Stephen Hawking, astrofísico, cientista e cosmólogo britânico.

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Stephen Hawking, astrofísico, cientista e cosmólogo britânico.

Considerado por muitos cientistas como o mais brilhante físico desde Albert Einstein, o britânico Stephen Hawking completou no domingo dia 8 de janeiro, 70 anos. Sua trajetória é marcada por contribuições à ciência e pela superação de limites. Em 1962, mesmo ano em que terminou o curso de física em Oxford, descobriu que sofria de esclerose lateral amiotrófica, doença degenerativa que lhe deixou quase completamente paralisado. Mesmo assim ele seguiu os estudos, desenvolveu teorias sobre buracos negros e incentivou outros pesquisadores, que consideram o astrofísico como um gênio que “continua ampliando as fronteiras da física”.

Em entrevista ao jornal britânico The Guardian, o professor da Universidade de Londres, Bernard Carr, que foi aluno de doutorado de Hawking de 1972 a 1975, destacou a descoberta sobre a radiação térmica emitida pelos buracos negros. “Esse foi um dos resultados mais importantes para a física no século 20. (…) Na época, eu trabalhava com ele como estudante de doutorado e me sinto um privilegiado por ter acompanhado de perto o desenvolvimento da pesquisa”, afirmou. Carr disse ainda que naquela época, o astrofísico ainda não era tão famoso, “mas seu brilho já era claro para todos os seus colegas”. “No começo até fiquei um pouco assuntado por ser assistente da pessoa mais brilhante do departamento”, completou.

Famoso por seus livros para o público leigo, por participações em eventos (como a abertura da Paralimpíada de 2012) e programas de TV (como Os Simpsons e Jornada nas Estrelas: A Nova Geração) e por suas teorias científicas, o astrofísico britânico sofre desde os 21 anos de esclerose lateral amiotrófica, doença que lhe tirou o movimento do corpo.

O astrofísico Stephen Hawking profere palestras pelo mundo todo à convite de políticos e eventos.

Nascido na cidade inglesa de Oxford em 8 de janeiro de 1942, no tricentenário da morte de Galileu, Hawking sempre acreditou que a ciência era seu destino e, aconselhado pelos médicos, concentrou todas as suas energias no estudo da cosmologia.

“Quando Stephen já não podia usar suas mãos e manipular equações no papel, compensou isso treinando a manipulação de formas complexas em sua mente a grandes velocidades. Essa capacidade permitiu que ele encontrasse soluções para difíceis problemas da física que ninguém mais poderia resolver e, provavelmente, nem ele mesmo seria capaz sem essa nova habilidade”, disse o físico teórico americano Kip Thorne, um de seus colaboradores.

No dia de seu aniversário de 70 anos, o Centro de Cosmologia Teórica da Universidade de Cambridge, dirigido por Hawking, organizou um ato público para o qual as entradas se esgotaram semanas antes.

O astrofísico britânico Stephen Hawking não compareceu, por motivos de saúde, ao simpósio organizado em 8 de janeiro de 2012, em Cambridge, na universidade inglesa pelos seus 70 anos.

O astrofísico, há quase 50 anos afetado por uma doença neurodegenerativa que o mantém paralisado em uma cadeira de rodas e o obriga a se comunicar por meio de um computador, pode acompanhar a reunião sobre “O estado do Universo” graças a uma transmissão pela internet.

Durante sua carreira, Hawking recebeu inúmeros reconhecimentos e ocupou durante 30 anos a Cátedra Lucasiana de Matemáticas de Cambridge. Em sua vida privada, Hawking casou duas vezes e tem três filhos.

Trajetória

Stephen William Hawking nasceu no dia 8 de janeiro de 1942 em Oxford, na Inglaterra. Em 1962 se formou em física pela University College. No mesmo ano, descobriu que possuía esclerose lateral amiotrófica. Apesar da doença, seguiu nos estudos até se tornar Ph.D. em cosmologia pelo Trinity Hall, em Cambridge.

Em 1970, Hawking iniciou o trabalho sobre as características dos buracos negros, descobrindo que as estruturas emitem radiação. Publicou diversos livros, entre eles Breve História do tempo, de 1988.

Imobilizado em uma cadeira de rodas e se comunicando por meio de um sintetizador de voz, ele diz em seu site que concilia a vida familiar (tem três filhos e três netos), e sua investigação em física teórica junto com um extenso programa de viagens e palestras.
(Fonte: http://noticias.terra.com.br/ciencia – CIÊNCIA – /02 de Janeiro de 2012 e 30 de Janeiro de 2013)

Stephen Hawking em 1963, quando tinha 21 anos; neste ano, o jovem britânico que havia se graduado em física pela Universidade de Oxford descobriu que era portador de uma doença degenerativa

Stephen Hawking, que completa 70 anos neste domingo, é possivelmente o cientista mais conhecido do nosso tempo. Físico, cosmólogo, professor e pesquisador junto a diversas instituições de ensino, Hawking descobriu em 1974 que buracos negros emitem radiação térmica devido a efeitos quânticos. A teoria foi tão inovadora, que a tal radiação acabou levando o seu nome. “O Hawking foi muito importante ao calcular que efeitos quânticos fazem um buraco negro perder massa. Embora esta perda de massa seja muito pequena, com um longo tempo ela faz o buraco negro evaporar”, diz o professor do Instituto de Física da UFRGS Kepler de Souza Oliveira Filho.

Para chegar a esta conclusão, Hawking precisou unir áreas da física que nunca foram combinadas: as teorias quânticas, a relatividade e a termodinâmica. “Essa junção foi fundamental para apontar um novo jeito de pensar sobre as coisas”, diz o doutor Matthew Pitkin, pesquisador do Instituto de Física e Astronomia da Universidade de Glasgow. A descoberta levou a outros desdobramentos, como o surgimento de um campo chamado cosmologia quântica. “Ele foi uma das pessoas na linha de frente deste ramo, usando teorias de mecânica quântica e aplicando-as à cosmologia. Se você pensar, a mecânica quântica lida com as menores coisas que existem, enquanto a cosmologia lida com o universo todo. E tudo isso faz parte do grupo de contribuições que ele fez à ciência”, pondera o Dr. Pitkin.

Como Isaac Newton

A fama de Hawking chegou a lhe garantir aparições em séries como Os Simpsons e Star Trek: The Next Generation (Jornada nas Estrelas: A Nova Geração, no Brasil). Mas nas comemorações do seu septuagésimo aniversário, é a Universidade de Cambridge que está prestando a maior homenagem ao cientista. Ocupando a cadeira que uma vez foi de Isaac Newton, Hawking é tema de uma conferência de quatro dias que culminará em um simpósio aberto ao público. O evento, que será transmitido pela internet, contará com a presença do próprio Hawking, além de nomes como Saul Perlmutter, vencedor do Prêmio Nobel de Física em 2011. Na pauta está a revisão do status atual de campos de estudo como buracos negros, cosmologia e física fundamental.

Mas na opinião de Matthew Pitkin, acima de todas as teorias, a grande contribuição de Hawking está na divulgação da ciência para o grande público. Ao lançar o best-seller Uma Breve História do Tempo, o cientista procurou explicar ao leitor não especialista temas considerados bastante complexos . “O lançamento daquele livro foi um grande marco, e o fato de que ele foi tão bem sucedido levou a popularização da física e astronomia. Não é que Uma Breve Historia do Tempo seja fácil de ler, mas foi um dos primeiros livros de ciência a se tornar popular e a discutir cosmologia e o universo. Desde então, ele deu origem a uma quantidade gigantesca de “ciência popular”, com outros livros e especiais de TV, falando de física em geral e, mais especificamente, de astronomia. Então isso teve um impacto muito grande na percepção que o público tem da ciência e o que as pessoas sabem sobre o assunto”, diz Pitkin. Já Kepler Oliveira, da UFRGS, classifica Hawking como “tremendamente importante”. “Ele conseguiu transformar um assunto teórico difícil em algo de interesse da população”, diz o astrônomo.

Perseverança e bom humor
Quando foi diagnosticado com esclerose lateral amiotrófica aos 21 anos, os médicos avisaram Stephen Hawking de que ele não teria mais que 24 meses de vida. Desafiando todas as probabilidades, é a perseverança do cientista que une físicos e leigos na comemoração dos seus 70 anos. “Ele ainda está aqui, produzindo e trabalhando em pesquisas. Teve incontáveis estudantes que seguiram carreira e se tornaram grandes nomes da física e da astronomia. E todos eles concordam que, apesar de todas as dificuldades, ele tem pensamento muito ágil e ainda é capaz de lidar com os grandes conceitos de pesquisa que estão surgindo”, afirma o britânico Pitkin.

E tudo isso sem perder o bom humor. Ao conceder entrevista à revista New Scientist, Hawking confessou que buracos negros e formulas matemáticas não são desafio nenhum, e que ele passa os seus dias pensando em um assunto bem diferente. “As mulheres. Passo o dia inteiro pensando nelas. Elas são um completo mistério”, disse ele.

Há quem pense que a introspecção forçada pela doença facilite a elaboração das ideias complexas do cientista. “Ele passa mais tempo fechado em si mesmo do que a maioria das pessoas, pelas dificuldades causadas pela doença. Isto facilita o desenvolvimento de teorias que precisam de muita concentração, sem interferências externas”, afirma Kepler Oliveira. Já Matthew Pitkin ressalta a energia e a capacidade de abstração de Hawking. “Ele ainda viaja pelo mundo dando palestras, passa muito tempo em Los Angeles – e não é para descansar, mas sim para desenvolver pesquisas no Caltech, o Instituto de Tecnologia da Califórnia”, elogia o britânico.

“Se você for pensar, o que ele faz é incrível. Se ele for ler um trabalho qualquer, ou se ele tiver uma ideia para uma nova pesquisa, ele tem que deixar tudo dentro da cabeça, porque não consegue sequer pegar um papel e caneta para anotar uma equação, ou desenhar um diagrama”, lembra o professor da Universidade de Glasgow. “A maioria de nós ia ter dificuldade de fazer qualquer uma dessas coisas, mesmo tendo todos os movimentos. Qualquer um de nós colocaria alguma coisa no papel, ficaria olhando para aquilo horas, talvez dias, até desenvolver uma ideia. E ele ainda consegue fazer tudo isso, e o faz muito bem. É simplesmente impressionante”, completa.

(Fonte: http://noticias.terra.com.br/ciencia – CIÊNCIA – 08 de Janeiro de 2012)

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