Toots Thielemans, lenda da gaita, lançou disco com Elis Regina e fez parcerias com diversos músicos brasileiros

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Belga lançou disco com Elis Regina e fez parcerias com diversos músicos brasileiros

Toots Thielemans tocando sua gaita em 2012, quando já tinha 90 anos - (Foto: KRISTOF VAN ACCOM / AFP)

Toots Thielemans tocando sua gaita em 2012, quando já tinha 90 anos – (Foto: KRISTOF VAN ACCOM / AFP)

 

Toots Thielemans (Bruxelas, em 29 de abril de 1922 – Bruxelas, Bélgica, 22 de agosto de 2016), gaitista e guitarrista de jazz, lenda da gaita. Ele é considerado por críticos uma verdadeira lenda da gaita.

Jean-Baptiste Frédéric Isidor, conhecido profissionalmente como Toots Thielemans, cuja música pode ser ouvida em trilhas sonoras de filmes como “Bonequinha de Luxo” (1961), era considerado o rei da gaita, após uma longa carreira internacional durante a qual tocou junto aos maiores nomes do jazz.

Ao longo de sua extensa carreira, o belga gravou um disco com a cantora brasileira Elis Regina. Intitulado “Aquarela do Brasil”, o álbum foi gravado na Suécia e lançado originalmente na Europa, em 1969. Chegou ao Brasil apenas em 1978.

Em 1992 e 1993, Thielemans lançou dois discos de parcerias com músicos brasileiros, chamados de “The Brasil Project”. Neles, tabelou com Chico Buarque, Caetano Veloso, Gilberto Gil, João Bosco, Djavan, Milton Nascimento, Ivan Lins, Dori Caymmi, entre outros.

E não foi só com estrelas brasileiras que o belga compartilhou conhecimentos musicais em seus 94 anos de vida. Em seu currículo, há ainda parcerias com Charlie Parker, Miles Davis, Ella Fitzgerald, Quincy Jones, Stevie Wonder e Pat Metheny.

Figura mundial do jazz, tocou junto aos maiores: Ella Fitzgerald, Quincy Jones, Bill Evans, Frank Sinatra, Ray Charles, Larry Schneider e Oscar Peterson.

Também acompanhou artistas como Nick Cave, Paul Simon, Billy Joel e Stevie Wonder.


Nascido em 29 de abril de 1922 em um bairro popular de Bruxelas onde seus pais trabalhavam em um café, Thielemans, também guitarrista, foi o primeiro músico a levar a gaita cromática ao reconhecimento geral.

Thielemans descobriu este instrumento em 1938. Seduzido em um primeiro momento pela música de Ray Ventura, foi picado pelo vírus do jazz durante a Segunda Guerra Mundial e, com uma guitarra nas mãos, adotou como modelo o cigano Django Reinhardt (1910-1953).

No fim da década de 1940 se instalou nos Estados Unidos, onde acompanhou o saxofonista Charlie Parker. Retornou posteriormente à Europa para uma turnê com o clarinetista Benny Goodman.

Após o êxito de “Bluesette” em 1962, interpretou com sua gaita a trilha sonora do filme “Perdidos na Noite”, de John Schlesinger (1926-2003) “1969” e, mais tarde, de “Jean de Florette”, de Claude Berri (1986).

Thielemans passou o início de seu carreira de 65 anos fazendo turnês pela Europa, ao lado de artistas como Benny Goodman, antes de se mudar para os Estados Unidos em 1952.

O belga ainda tocou em diversas trilhas sonoras de filmes, incluindo “Perdidos na Noite”, de 1969. Estrelado por Jon Voight e Dustin Hoffman, o longa venceu três Oscars.

Apesar de ter gravado com tanta gente, sua performance na gaita mais conhecida é, provavelmente, a da música tema do seriado infantil “Vila Sésamo”, que pode ser ouvida no início e no fim de cada episódio.

Em 2012, e apesar de estar em um estado delicado de saúde, Thielemans fez um show no Palácio de Belas Artes de Bruxelas para celebrar seus 90 anos, antes de iniciar uma turnê que o levou a Estados Unidos e Japão.

“Levou a gaita ao topo da arte e se converteu em um maestro”, havia declarado na época o instrumentista brasileiro Oscar Castro-Neves, que o acompanhava regularmente.

Em 2014, ao sentir que perdia forças e “para não decepcionar seu público”, cancelou seus shows e colocou um ponto final a sua carreira.

Em 2009, os Estados Unidos concederam a ele o prêmio “jazz master award”, uma distinção dada poucas vezes a europeus, e a Academia Charles Cros entregou ao belga em 2012 um prêmio em homenagem a sua carreira.

Toots Thielemans morreu em 22 de agosto de 2016, aos 94 anos. Aposentado desde 2014, o músico estava se recuperando de um braço quebrado em um hospital de Bruxelas (Bélgica), onde morreu.

“Nós perdemos um grande músico, uma personalidade calorosa”, a quem o rei Alberto II concedeu o título de barão em 2001, lamentou o primeiro-ministro belga Charles Michel.

(Fonte: http://entretenimento.uol.com.br/noticias/afp/2016/08/22 – ENTRETENIMENTO – Bruxelas (AFP) – 22 Ago 2016)

(Fonte: http://oglobo.globo.com/cultura/musica – CULTURA – MÚSICA/ POR COM REUTERS – 22/08/2016)

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