Sergei Kirov, era um orador brilhante, muito popular no partido e entre o povo.

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Sergei Kirov (27 de março de 1886 – Leningrado, 1° de dezembro de 1934), era um orador brilhante, muito popular no partido e entre o povo.

MORTE EM LENINGRADO – A história do assassinato de Sergei Kirov, o chefe do partido em Leningrado, revela como o mecanismo dos expurgos começou a funcionar. Em dezembro de 1934, Leonid Nikolaev, um ex-bolchevique descontente, apareceu em frente ao Instituto Smolny, em Leningrado, onde ficava o escritório de Kirov.

Nikolaev tinha aparência suspeita, foi preso e revistado. Acharam até uma arma em seu poder. No entanto, acabou libertado. A única conclusão é que, depois de ter sido preso por agentes subalternos da Cheka (o nome da polícia secreta na época), ele foi libertado por ordem dos chefões da mesma polícia secreta – que o tinham enviado para cometer um ato terrorista. Pouco tempo depois Nikolaev conseguiu entrar em Smolny e fuzilou Kirov.

Mais tarde correu um boato de que Stálin queria ver Nikolaev. De joelhos, ele disse a Stálin que tinha agido mediante ordens, pedindo misericórdia e clemência. Talvez tivesse imaginado que seria perdoado apenas porque tinha executado sua missão. Foi um tolo. Para que a missão permanecesse secreta ele tinha que ser eliminado.

E assim aconteceu. Quando Stálin, Kliment Voroshilov, o ministro da Defesa, e Viacheslav Molotov, primeiro-ministro na época, foram a Leningrado para investigar a morte de Kirov, Stálin ordenou que o comissário encarregado da guarda de Kirov fosse trazido até ele para interrogatório.

No caminho, o carro da polícia bateu numa casa e o comissário morreu. Supostamente, o mecanismo da direção tinha quebrado. Muito mais tarde, houve uma tentativa de encontrar e interrogar os homens que estavam escoltando o comissário no dia do acidente. Soube-se então que nenhum deles estava vivo. Todos tinham sido fuzilados.

Stálin não ordenou pessoalmente a Nikolaev que matasse Kirov, mas não tem-se dúvidas de que estava por trás do golpe. O motivo: Kirov tinha transformado a organização do partido em Leningrado num grupo ativo com o qual o Comitê Central podia contar para implementar suas decisões. Ele era um orador brilhante, muito popular no partido e entre o povo. Portanto, um golpe contra Kirov ofenderia o partido e o povo. Sua morte daria o pretexto para estremecer o país, alarmando as pessoas de uma tal maneira que elas aceitariam o terror e permitiriam que Stálin se desfizesse dos “indesejáveis” e dos “inimigos do povo”. Stálin começou eliminando a velha-guarda bolchevique e depois ampliou o expurgo para aniquilar a nata do partido, do Exército, da intelligentsia – e também as pessoas comuns.

(Fonte: Veja, 26 de setembro de 1990 – ANO 23 – N° 38 – Edição 1149 – HISTÓRIA/ Por Copyright 1990 LITTLE, BROWN & Co., Boston – Pág; 88/92)
(Fonte: Veja, 1° de julho de 1970 – Edição 95 – LIVROS – Pág; 70)

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