Torazo Okamoto, imigrante japonês, introdutor da cultura do chá no Brasil

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Família Okamoto é pioneira no Vale

 

 

Torazo Okamoto, imigrante japonês, introdutor da cultura do chá no Brasil. Na década de 20, trouxe clandestinamente do Japão sementes da variedade Assam e plantou-as no vale do Ribeira.

As sementes que deram início à cultura de chá preto no Brasil entraram no país em 1935, contrabandeadas dentro de um pão. O responsável pela façanha foi o Torazo Okamoto. Hoje, seus netos mantêm a Chá Ribeira, a maior indústria do setor em atividade no país.

Originário do sul do Japão, onde trabalhava em uma pequena indústria de chá, Torazo Okamoto chegou ao Brasil em 1919 e estabeleceu-se no Vale do Ribeira. Logo, ele começou o cultivo de dois produtos, arroz e cana-de-açúcar.

Torazo soube que no Vale do anhangabaú (atual região central da cidade de São Paulo) muitas famílias tinham pés de chá como ornamento no jardim, o que levou o viaduto construído na região a ser batizado de Viaduto do Chá. Foi nessa época que Torazo conseguiu algumas sementes e as plantou em sua propriedade, em Registro.

Mas as plantas eram de má qualidade e a cultura não vingou.
Alguns anos depois, em 1935, Torazo viajou ao Japão e, na viagem de volta ao Brasil, o navio parou no Ceilão (atual Sri Lanka). Lá, o imigrante japonês encontrou sementes de chá da variedade assâmica -originária da região de Assam, na Índia.

 

 

Torazo Okamoto, que chegou ao Brasil em 1919, já morava no vale do Ribeira e já produzia chá, uma planta trazida para agradar aos olhos da corte portuguesa em bem cuidados jardins. Depois, passou a ser cultivada para o consumo humano, mas não era de uma espécie muito produtiva. Okamoto sabia que no Sri Lanka, onde os navios que vinham do Japão faziam escala, havia uma espécie mais adequada. E sabia também que era proibido desembarcar em solo brasileiro trazendo qualquer tipo de muda ou semente.

Quando foi ao Japão buscar uma noiva, aproveitou a parada e seguiu seu plano. Pegou um pão, retirou o miolo, fez um recheio de sementes de chá e pediu ao carregador de malas que o trouxesse. Isto foi em 1935 e, ainda hoje, os primeiros pés de chá da espécie assamica são podados a cada 15 dias, numa produção que parece se prolongar infinitamente. O vale do Ribeira deve grande parte de seu desenvolvimento ao chá. Quase todo mundo tem sua vida ligada à planta.

 

 

Esconderijo

 

Como as autoridades do porto queriam impedir o embarque das sementes de chá, Torazo Okamoto arrumou uma solução: comprou um pão, retirou o miolo e lá colocou as sementes.

Assim foi iniciada a cultura do chá preto na propriedade da família, no Vale do Ribeira.

A partir dessas plantas, o IAC (Instituto Agronômico de Campinas, em São Paulo) desenvolveu, anos depois, as duas variedades de chá utilizadas até hoje no Brasil: IAC-250 e IAC-259.

 

Perdas

 

A família continua a plantar chá. Em 96, a Chá Ribeira planeja industrializar 1.500 toneladas do produto. A família planta atualmente 400 hectares de chá e mantém cerca de 150 empregados, entre a lavoura e a fábrica.

Segundo Roberto Okamoto, diretor financeiro da empresa, desde 94 a Chá Ribeira vem acumulando um prejuízo anual de US$ 960 mil, em virtude do preço de mercado e da defasagem cambial para a exportação.

Torazo Okamoto faleceu em 23 de agosto de 1981, aos 88 anos, de ataque cardíaco em São Paulo.

(Fonte: Revista Veja, 2 de setembro de 1981 – Edição 678 – DATAS – Pág: 83)

(Fonte: http://revistagloborural.globo.com/Globo Rural – Mônica Canejo)

(Fonte: http://www1.folha.uol.com.br/fsp/1996/10/14/dinheiro – FOLHA DE S.PAULO – DINHEIRO – MERCADO / Por VALMIR DENARDIN DA AGÊNCIA FOLHA, EM REGISTRO (SP) – São Paulo, 14 de outubro de 1996)

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