Sylvia Pankhurst, líder feminista, militante do movimento pelo sufrágio feminino

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Sylvia Pankhurst (Manchester, 5 de maio de 1882 – Adis Abeba, 27 de setembro de 1960), líder feminista, militante do movimento pelo sufrágio feminino.

Sylvia frequentou a Manchester School of Art, e, em 1900, ganhou uma bolsa para o Royal College of Art em South Kensington. Em 1907, ela percorreu as cidades industriais do Norte de Inglaterra e da Escócia, pintando mulheres da classe operária no seu ambiente de trabalho.

Em 1906, Sylvia começou a trabalhar a tempo inteiro na União Social e Política das Mulheres (WSPU – Women’s Social and Polytical Union) com a sua irmã mais velha Christabel e com a mãe, tendo sido ela a criar as cores simbólicas do movimento: púrpura (dignidade), branco (pureza) e verde (esperança no futuro). Ao contrário da mãe e da irmã, ela manteve a sua filiação no Movimento trabalhista e preferiu concentrar a sua atividade em East London, em vez de liderar a organização nacional.

Sylvia contribuiu com artigos para o jornal Votes for Women, da WSPU, e em 1911, publicou a história propagandista da campanha WSPU, The Suffragette: The History of the Women’s Militant Suffrage Movement. Por volta de 1914, Sylvia desligou-se da WSPU, pois pretendia que houvesse uma ligação da WSPU à organização socialista e uma maior abrangência de temas para além do sufrágio feminino, na linha de atuação do Partido Independente Trabalhista, o que não sucedia. Além disso, como pacifista, Sylvia não concordava com a violência dos protestos das campanhas da WSPU, que levavam, inclusive, ao fogo posto.

Em 1914, ela criou a Federação de Sufragistas de East London (ELFS –  East London Federation of Suffragettes), que ao longo dos anos evoluiu politicamente e alterou o seu nome, primeiro para Ferderação do Sufrágio das Mulheres (Women’s Suffrage Federation) e depois para Federação Socialista dos Trabalhadores (Workers’ Socialist Federation). Fundou o jornal da WSF, Women’s Dreadnought, que se veio a chamar Workers’ Dreadnought. O jornal fazia campanha contra a guerra e alguns dos seus membros esconderam objetores de consciência da polícia.

Durante a I Grande Guerra, Sylvia ficou horrorizada por ver a mãe e a irmã Christabel tornarem-se entusiastas apoiantes da guerra, com uma campanha que levou a excessos como a desmoralização dos homens e rapazes que, pela idade ou saúde eram dispensados de se alistarem (sendo-lhes entregues as famosas penas brancas). Demarcando-se da mãe e irmã, Sylvia fez uma campanha ativa anti-guerra.

A organização de Sylvia tentou organizar a defesa dos interesses das mulheres nas partes mais empobrecidas de Londres e organizou restaurantes de preços de custo para alimentar os que tinham fome, sem laivos de caridade.  Também fundou uma fábrica de brinquedos para dar trabalho às mulheres que ficavam desempregadas devido à guerra. Ela lutou ainda para defender os direitos das mulheres dos soldados de receber uma pensão decente enquanto os maridos estavam na guerra, criando centros de serviços legais e desenvolvendo campanhas para obrigar o governo a ter em consideração a pobreza das mulheres dos soldados.

Em 1927, com 45 anos, Sylvia deu à luz um menino, Richard, filho do seu companheiro, o italiano anarquista Silvio Corio. Como Sylvia sempre se recusou a casar com ele, prezando a sua liberdade acima de tudo, a sua mãe cortou laços com ela.

Em 1932, Sylvia foi fundamental para a criação do Conselho Nacional de Saúde dos Trabalhadores Socialistas.

No início dos anos 30, Sylvia afastou-se da política comunista mas manteve-se ligada aos movimentos anti-fascismo e anti-colonialismo. Opondo-se ao racismo e fascismo em ascensão na Europa, ajudou refugiados judeus a escaparem da Alemanha Nazi.

Sylvia reagiu à invasão italiana da Etiópia, publicando o jornal The New Times and Ethiopia News desde 1936. Ela recolheu fundos para o primeiro Hospital Universitário da Etiópia e escreveu sobre a arte e cultura etíopes — as suas pesquisas foram publicadas sob o título de Ethiopia, a Cultural History (London: Lalibela House, 1955). Finda a ocupação italiana deste país (1936-1941), ela apoiou a união entre a Etiópia e a Somália, tornando-se amiga do Imperador Haile Selassie. Mudou-se para Adis Abeba a convite do imperador em 1956, com o seu filho, e fundou um jornal mensal, Ethiopia Observer, onde relatou muitos aspetos da vida e desenvolvimento da Etiópia.

Sylvia Pankhurst faleceu em 27 de setembro de 1960, aos 78 anos, em Adis Abeba. Sylvia recebeu um funeral de estado, estando enterrada na catedral desta cidade. Sylvia Pankhurst recebeu a honra póstuma de lhe ser concedida pelo imperador Haile Selassie a cidadania etíope honorária.

 

(Fonte: Correio do Povo – ANO 119 – Nº 362 – CRONOLOGIA/ Por Dirceu Chirivino – 27 de setembro de 2014 – Pág: 19)

(Fonte: http://becastanheiradepera.blogs.sapo.pt/sylvia-pankhurst-133322)

 

 

 

 

 

 

 

 

 

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