Victor Levy, político e dono do jornal Gazeta Mercantil

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Victor Levy, político e dono do jornal Gazeta Mercantil

Herbert Levy: quarenta anos no Congresso

Herbert Victor Levy (São Paulo, 2 de novembro de 1911 – São Paulo, 15 de janeiro de 2002), ex-deputado federal, banqueiro e empresário, presidente do conselho de administração do jornal Gazeta Mercantil. Campeão brasileiro de natação em 1928, Levy tornou-se repórter do São Paulo Jornal aos 18 anos. Comprou a Gazeta Mercantil em 1929. Participou da Revolução Constitucionalista, ajudou a fundar a UDN e elegeu-se para a Câmara Federal em 1946. Exerceu dez mandatos consecutivos, até 1987. Herbert Levy faleceu dia 15 de janeiro de 2002, de falência dos rins e dos pulmões, aos 90 anos, em São Paulo.
(Fonte: Edição 1735 – ANO 35 – N.° 3 – Veja, 23 de janeiro de 2002 – DATAS – Pág; 95)

Na década de 70, Setúbal comandou, ao lado do jornalista, o Itaú-América – empresa que surgiu da fusão do Federal Itaú Sul-Americano, de Setúbal, e o Banco da América, de propriedade de Levy. A empresa se tornou mais tarde o Banco Itaú.

Presidentes de outros bancos que tiveram contato com o empresário estiveram no velório de Levy. Entre eles, Lázaro Brandão e Márcio Cypriano, presidente do Conselho de Administração do Bradesco e atual presidente da instituição, respectivamente.

Com sua morte, Levy deixa nove filhos: Maria Stella, Luiz Carlos, Herbert Filho, Luiz Fernando, Paulo Roberto, Maria Christina, Maria Lúcia, Nelson Luiz e Maria Cecília. O empresário era casado havia 67 anos com Wally Levy.

Quando jovem, Levy chegou a trabalhar como balconista em loja de produtos elétricos e tradutor de legendas de filme americano em tempo de cinema mudo.

Ex-secretário da Agricultura nos anos 60 e jornalista, Levy adquiriu a “Gazeta Mercantil” em 1929.

POLÍTICA – Na política, ele foi dez vezes deputado federal, participando ativamente da vida política do país. Levy se juntou ao Partido Democrático em 1927 e no mesmo ano começou sua carreira como jornalista, atuando como repórter do São Paulo Jornal, aos 18 anos.

Nos anos 30, Levy apoiou o movimento revolucionário pelo Partido da Aliança Liberal – que derrubou o presidente Washington Luís e colocou Getúlio Vargas na chefia do Governo Provisório.

Em 1932, esteve na Revolução Constitucionalista, em Campinas, com a patente de capitão da coluna Romão Gomes.

Cinco anos depois, logo após o golpe do Estado Novo, Levy fez um discurso lembrado até hoje pelos amigos que estavam em seu velório, em São Paulo. Com falas pró-democracia, ele discursou na Escola Livre de Sociologia e Política, como orador da turma de formandos. Acabou sendo preso pela polícia.

Anos depois, participou da fundação da UDN (União Democrática Nacional) e, em abril de 1947, Levy assumiu uma cadeira na Câmara dos Deputados, de onde só sairia em 1987, depois de ser eleito e exercer dez mandatos.

Em sua história, ele apoiou a candidatura de Jânio Quadros em 1959 e foi contra a indicação de Paulo Maluf para o Governo de São Paulo pela Arena. Chegou a classificar-se como “um líder perigoso dos que não se submetem aos princípios que devem orientar qualquer homem público”.

Nos anos 80, defendeu o parlamentarismo e dizia que o regime seria um “verdadeiro governo de salvação nacional para mudar os rumos da atual política”.

Só em 1987 deixou a Câmara, ao término de sua legislatura. Desde então, passou a dedicar-se ao cargo de presidente do conselho da “Gazeta Mercantil”. Com a saúde debilitada, ele deixou a empresa – que poderá ser vendida para um novo grupo devido a dificuldades financeiras – sob o comando dos filhos.

Herbert Victor Levy, 90, presidente do Conselho de Administração do jornal “Gazeta Mercantil”, morreu na noite de terça em decorrência de problemas crônicos (falência) nos rins e pulmões. O empresário estava internado no Hospital Santa Isabel da Santa Casa de Misericórdia de São Paulo.

O corpo do empresário foi velado na manhã de ontem no cemitério Gethsemani, no bairro do Morumbi (zona sul de São Paulo). O enterro ocorreu às 16h. Líderes industriais como Olacyr de Moraes, Olavo Setúbal, presidente do grupo Itaúsa, e Antônio Ermírio de Moraes, presidente do grupo Votorantim, estiveram no local. Entre 110 e 120 pessoas participaram do enterro, segundo a administração do cemitério.

“A despeito de todas as dificuldades encontradas no país, Levy foi um grande realizador e obteve várias vitórias”, disse Olacyr de Moraes, durante o velório. “Levy era uma figura ímpar pelas suas qualidades morais, espírito público e afinidade com os amigos, entre os quais eu me coloco”, afirmou Olavo Setúbal, que, no passado, chegou a sentar na mesma mesa de negociação de Levy.
(Fonte: www.diariodecuiaba.com.br – Da Agência Folha – Edição nº 10180- 17/01/2002)

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