Slava Zaitsev, estilista russo, costureiro por trás da moda soviética mundialmente famosa, frequentemente adornada com coloridos temas folclóricos russos

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Estilista Slava Zaitsev, o ‘Dior soviético’

Ícone da moda soviética e russa

Artista era conhecido pelas estampas dos vestidos similares aos tradicionais xales russos.

Vyacheslav ‘Slava’ Zaitsev, em 2018, depois de um desfile na semana de moda de Moscou — (Foto: Pavel Golovkin/via AP)

 

Vyacheslav ‘Slava’ Zaitsev (1938-2023), estilista russo, costureiro por trás da moda soviética mundialmente famosa, frequentemente adornada com coloridos temas folclóricos russos.

Em 1963, a revista francesa Paris Match o apelidou de “Christian Dior” soviético. Vinte e cinco anos depois, em 1988, a revista Vogue se referiu a ele como o “czar da moda soviética”.

Nascido em uma família da classe trabalhadora em 1938, Zaitsev teve seu primeiro reconhecimento internacional em 1963, quando a revista francesa Paris Match escreveu sobre sua coleção de macacões para trabalhadoras.

As jaquetas e saias brilhantes e floridas da coleção foram rejeitadas pela Fábrica Experimental de Roupas para a qual Zaitsev trabalhava, informou a agência de notícias RIA.

A imprensa francesa o apelidou de “Dior vermelho” na década de 1960.

Em 1965, ele começou a trabalhar como diretor artístico da experimental All-Union House of Fashion Models em Moscou, e alguns de seus designs, que muitas vezes implementavam padrões floridos tradicionais russos, foram exibidos no Ocidente.

Em 1969, o Museu de Arte Moderna de Nova York organizou uma mostra de vestidos femininos baseados em esboços de Zaitsev, entre outros. Após a apresentação, Zaitsev recebeu ofertas para abrir lojas no Ocidente, o que as autoridades soviéticas negaram.

Em 1979, Zaitsev trocou a All-Union House of Models por um pequeno ateliê, que em 1982 ele transformou na Slava Zaitsev Moscow Fashion House, tornando-se o primeiro estilista soviético com permissão para rotular suas roupas.

Entre os clientes russos de Zaitsev estavam estrelas da música, atores, socialites e políticos.

Criador de milhares de modelos de roupa ao longo de sua carreira, ficou marcado por seus vestidos estampados, parecidos com os tradicionais chales coloridos russos.

Trajetória

Zaitsev nasceu em 2 de março de 1938, em uma família de classe trabalhadora e modesta, na cidade de Ivanovo, de 400 mil habitantes ao nordeste de Moscou.

Estudou em uma escola técnica especializada em química e a seguir ingressou no Instituto Têxtil de Moscou, que era encarregado de formar os técnicos das fábricas de tecidos.

As universidades mais renomadas lhe fecharam as portas porque seu pai, capturado pelos alemães durante a Segunda Guerra Mundial, foi considerado pelo regime stalinista ao fim do conflito um traidor e o condenou a dez anos em um campo de trabalhos forçados.

“Quando era criança, minha mãe me ensinou a bordar para que não andasse pelas ruas sem rumo. À noite, colhia flores com umas amigas na avenida Lênin para desenhá-las e reproduzir esses desenhos nos bordados. Foi assim que me iniciei na arte”, contou o estilista à AFP.

Zaitsev teve seu primeiro reconhecimento internacional em 1963, quando a revista francesa “Paris Match” escreveu sobre sua coleção de macacões para trabalhadoras, de acordo com uma nota publicada no site de sua grife.

As jaquetas e saias brilhantes e floridas da coleção foram rejeitadas pela Fábrica Experimental de Roupas para a qual Zaitsev trabalhava, informou a agência de notícias RIA.

Em 1965, ele começou a trabalhar como diretor artístico da experimental All-Union House of Fashion Models em Moscou, e alguns de seus desenhos, que muitas vezes implementavam padrões floridos tradicionais russos, foram exibidos no Ocidente.

Quatro anos depois, o Museu de Arte Moderna de Nova York organizou uma mostra de vestidos femininos baseados em esboços de Zaitsev, entre outros. Após a apresentação, Zaitsev recebeu ofertas para abrir lojas no Ocidente, o que as autoridades soviéticas negaram.

Em 1979, Zaitsev trocou a All-Union House of Models por um pequeno ateliê, que em 1982 ele transformou na Slava Zaitsev Moscow Fashion House, tornando-se o primeiro estilista soviético com permissão para rotular suas roupas.

Entre os clientes russos de Zaitsev estavam estrelas da música, atores, socialites e políticos.

‘Dior soviético’

Ele também foi conhecido como o “Dior Vermelho”, por ser uma ‘resposta’ da União Soviética ao estilista francês. A imprensa francesa, inclusive, lançou a comparação em décadas passadas, como em 1963, chamado de “Christian Dior soviético” pela revista Paris Match, ou em 1988, quando a Vogue apelidou-o de “czar da moda soviética”.

Slava Zaitsev cresceu na região industrial de Ivanovo, onde hoje fica a Rússia, e teve uma juventude com alguns problemas devido ao fato de seu pai ter sido considerado “inimigo do povo” pelo regime stalinista e enviado a um campo de concentração. Por conta disso, não foi aceito em algumas faculdades quando almejava se tornar artista.

Acabou cursando design têxtil numa escola técnica, e posteriormente foi aceito no Instituto Têxtil de Moscou, em 1956. Nas décadas seguintes, seu trabalho ficou conhecido não só na União Soviética como também em outros países europeus. Em 1980, foi convidado pela delegação soviética para desenhar os uniformes da equipe local na Olimpíada de Moscou.

Zaitsev faleceu no domingo, 30, aos 85 anos. A informação foi confirmada à agência AFP pela assessora de sua casa de moda em Moscou. Ela também destacou que no último mês de março, quando reuniu amigos para comemorar seu aniversário, já estava em um estado complicado de saúde.

No início de março, quando o estilista “reuniu seus amigos por ocasião de seu aniversário, já parecia muito fraco”, informou à AFP a porta-voz de sua casa de moda em Moscou, Kira Burenina, que confirmou a informação da morte divulgada pela imprensa russa.

“O estilista Viacheslav Zaitsev faleceu. Neste ano, comemorou seus 85 anos”, informou a TV pública russa Pervy Kanal, rendendo homenagem a quem “ditou a moda soviética e russa durante décadas, um inovador que não temeu experimentos ousados”.

“É uma grande perda para o mundo da moda mundial”, declarou o estilista russo Sergey Zverev, citado pela agência pública Ria Novisti, ao lamentar a morte daquele a quem chamou de “lenda”.

Segundo seus colegas da Academia Russa de Belas Artes, da qual era membro, o estilista, também conhecido como “Slava” (diminutivo de seu nome, Viacheslav), morreu após uma prolongada doença.

(Crédito: https://www.msn.com/pt-br/estilo-de-vida/moda – IstoÉ Gente/ ESTILO DE VIDA/ MODA/ Por Lidia Kelly – (Reuters) – 1°/05/23)

(Reportagem da Reuters em Moscou e Lidia Kelly em Melbourne)

(Crédito: https://www.msn.com/pt-br/entretenimento/noticias – ENTRETENIMENTO/ NOTÍCIAS/ por Estadão Conteúdo – 31/04/23)

* Com informações da agência AFP.

(Crédito: https://g1.globo.com/pop-arte/noticia/2023/05/03 – POP & ARTE/ NOTÍCIA/ Por France Presse – 

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