Vítor Alves, conhecido como um dos capitães de abril que fizeram a revolução de 1974 em Portugal

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Vítor Alves (Mafra, setembro de 1935 – Lisboa, 8 de Janeiro de 2011), o antigo capitão de abril

Portugal ficou sem um “cidadão de primeira”.

E o país perdeu um cidadão de primeira, que tudo arriscou para que a democracia e a liberdade vigorassem em Portugal.

Perfil

Vítor Alves, conhecido como um dos capitães de abril que fizeram a revolução de 1974 em Portugal, nasceu em setembro de 1935 em Mafra, onde iniciou a vida escolar, e tinha a patente de coronel desde 2001.

Em 1974, juntamente com Otelo Saraiva de Carvalho e Vasco Lourenço, fez parte da comissão coordenadora e executiva do Movimento das Forças Armadas (MFA), tendo redigido o programa.

Foi o responsável pelo comunicado do MFA divulgado à população no 25 de abril e substituiu Otelo Saraiva de Carvalho, a partir das 16h00, no posto de comando da Pontinha, passando a coordenar o desenvolvimento da ação.

Pertenceu ao Conselho de Revolução, do qual foi porta-voz, e foi ministro dos II e III Governos provisórios.

Em 1982, foi nomeado conselheiro do então Presidente da República, Ramalho Eanes, ano em que passou à reserva como militar e foi extinto o Conselho da Revolução.

Matriculou-se na Escola do Exército em 1954 e passou à reforma em 1991.

Durante a vida militar, esteve colocado em várias unidades, incluindo no Ultramar em comissão de serviço, onde permaneceu 11 anos, em Moçambique e Angola.

Fez vários estágios e cursos militares e em 1969 foi-lhe atribuído o Prémio Governador-Geral de Angola pelo trabalho desenvolvido no campo das atividades socioeconómicas em prol das populações africanas.

Recebeu em Portugal vários louvores e condecorações, entre os quais a Medalha de Mérito Militar e a Medalha de Comportamento Exemplar de Prata.

Vítor Alves foi nomeado para o cargo de ministro sem pasta em 1974, tendo exercido essas funções até 1975.

Nessa qualidade foi responsável pelas pastas da Defesa Nacional e da Comunicação Social, tendo visto aprovada, por sua iniciativa, a primeira lei de imprensa pós-25 de abril, que vigorou até 1999. Foi também porta-voz do Governo.

Desempenhou funções de ministro da Educação e Investigação Científica em 1975 e 1976.

Uma década depois seria candidato independente pelo PRD às eleições legislativas (1985), à presidência da Câmara de Lisboa (1986) e ao Parlamento Europeu (1987).

Participou na fundação da Associação 25 de Abril e posteriormente no conselho de acompanhamento do ministro da Justiça (1997-2000).

Vítor Alves recebeu a Grã-Cruz da Ordem da Liberdade (1983), entre muitas outras distinções dentro e fora de Portugal.

Vítor Alves morreu dia 8 de Janeiro de 2011, no Hospital Militar, em Lisboa, vítima de doença prolongada. Tinha 75 anos.
(Fonte: www.aeiou.expresso.pt – Atualidade – 9 de Janeiro de 2011)

Vitor Manuel Rodrigues Alves nasceu em 30 de Setembro de 1935, em Mafra.
Participou activamente no movimento de protesto contra o “Congresso dos Combatentes”, entre Abril e Junho de 1973.
Embora ao corrente da evolução do Movimento dos Capitães só em Setembro de 1973 participa numa reunião.
Em 24 de Novembro de 1973 dirige pela primeira vez uma reunião do Movimento nas imediações da Colónia Balnear Infantil “O Século”.
A 1 de Dezembro de 1973, em Óbidos, foi eleito para a primeira Comissão Coordenadora e Executiva do Movimento, encarregada de preparar o que viria a ser o 25 de Abril.
A 5 de Dezembro de 1973, na Costa da Caparica, foi eleita a Direcção do Movimento formada por si próprio, Otelo e Vasco Gonçalves. Ficou encarregado da ligação com os outros Ramos das Forças Armadas e da coordenação da elaboração do Programa do MFA, isto é, da parte política.
Em 5 de Fevereiro e 5 de Março de 1974 dirige as reuniões em casa do coronel Marcelino Marques e em Cascais, respectivamente, que foram cruciais no aspecto político do Movimento.
Depois do “exílio” de Vasco Lourenço para os Açores em Março de 1974, passou a assegurar com Otelo a coordenação militar, ao mesmo tempo que continuava a encarregar-se da coordenação política do Movimento, designadamente a discussão e redacção do Programa e da Plataforma e sua negociação não só com os outros Ramos mas também com os Generais Spínola e Costa Gomes.
Para além do já referido, coube-lhe negociar adesões, garantir a neutralidade dos outros Ramos, negociar o ritmo garantindo que nada se faria sem um claro quadro positivo (Programa), coordenar a escolha de personalidades militares, para além dos Generais Costa Gomes e Spínola, coordenar a escolha de civis para cargos políticos e propor o exílio imediato e sem julgamento do Presidente da República, Presidente do Conselho de Ministros e outros membros do governo que os quisessem acompanhar.
No dia 25 de Abril de 1974 foi o responsável pelo comunicado à população divulgado pelo MFA e substituiu Otelo, a partir das 16 horas, no posto de comando da Pontinha, passando a coordenar o desenvolvimento da acção.
Na noite de 25 de Abril e madrugada de 26 renegociou o Programa do MFA com os membros da Junta de Salvação Nacional, a pedido destes.
Na manhã de 26 de Abril de 1974 apresentou, pela primeira vez a Portugal e ao mundo, o Programa do MFA.
Após o 25 de Abril foi porta-voz do MFA, integrou a primeira Comissão Coordenadora, foi membro do Conselho de Estado, do Conselho dos Vinte e do Conselho da Revolução.
Foi membro do Grupo dos Nove, um dos nove militares signatários do Documento dos Nove, em 1975.
Desde 29 de Junho de 1979, até final, foi porta-voz do Conselho da Revolução.

(Fonte: hist9alfandega.blogspot.com – Os Oficiais de Abril – 14 de Abr de 2010)

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