente Bill Clinton, também defendia Fidel Castro, a quem visitou, em companhia de Gabriel García Márquez, em 2000.

(Fonte: https://cultura.estadao.com.br/noticias/geral – NOTÍCIAS / GERAL / CULTURA / Por Agencia Estado,03 Novembro 2006)

 

 

 

 

 

 

 

Dentre os escritores americanos do século XX, não houve quem melhor expressasse a tristeza e a melancolia como William a expressou. Em 1990, já escritor consagrado, lançou Perto das Trevas, um livro sobre a depressão, a dependência de antidepressivos e tranqüilizantes que o levou a beira do suicídio. Aí está algo que temos em comum: herdamos a depressão de nossos pais; passamos pelo inferno e sobrevivemos para contar nossa história. Ele em um magnífico livro e eu num pequeno e grosseiro texto.

Bacharelado em artes, romancista e ensaísta, William Clark Styron, Jr., nasceu em 11 de junho de 1925 em Newport News, Virgínia. Seu pai era um engenheiro naval que sofria de depressão e sua mãe faleceu quando ele tinha apenas treze anos. Aos 26 anos, William publica seu primeiro livro, Deitado na Escuridão (1951). Com este romance lançou sua carreira e, com ele, ganhou o Prêmio da Academia Americana de Roma. Mas, William Styron ficou famoso por outros dois romances: As Confissões de Nat Turner (The Confessions of Nat Turner, 1967), e A Escolha de Sofia (Sophie”s Choice, 1979).

Publicado no auge do movimento dos direitos civis, As Confissões de Nat Turner, narrada a partir do ponto de vista de Nat Turner, figura histórica e líder negro. Nat, em 1831 (Virginia), levou a comunidade negra a uma desastrosa e sangrenta insurreição que definiu o palco para a Guerra Civil. A obra lhe deu o prêmio Pulitzer. Embora o enorme sucesso, o livro foi bastante criticado por supostamente distorcer a história dos negros nos EUA.

Então, veio A Escolha de Sofia, que se tornou um clássico contemporâneo. Adaptado para o cinema no início da década de oitenta, com Meryl Streep interpretando a personagem título, numa atuação antológica que lhe valeu o Oscar de Melhor Atriz.
A história acontece em 1947, é ambientada no Brooklyn e narrada por um jovem escritor sulista de nome Stingo que vai morar na casa de Yetta Zimmerman que alugava quartos (Brooklyn), em que se refugiou para se dedicar ao romance que escrevia. Na pensão conhece um problemático casal – vizinhos do andar de cima – que se tornam seus amigos. São eles o biólogo Nathan Landau, um carismático judeu, dono de um temperamento totalmente instável e sua esposa, Sophie Zawistowska (Streep), que é polonesa e sobreviveu aos horrores do campo de concentração Auschwitz.
Entre tantas e tantas obras que já se escreveram sobre o tema, Styron faz a diferença pelo realismo, pela isenção e por não cair no drama.
William Clark Styron morreu em Martha’s Vineyard, Massachusetts, no primeiro dia de novembro de 2006, aos 81anos, vitimado por pneumonia. Tem seu lugar garantido na história da literatura universal. Seu pensamento permanecerá como um trabalho muito importante para os leitores interessados nos traumas de uma mente.

(Fonte: www.recantodasletras.com.br – Sérgio)

 

 

 

 

(Fonte: Revista Veja, 21 de janeiro de 1998 – ANO 31 – Nº 3 – Edição 1530 – Livros / Por Hamilton dos Santos – “Uma Manhã em Tidewater”, Paul Whitehurst – Pág: 97)

 

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