Wesley Duke Lee, desenhista, gravador e pintor, um dos introdutores da Nova Figuração no Brasil

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Wesley Duke Lee (São Paulo, 21 de dezembro de 1931 – São Paulo, 12 de setembro de 2010), desenhista, gravador, pintor e professor, Wesley Duke Lee nasceu em 21 de dezembro de 1931. A década de 1960 foi especial para o artista, um dos introdutores da Nova Figuração no Brasil. Na época, ele promoveu ações polêmicas que se tornaram emblemáticas de sua carreira, como a realização do happening O Grande Espetáculo das Artes, em outubro de 1963, no João Sebastião Bar, na Rua Major Sertório, em São Paulo – apresentou para uma multidão desenhos eróticos de sua famosa Série das Ligas vistos com lanternas em meio a um strip-tease -; a criação, em 1966, da Rex Gallery com os artistas Geraldo de Barros, Nelson Leirner, José Resende, Carlos Fajardo e Frederico Nasser; ou ainda de trabalhos/ambientes que são considerados as primeiras experimentações do que hoje conhecemos por instalação, como Trapézio (1966) e Helicóptero (1969).

Neste momento, duas iniciativas felizes homenageiam o artista. Em julho, o marchand Max Perlingeiro, diretor da Pinakotheke Cultural, inaugurou a mostra Wesley Duke Lee na sede da instituição, no Rio de Janeiro, com 65 desenhos, pinturas, “obras ambientais” e objetos realizados pelo criador entre 1952 e 1999 – acompanhando a exposição, foi lançado amplo livro. A mostra, que fica em cartaz no Rio até 2 de outubro, virá para o espaço da Pinakotheke em São Paulo, ficando em cartaz entre 23 de outubro (coincidentemente, a mesma data em que Wesley realizou O Grande Espetáculo das Artes, em 63) e 5 de dezembro.

Curioso ainda é que Perlingeiro emprestou uma das obras da exposição, o tríptico O Nome do Cadeado É: As Circunstâncias e Seus Guardiães, de 1966, para a sala com curadoria de Fernanda Lopes que a 29.ª Bienal de São Paulo vai dedicar ao Grupo Rex. A Rex Gallery movimentou a cena de São Paulo entre junho de 1966 e maio de 1967 com happenings, mostras e evocações de uma maneira alternativa de se fazer mercado. A última retrospectiva do artista ocorreu em 1992, no Masp e no Centro Cultural Banco do Brasil do Rio de Janeiro.

O “realista mágico à sua disposição”, é como o artista paulistano Wesley Duke Lee brincava ao se apresentar para as pessoas. Criador provocativo e inquieto, ele morreu no dia 13 de setembro de 2010, no Hospital Beneficência Portuguesa, em São Paulo, aos 78 anos.
Diagnosticado, há cerca de 3 anos, com o mal de Alzheimer, sua morte ocorreu por broncoaspiração e parada cardíaca em decorrência de sua doença.
(Fonte: Jornal O Estado de S. Paulo – 14/09/10 – AE – Agência Estado)

 

 

 

 

Pintor brasileiro, gravador, desenhista, artista gráfico e professor, Wesley Duke Lee era neto de norte-americanos e portugueses, nasceu na cidade de São Paulo, em 21 de dezembro de 1931. Em 1951, começou a estudar desenho livre no MASP.

Em 1952, foi estudar nos EUA, na Parson”s School of Design e na American Institute of Graphics Arts , na cidade de Nova York, onde estudou até 1955. Enquanto esteve nos EUA entrou em contato com as manifestações da Pop Art norte-americana influenciada pelo trabalho de artistas como Robert-Rauschenberg, Jasper Johns e Cy Twombly.

Retornou ao Brasil, depois viajou à Europa com o seu mestre Karl Platner até o ano de 1960, principalmente na Itália e na Áustria. Esteve em Paris para estudar na Academie de la Grande Chaumière e no ateliê de Johnny Friedlaender, colaborou em trabalhos publicitários, num dos quais foi premiado com o Oscar de La Publicité Française no ano de 1961, logo largaria a publicidade para se aprofundar no mundo das artes.

Retornou novamente ao Brasil em 1963, iniciou trabalho com jovens artistas e lançou “O Grande Espetáculo das Artes” em São Paulo, uma espécie de inauguração do happening no Brasil. Em 1966, participou da fundação do Grupo Rex.

Ainda em 1963, lançou o movimento Realismo Mágico ao lado de Pedro Manuel Gismondi, crítico de artes; Maria Cecília, pintora; Bernardo Cid, artista; Carlos Felipe Saldanha, escritor; e Otto Stupakoff, fotógrafo.

Com a colaboração de Otto Stupakoff criou uma feira industrial de ambientes e instalações, que foi selecionada para a exposição da 44ª Bienal de Veneza. No ano de 1964, recebeu a menção honrosa da 43ª Annual Exhibition of Advertising Art and Design e o prêmio Ampulheta na Biblioteca Municipal de São Paulo.

Durante o Golpe Militar foi detido, e partir de então passou a pintar contra a ditadura. Ingressou no Grupo Phases a convite de Walter Zanini. Foi professor de desenho na Faculdade de Arquitetura do Mackenzie, na Escola de Desenho Industrial de Ribeirão Preto e na pós-graduação da Universidade do Sul da Califórnia em Irvine.

Em Los Angeles, participou do projeto Art and Technology, no Los Angeles County Museum of Art. Em Nova York, realizou suas primeiras obras com técnicas de cópia no Centro de Reprodução Xérox. Foi um profundo pesquisador das técnicas de fotocópias, vídeo e polaroid.

Em 1976, recebeu o prêmio de Melhor Pintor Paulista e, em 1993, de Melhor Exposição Retrospectiva, ambos os prêmios foram concedidos pela Associação Paulista de Críticos de Arte. A sua obra, além de pesquisas, é caracterizada por contextos sócio-políticos e pela inovação ao utilizar novas tecnologias.

(Fonte: www.infoescola.com/biografias)

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