Sue Lloyd, ícone da era mod do cinema e da TV britânica.

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Sue Lloyd (7 de agosto de 1939 – 20 de outubro de 2011), ícone da era mod do cinema e da TV britânica.

Sue Lloyd era uma dançarina infantil que cresceu demais e virou modelo durante o apogeu da era fashion londrina, nos anos definidos pela banda de rock The Who no hit “My Generation” (1965).

Clicada pela roleiflex de John E. Green, foi parar na capa da revista Vogue e imortalizada entre os símbolos femininos da década no livro “Birds Of Britain” (1967), ao lado de Lulu, Sandy Shaw, Hayley Mills, Charlotte Rampling, Mary Quant, Patti Boyd, Susannah York e outros mitos de sua geração.

Numa época em que moda, estilo e glamour representavam aspirações culturais, Sue Lloyd não teve dificuldades em se reinventar como atriz.

Com poucos meses de um curso de interpretação, passou a fazer participações em séries, entre elas “O Santo” (The Saint, 1964), ao lado do futuro 007 Roger Moore, e “Os Vingadores” (The Avengers, 1965), a produção televisiva que melhor incorporou as mudanças estéticas da década.
Seu primeiro papel no cinema foi como namorada de Michael Caine, outro ícone da juventude mod, no clássico de espionagem – e estilo – “Ipcress – O Arquivo Confidencial” (1965).

Participou ainda do suspense “Hysteria” (1965), antes de encontrar uma versão distorcida de sua vida nas passarelas no horror “A Face da Corrupção” (Corruption, 1968), vivendo uma modelo desfigurada por um fotógrafo bêbado, que inspira seu namorado cientista louco (ninguém menos que o “Frankenstein” Peter Cushing) a encontrar uma forma de restaurar sua beleza – com cobaias humanas.

Foi na TV, porém, que sua voz enrouquecida por fumaça de cigarros e olheiras de eterno desdém encontraram melhor utilização. Após colecionar mulheres sedutoras, de passagem por episódios de meia dúzia de produções, Sue tornou-se co-protagonista de “O Barão” (The Baron, 1966-67), série de espionagem em que contracenou com Steve Forrest (série “S.W.A.T.”).

Teve ainda o papel principal na sitcom “His and Hers” (1970), antes de sucumbir ao estereótipo de femme fatale chique, vestindo vinil preto colante de espiã na montagem teatral baseada no seriado “Os Vingadores” e participando da última série mod da TV, “The Persuaders!” (ambos em 1971), num episódio ao lado novamente de Roger Moore.

Também fez o filme “O Grande Sequestro” (1972), em que Stanley Baker planejava mais um golpe em sua filmografia. Mas na época da paródia de James Bond “Número 1 do Serviço Secreto” (1977), já estava vivendo de lembranças e servindo de referências à década de 1960.

Sua carreira cinematográfica se esgotou após participar de “A Vingança da Pantera Cor-de-Rosa” (1978), último filme da famosa franquia estrelado por Peter Sellers, e de se envolver com dois dramalhões trash consecutivos, extraídos da obra infame da escritora Jackie Collins – “The Stud” (1978) e “The Bitch” (1979).

Os papéis desinteressantes no cinema a fizeram descobrir as artes plásticas, iniciando uma nova carreira como pintora a partir de 1976. Neste mesmo período, ela recebeu a oferta para estrelar uma produção televisiva que a marcaria profundamente.

Sue trabalhou em “Crossroads” por seis anos, estendidos em mais quatro de participações esporádicas, entre 1975 e 1985. E mesmo assim quase recusou o convite, por se tratar de uma soup opera (novela), gênero que considerava inferior.

Ela entrou em “Crossroads” no papel da governanta de um escritor americano, mas logo se envolveu com o dono do motel que dava título à produção. Em poucas temporadas, estava casada e promovida a gerente. A amizade floresceu também fora das câmeras, e a atriz acabou se casando na vida real com o intérprete de seu marido na ficção, o ator Ronald Allen – seis anos após saírem juntos da série.

O casamento, realizado em 1991, aconteceu poucas semanas antes de Allen morrer de câncer. Allen era gay e vivia com outro astro da soup opera, Brian Hankins, antes deste também morrer de câncer. Mas Sue foi muito feliz em seu relacionamento com o parceiro, trabalhando com ele ainda no filme “Comendo os Ricos” (1988) e no telefilme “Bergerac” (1990).

Antes de se casar com Allen, a atriz namorou Peter Sellers e Sean Connery, e as memórias desses affairs, vendidas a um jornal britânico, financiaram a compra de seu apartamento em Londres.

Prestes a encerrar a carreira, ela ainda voltou a contracenar com seu primeiro “namorado” das telas, Michael Caine, no filme “Expresso para Pequim” (1995), seu penúltimo filme e um retorno ao gênero da espionagem que a consagrou.
Após a morte do marido, Sue Lloyd afastou-se das câmeras, decidindo passar seu tempo com suas pinturas — um hobby que ela transformou num negócio bem-sucedido — reduzindo drasticamente seu trabalho como atriz.

Seu último filme foi a produção independente “Beginner’s Luck” (2001), mas ela ainda apareceu para se despedir dos fãs numa homenagem que marcou o aniversário de 40 anos da soup opera “Crossroads” em 2005, em que relembrou suas mais de 700 aparições na produção.

O título de sua autobiografia, publicada em 1998, resume sua trajetória multimídia, que começou na dança e terminou na pintura: “It Seemed Like a Good Idea at the Time” (parecia uma boa ideia na época).
Morreu Sue Lloyd, ela tinha 72 anos de idade e faleceu dia 20 de outubro de 2011.

(Fonte: www.pipocamoderna.com.br – Marcel Plasse – out 26 2011)

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