“Você não compra notícias quando compra o New York Times, você compra posicionamento.” Arthur Ochs Sulzberger (1926-2012), ex-publisher do jornal “New York Times”

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Arthur Ochs Sulzberger (5 de fevereiro de 1926 – Southampton, 29 de setembro de 2012), ex-publisher do jornal “New York Times”.

Sulzberger assumiu o cargo de publisher em 1963, quando o jornal enfrentava uma grave crise financeira. A empresa havia sido comprada pelo avô dele, Adolph S. Ochs, em 1896 e, desde então, era gerida pela família. Sua carreira como publisher e, mais tarde, como diretor e chefe-executivo da The New York Times Company, durou 34 anos.

Ele entregou o cargo de publisher ao filho em 1992 e o de diretor em 1997.

Um dos episódios marcantes da trajetória de Sulzberger à frente do “NYT” foi o da publicação, em 1971, uma série de reportagens sobre papéis secretos do governo a respeito da condução da Guerra do Vietnã (1955-75).

O caso, que ficou conhecido como “Pentagon Papers”, revelou um padrão de mentiras dos presidentes John Kennedy (1961-63), Lyndon Johnson (1963-69) e outros que secretamente escalaram o conflito enquanto, publicamente, garantiam que os EUA não queriam uma guerra mais ampla.

Na ocasião da publicação, o governo de Richard Nixon (1969-74) chegou a exigir a interrupção das reportagens, sob o argumento de que elas ameaçavam a segurança nacional. O jornal rejeitou o pedido, sob a justificativa da Primeira Emenda da Constituição americana, aquela que garante a liberdade de expressão.

Em decisão inédita no país, um juiz federal de Manhattan concedeu ao governo uma liminar que proibia o jornal de publicar textos sobre os papéis vazados. Ao lado do “Washington Post”, que também já cobria o escândalo, o “NYT” recorreu à Suprema Corte e ganhou a causa.

Das mudanças promovidas por Sulzberger tem destaque a compra bilionária de um novo parque gráfico, o que viabilizou a criação de uma edição nacional e de edições especiais regionais, além do uso diário de fotografias e de infográficos coloridos.

INDÚSTRIA

Quando deixou a diretoria do jornal, em 1997, afirma, “ele continuava convencido de que os jornais -ao menos os bons jornais- tinham um futuro brilhante”.

“Eu acho que o papel e a tinta vieram para ficar, no caso do tipo de jornais que imprimimos”, ele disse, em uma entrevista concedida já durante a aposentadoria. “Não há falta de notícia no mundo. Se você quer notícia, você pode ir ao ciberespaço e tirar do meio deste monte de lixo. Mas eu não acho que a maioria das pessoas seja competente para se tornar editor, ou tenha tempo ou interesse para isso.”

“Você não compra notícias quando compra o “New York Times”, você compra posicionamento”, disse.
Arthur Ochs Sulzberger morreu dia 29 de setembro de 2012, aos 86 anos, em sua casa, em Southampton.
(Fonte: http://www1.folha.uol.com.br/mercado – Folha de S.Paulo/ MERCADO/ DE SÃO PAULO – 29 de setembro de 2012)

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