Thomas Lovejoy, conhecido como o “padrinho da biodiversidade” por ter cunhado o termo na década de 1980 e um dos principais especialistas em floresta amazônica

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Thomas Lovejoy, um dos principais defensores da Amazônia

 

Grande estudioso da Amazônia

 

Biólogo cunhou o termo “biodiversidade” na década de 1980 e tinha forte vínculo com o Brasil, onde pesquisava a floresta. Em entrevista em 2019, alertou que a Amazônia se aproximava de ponto de inflexão.

 

Thomas Lovejoy (Nova Iorque, Nova York, 22 de agosto de 1941 – Washington, 25 de dezembro de 2021), biólogo ambientalista e um dos principais nomes em defesa da preservação da Amazônia. O biólogo ficou conhecido como o “padrinho da biodiversidade” por ter cunhado o termo na década de 1980 e um dos principais especialistas em floresta amazônica.

 

Lovejoy decidiu estudar biologia após fazer um estágio em um zoológico no estado de Nova York quando ainda estava na escola. Ele começou a estudar a floresta amazônica no Brasil em 1965 e obteve seu doutorado pela universidade Yale em 1971.

 

Lovejoy é conhecido como um pioneiro dos esforços modernos de conservação do meio ambiente e um grande pensador que ajudou a catalisar um movimento global para salvar a floresta amazônica.

 

Ele serviu como conselheiro para uma ampla gama de organizações e líderes globais em questões ambientais, como o Banco Mundial, a Organização das Nações Unidas (ONU), e também dos ex-presidentes americanos Ronald ReaganBill Clinton e Barack Obama.

 

Formado em biologia pela Universidade de Yale, Lovejoy fez a sua pesquisa de doutorado na Amazônia nos anos 1960, onde desenvolveu estudos sobre a floresta tropical. Recentemente, publicou, em parceria com o professor Carlos Nobre, um “paper” na revista Science Advances alertando para o fato do desmatamento na Amazônia estar próximo de atingir um “ponto de não-retorno”.

 

A Lovejoy é creditada a criação do termo “diversidade biológica”, o conceito de programas de troca de “dívida por natureza” e ser um dos primeiros a alertar sobre a questão das mudanças climáticas como um problema global.

 

O pesquisador também ajudou a transformar a WWF (World Wildlife Fund) — que era então uma pequena ONG — em um gigante da conservação trabalhando em questões em escala global. Ele também fundou a série de televisão pública Nature, que informou e inspirou inúmeras pessoas.

 

Grande estudioso da interação entre mudanças climáticas e biodiversidade, ele ganhou em 2012 o prêmio Blue Planet, considerado o Prêmio Nobel do Meio Ambiente.

 

Lovejoy foi conselheiro ambiental dos ex-presidentes americanos Ronald Reagan, Bill Clinton e George W. Bush e ex-conselheiro-chefe do Banco Mundial para biodiversidade, e era um membro honorário da National Geographic, que financiou suas primeiras pesquisas sobre pássaros da floresta amazônica.

 

Ele também foi diretor da organização ambientalista WWF, dos Estados Unidos, de 1973 a 1987, tendo sido responsável pela orientação científica a respeito das florestas tropicais do hemisfério ocidental.

 

Vínculo com o Brasil

 

Lovejoy esteve inúmeras vezes no Brasil para estudar a floresta amazônica, e ajudou a fundar o Centro de Biodiversidade da Amazônia e o Projeto Dinâmica Biológica de Fragmentos Florestais, no final da década de 1970.

 

Ele foi o primeiro ambientalista condecorado pelo governo brasileiro com a Ordem do Rio Branco, em 1988, e também recebeu a Ordem do Mérito Científico, em 1998.

 

Em entrevista à DW Brasil em agosto de 2019, Lovey demonstrou preocupação com o futuro da floresta em meio ao avanço do desmatamento e afirmou que o presidente Jair Bolsonaro ignorava o meio ambiente a a ciência.

 

Alguns meses antes, ele havia assinado um editorial na revista científica Science Advances, ao lado do climatologista brasileiro Carlos Nobre, no qual alertava que o desmatamento na Amazônia estava caminhando para o que chamam de ponto de inflexão, a partir do qual os padrões biológicos e climáticos são afetados de modo irreparável.

 

Na entrevista, ele afirmou ainda ter esperança que o Brasil pudesse no futuro retomar o posto de líder global em meio ambiente e que as ameaças à biodiversidade fossem enfrentadas “por meio do bom diálogo entre nações”.

 

Thomas Lovejoy faleceu em 25 de dezembro, aos 80 anos em Washington, nos Estados Unidos.

Ele tratava de um câncer de pâncreas.

Nas redes sociais, o governador do Amazonas, Wilson Lima (PSC), escreveu: “Lamento profundamente o falecimento do Dr. Thomas Lovejoy, um dos maiores cientistas e estudiosos da Amazônia. Ele deixa um legado incomparável de conhecimento sobre a Amazônia para esta e futuras gerações. Que Deus conforte os corações de seus familiares e amigos.”

O diretor-executivo do Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia (IPAM), André Guimarães, também manifestou-se em sua conta do Twitter: “O Ipam lamenta profundamente a perda do Tom Lovejoy, esta tarde em Washington, DC. Um dos maiores estudiosos e conhecedores da Amazônia, região que frequenta e estuda a mais de 50 anos. Amigo querido, sempre com um sorriso e uma palavra otimista. Insubstituível. Saudades Tom.”
“Tom deixa um profundo legado no campo da biologia e na National Geographic. (…) As pesquisas pioneiras de Tom sobre a Amazônia, sua advocacia apaixonada e muitas outras de suas conquistas nos ajudaram a melhor entender, apreciar e cuidar da grande diversidade da vida em nosso planeta”, disse Jill Tiefenthaler, diretor executivo da National Geographic, em um comunicado.

(Fonte: https://www.msn.com/pt-br/noticias/brasil – NOTÍCIAS / BRASIL / por ESTADÃO CONTEÚDO – 26/12/2021)

(Fonte: https://www.msn.com/pt-br/noticias/brasil – NOTÍCIAS / BRASIL / por DEUTCH WELLER – 26/12/2021)

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