Wega Nery, participou do Grupo Guanabara, e do Atelier Abstração, liderado por Samson Flexor

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Wega Nery Gomes Pinto (Corumbá, 10 de março de 1912 – Guarujá, 21 de maio de 2007), artista plástica que se destacou por sua linguagem pessoal, poética e  misteriosa. 

Nascida em 10 de março de 1912, em Corumbá, Mato Grosso do Sul, Wega começou a se dedicar à pintura nos anos 40, em São Paulo, onde participou do Grupo Guanabara, em 1952 e, em 1953, do Atelier Abstração, liderado por Samson Flexor. Recebeu, em 1957, o prêmio de desenho na 4ª Bienal de São Paulo.

Wega, nos anos 50, bebeu nas mesmas fontes dos nossos outros pintores abstratos. Em 1951, ela ainda pintava paisagens e figuras que foram recusadas na I Bienal. Mas, como outros brasileiros, viu nas duas primeiras bienais as telas abstratas de franceses como Mannessier ou Soulages e mudou a maneira de pintar.

Foi assim que também enveredou – entre a mancha e a figura – para as paisagens imaginárias. O fato de dedicar-se à pintura abstrata, porém, nunca foi, no caso de Wega, empecilho para que continuasse a fazer retratos e, nos últimos anos, a pintar quadros de flores.

Em 1923, mudou-se com os pais para São Paulo, bairro da Aclimação. Nos anos 1930, publica poemas na revista O Malho (Parnaso Feminino), como “Vera Nunes”.

Ao se preparar para ingressar na Faculdade de Filosofia, no ano de 1937, conheceu Fausto Gomes Pinto, seu professor de inglês com quem se casou um ano depois. O casal viveu por 17 anos no bairro de Santo Amaro, em São Paulo.

De 1943 a 1945, Wega Nery passou mais de um ano hospitalizada, em decorrência de uma série de complicações cirúrgicas. Nesse período, começou a desenhar como forma de distração.

No ano de 1946, aos 34 anos, incentivada pelo marido, matriculou-se na Escola de Belas Artes de São Paulo e passou a ter contato direto com pessoas importantes assim como o crítico Sérgio Milliet (1898-1966).

Na década de 1950, tem aulas com Joaquim da Rocha Ferreira e Yoshiya Takaoka , com quem participa do Grupo Guanabara. Em 1953, frequenta o Atelier-Abstração, de Samson Flexor, e produz as primeiras pinturas abstratas, de tendência geométrica.

          Em 1957, na Bienal Internacional de São Paulo em que o italiano Giorgio Morandi conquistou um grande prêmio – hoje Morandi é considerado um clássico da pintura do século XX -, Wega Nery foi escolhida para o prêmio de melhor desenhista do país. Em 1964, o crítico carioca Mário Pedrosa destacava a força de persuasão que ela alcançava com  a sua pintura de imagens vagas.

Ainda em 1963, leciona desenho e pintura na Sociedade Cívica Feminina de Santos, São Paulo.

No início da década de 70, mudou-se para Guarujá, cidade litorânea de São Paulo, onde construiu uma casa na Praia de Pernambuco, ao lado do companheiro Geraldo Ferraz (1905-1979), crítico de arte e escritor. A casa foi batizada de “Ilha Verde” e era tida como entidade pela pintora. Foi o local onde Wega recebeu amigos para conversar sobre artes, contemplou o mar, gozou de sua vida doméstica e principalmente, produziu grande parte de seus trabalhos.

Expõe obras em diversos Panorama da Arte Atual Brasileira, no Museu de Arte Moderna de São Paulo (MAM/SP), a partir do primeiro, em 1969. Em 1975, o crítico de arte Geraldo Ferraz (1905-1979), companheiro da pintora, lança Wega Nery Liberta em Arte: 1954-1974

Em fins da década de 1960 e 1970, os títulos das pinturas passam a sugerir elementos fantásticos, como as chamadas “Paisagens Imaginárias”.

O marido da pintora, o crítico Geraldo Ferraz, lançou em 1975 o livro de ensaios Wega, Liberta em Arte (1954-1974), a arte abstrata já entrava em baixa no país e foram diminuindo as atenções para a sua pintura.

Em 1993, a Pinacoteca do Estado de São Paulo (Pesp) realiza uma individual da artista e, no ano seguinte, uma retrospectiva é mostrada no Centro Cultural São Paulo (CCSP).

Wega Nery morreu em 21 de maio de 2007, aos 95 anos, no Guarujá, litoral paulista, vítima de insuficiência múltipla dos órgãos.

(Fonte: digital.odiario.com/cultura/noticia/180035- CULTURA – 23/05/2007)

(Fonte: http://www.mercadoarte.com.br/artigos/artistas/19/12/2012)

(Fonte: Veja, 14 de agosto de 1985 – Edição 884 – Arte/ Por Casimiro Xavier de Mendonça – Pág: 135)

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