Walter Gropius, fundador da Escola Bauhaus, instituto alemão de arquitetura e desenho industrial.

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Bauhaus: O impulso decisivo para o modernismo do século XX

A primeira escola de design do mundo

Walter Gropius (Berlim, 18 de maio de 1883 – Boston, 5 de julho de 1969), fundador da Escola Bauhaus em 1919, importante instituto alemão de arquitetura e desenho industrial, (a primeira escola de design do mundo).

Antes de fundar a Escola Bauhaus, Walter Gropius foi membro do Werkbund, ainda a viver a disputa entre os que seguiam a tendência industrial de Muthesius e aqueles que resistiam na tendência artesanal do belga Henry van de Velde.

Gropius conciliou o melhor destas tendências com esse programa que foi o Manifesto da Bauhaus. Esta escola foi o maior centro do Modernismo e do Funcionalismo.

Nos anos de crise do pós-guerra, na República de Weimar, Walter Gropius foi nomeado diretor da antiga escola de van der Velde e reuniu as escolas de Belas-Artes e a das Artes Aplicadas.

Em Março de 1919, Walter Gropius foi nomeado diretor de uma nova escola chamada Staatliches Bauhaus, que reunia duas escolas já existentes:
a Kunstgewerbeschule (Escola de Artes e Ofícios)
e a Säschsise Hochschule fur bildende Kunst (Academia de Arte)

Uma vez nomeado diretor, Walter Gropius levou consigo os pintores Lyonel Feininger e Johannes Itten e o escultor Gerhard Marcks. Em 1920 juntaram-se-lhes Paul Klee, Oskar Schlemmer e Georg Muche.

Em 1919, a Bauhaus abre as suas portas na cidade de Weimar. Esta escola estatal assenta nos conceitos do Werkbund.

Gropius via na experimentação artesanal e artística os instrumentos de pesquisa, ensino e aprendizagem ideais para criar o design dirigido para a produção em série. As tecnologias industriais para a produção em massa efetivariam uma «democratização» do design.

Em Dessau

Já em Dessau, Gropius foi encarregado de projectos de urbanização.

Em 1928, Gropius abandona a Bauhaus; na direção sucede-lhe o arquiteto suíço Hannes Meyer.
O Funcionalismo é estabelecido como ideologia-mestre.

Quando Gropius anunciou a sua demissão, em Janeiro- Fevereiro de 1928, a escola — após um ano no edifício novo — estava no auge da sua fama e gozava de renome internacional.

A sua decisão inesperada causou surpresa tanto entre os estudantes como entre os mestres. Uma Bauhaus sem Gropius parecia impensável.

Como explicação, Gropius justificou que a Bauhaus gozava agora de segurança e que ele queria dedicar mais tempo à Arquitetura…

Foram criados uma série de problemas internos fundamentais nos anos de Dessau, mas que precisavam de ser resolvidos se a Bauhaus quisesse continuar a desenvolver-se com sucesso.
Hannes Meyer, que Gropius propôs para seu sucessor, tinha agora de encontrar uma solução.

Estudou arquitetura na Technische Hochschule de Munique de 1903 a 1905, e depois na Technische Hochschule de Berlim, de 1905 a 1907.

O seu primeiro projeto de edifício, em 1906, era para habitações de baixo custo, destinadas a trabalhadores agrícolas.

De 1908 a 1910, Gropius trabalhou no atelier de Peter Behrens, em Berlim, projetando escritórios e mobiliário para o armazém Lehmann em Colônia.

Em 1910, Gropius estabeleceu uma sociedade de arquitetura com Adolf Meyer (1881-1929) em Neubabelsberg e tornou-se membro do Deutscher Werkbund.

Como membro ativo do Werkbund, opôs-se inicialmente ás exortações de Hermann Muthesius (1861-1927) a favor da estandarização e tomou o partido de Henry van de Velde, que advogava individualismo e criatividade pessoal no design.

A Fábrica Fagus (1911), projetada por Gropius, incorporava — inovadoramente — uma parede-cortina que estava suspensa dos elementos verticais do edifício e que foi apresentada nos anuários do Werkbund, que Gropius editou de 1912 a 1914.

Também desenhou a fábrica-modelo para a Deutsche-Werkbund-Ausstelung que teve lugar em Colônia em 1914, que com a sua construção de aço e vidro foi uma poderosa expressão do Movimento Modernista.

Após a devastação da I Guerra Mundial, Gropius aceitou a necessidade da estandarização no design e tornou-se diretor da Hochschule Fur Angewandte Kunst, que uniu á Kunstakademie em Weimar em 1919, para formar a Bauhaus.

Enquanto dirigiu a Bauhaus, de 1919 a 1928, Gropius insistiu na unidade das artes e instigou um sistema de oficinas chefiadas por mestres.

Durante este período, aceitou numerosas encomendas privadas de arquitetura, incluíndo a Sommerfeld House, desenhando várias peças de mobiliário e desenvolveu uma casa pré-fabricada para a Weissenhof-Siedlung de Estugarda em 1927.

Quando a Bauhaus se mudou para Dessau, a escola adotou um novo racionalismo, e em 1925 Gropius projetou instalações com esse objetivo, que encarnavam esta deslocação em direção à modernidade industrial.

Reino Unido

Em 1934 Gropius emigrou para a Grã-Bretanha, onde trabalhou em sociedade com o arquiteto E. Maxwell Fry (1899-1987) até 1937.

Enquanto esteve em Londres, Gropius trabalhou para a empresa de Jack Pritchard, a Isokon, onde foi nomeado chefe de design em 1936.
Um ano depois emigrou para os Estados Unidos.

Nos Estados Unidos

A partir de 1937, Walter Gropius passa a lecionar na Universidade de Harvard e no ano seguinte torna-se diretor do Departamento de Arquitetura da Universidade.

Nos Estados Unidos começa a desenhar arranha-céus, criando uma tipologia arquitetónica que será exaustivamente copiada nas décadas seguintes.

Em alguns projetos associa-se a Marcel Breuer, ex-aluno da primeira geração da Bauhaus. Com este, projeta um bairro operário em New Kessington, próximo de Pittsburgh.
Faleceu em Boston, em 1969.
(Fonte: Veja, 27 de agosto de 1969 – Edição n° 51 – ARTE – Pág; 69)

(Fonte: www.dw.de/dw – Deutsche Welle – Especial: Arquitetura na Alemanha)

(Fonte: www.tipografos.net/bauhaus/gropius – Bauhaus: O impulso decisivo para o modernismo do século XX/ Por Paulo Heitlinger)

 

 

 

 

 

 

1883: Nasce o arquiteto Walter Gropius, fundador da Bauhaus

 

O arquiteto alemão Walter Gropius, fundador da mais importante escola de design e arquitetura do século 20, a Bauhaus, nasceu em 18 de maio de 1883.

 

 

Walter Gropius, pai da Bauhaus

 

 

Mais conhecido como o pai da Bauhaus, importante escola que marca até hoje a produção de design e arquitetura, o arquiteto Walter Gropius se dizia americano desde sua emigração forçada para os EUA, em 1937.

 

Originário de tradicional família de Braunschweig, Gropius nasceu em Berlim, em 18 de maio de 1883. Quando veio ao mundo, seu tio-avô, Martin Gropius, já havia construído um dos mais belos e célebres prédios da capital alemã, o espaço de exposições que hoje é conhecido pelo nome de Martin Gropius Bau.

 

A fundação da Bauhaus, em 1919, pode ser entendida como um resumo das ideias que o arquiteto vinha amadurecendo desde seu trabalho junto a um dos precursores do movimento moderno, o arquiteto Peter Behrens. Além de Gropius, trabalhavam no escritório de Behrens, por volta de 1910, Le Corbusier e Mies van der Rohe.

 

Superação do dilema artístico

 

Quando se tornou o primeiro diretor da Bauhaus de Weimar, fusão da Escola de Artes Aplicadas e da Academia de Belas-Artes da Saxônia, Gropius trazia consigo, apesar da pouca idade, as melhores qualificações.

 

Para dirigir e estabelecer o programa de ensino da escola fundada para superar o dilema artístico na produção industrial e de arquitetura, sua experiência no escritório berlinense de Behrens foi essencial.

 

No escritório de Behrens, ele havia participado do histórico projeto para a companhia de eletricidade AEG, onde o design industrial fora introduzido pela primeira vez. Tratava-se não somente de um projeto arquitetônico para a fábrica de turbinas, mas de seu completo design corporativo: de aparelhos elétricos a logotipos do papel de carta.

 

Em 1910, Gropius abriu seu próprio escritório de arquitetura. Dois grandes projetos marcaram sua produção anterior à Primeira Guerra. A fábrica Fagus de 1911, em Alfeld/Leine, um dos primeiros projetos que usaram o ferro e o vidro de forma moderna, e um projeto de fábrica para a exposição do Werkbund de 1914, em Colônia.

 

Era de mudanças

 

Em 1915, Gropius casou-se com Alma Mahler, ex-mulher do compositor Gustav Mahler, de quem veio a se separar oito anos mais tarde. Após a guerra, quando Gropius voltou como oficial altamente condecorado, participou do assim chamado Grupo de Novembro, cujo objetivo era absorver os impulsos da revolução de novembro de 1918, que derrubou a monarquia na Alemanha. Foi nesta era de mudanças que nasceu a Bauhaus.

 

A escola surgiu sob a ideia da “grande construção” e representava a corrente da Nova Objetividade. Seu lema inicial era construir a “catedral do futuro” ou “catedral do socialismo”. Inspirada nas construções das catedrais medievais, a Bauhaus procurava reunir artes e ofícios para atender à sociedade do futuro, pacífica e sem contradições.

 

Interesses da indústria

 

Gropius dirigiu a Bauhaus até 1928. Nos primeiros tempos, seus conceitos foram influenciados pela ideia da “obra de arte total” propagada pelo compositor Richard Wagner no século anterior, e pela superação dos estilos históricos na arte através da transformação da vida numa experiência estética, difundida pelo filósofo Friedrich Nietzsche. Em sua segunda fase, a Bauhaus logo sucumbiu aos interesses da indústria.

 

Acusada de “bolchevismo” e “judaísmo” pelo governo conservador de Weimar, a escola mudou-se para a liberal Dessau em 1925, onde Gropius projetou sua famosa sede funcionalista. Em vez da “catedral do futuro”, lema inicial da Bauhaus, a escola passou a defender a integração da arte com a técnica.

 

Abandonado pelos sindicatos e trabalhadores e perseguido pelos conservadores, Gropius encontrou refúgio, e financiamento, nos industriais. A forma passou então a seguir a função. A política, no entanto, não deixou de marcar tanto o início quanto o fim da escola, fechada pelos nazistas em 1933, que consideravam o modernismo “coisa de comunista”.

 

Princípios funcionalistas e universalistas

 

Com medo de perseguições, Gropius se exilou na Inglaterra em 1934. Os projetos residenciais e escolares da época, que fez juntamente com o arquiteto inglês Maxwell Fry, influenciaram bastante a arquitetura local.

 

Em 1937, ele aceitou um convite da Escola de Arquitetura da Universidade de Harvard nos Estados Unidos. Gropius tornou-se diretor do departamento em 1938, cargo em que permaneceu até 1952.

 

Por ocasião da 2ª Bienal de São Paulo, em 1953/54, Walter Gropius foi ao Brasil para o júri do prêmio de arquitetura. A visita do primeiro diretor da Bauhaus à Casa de Canoas de Oscar Niemeyer nada agradou ao arquiteto brasileiro.

 

Precursor do funcionalismo e opositor do individualismo na arte, Gropius afirmou a Niemeyer: “Sua casa é bonita, mas não é multiplicável”. Em seus escritos, Niemeyer comenta assim o ocorrido: “Como alguém pode falar tanta burrice com ar de seriedade? Como pode ser multiplicável uma casa que se adapta tão bem ao terreno?”.

 

Com ou sem razão

 

Com razão ou não, Gropius permaneceu fiel aos princípios funcionalistas e universalistas até sua morte, em 5 de julho de 1969. Além de inúmeros projetos nos Estados Unidos e pelo mundo afora, o arquiteto alemão, que desde sua emigração aos 54 anos para os EUA se dizia americano, realizou importantes projetos em Berlim.

 

Entre eles, o prédio residencial para a exposição de arquitetura Interbau em 1957, o prédio do Arquivo da Bauhaus e um conjunto habitacional de 18,5 mil moradias no bairro de Neukölln, que hoje leva o nome de Gropiusstadt ou Cidade de Gropius.

(Fonte: http://www.dw.com/pt-br – Deutsche Welle – NOTÍCIAS – CALENDÁRIO HISTÓRICO / Por Carlos Albuquerque – 18 de maio)

 

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