Segunda Guerra Mundial – A II fase da ofensiva Nazi-fascista

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Segunda Guerra Mundial – A II fase da ofensiva Nazi-fascista

A invasão da URSS

Vários fatores contribuíram para que Hitler se decidisse a invadir a URSS. Era-lhe difícil precisar quanto tempo a União Soviética se manteria fora do conflito e já que mais tarde ou mais cedo ela se envolveria, decidiu tomar a iniciativa atacando antes.

Hitler subestimou o potencial soviético e de certa forma, sua opinião sobre a capacidade de resistência do Exército Vermelho era compartilhada pelos observadores ocidentais. Em 1937 Stalin havia expurgado todo alto-comando das Forças Armadas, 65% dos oficiais desapareceram nos campos de concentração ou pelos fuzilamentos.

A fragilidade do potencial soviético foi testada na guerra conta a pequena Finlândia, onde os russos padeceram severas perdas para submeter os fineses. Inegavelmente o peso maior devia-se ao antagonismo de ambos sistemas políticos. Hitler, afinal era o campeão do anti-comunismo, e esperava apoio mundial para sua cruzada contra bolchevismo. O pacto germano-soviético, fora apenas um interlúdio tático para consolidar seu domínio no Ocidente e desta forma poder jogar todo o peso do poderio alemão contra URSS.

Stalin recebeu vários avisos da iminência da invasão. Tanto o serviço secreto britânico como o Departamento de Estado americano alertaram-no com suficiente antecipação. O espião soviético, Sorge, que atuava na Embaixada Alemã em Tóquio, enviou mensagem indicando a data exata em que os exércitos alemães atacariam. Nada disso convenceu Stalin. Acreditava que não passavam de manobras para envolvê-los numa guerra contra a poderosa Alemanha. Ordenou, inclusive, que os exércitos soviéticos se afastassem da fronteira alemã para evitar qualquer tipo de provocação. Assim, não é de espantar que fossem pegos de surpresa quando a invasão iniciou.

Os alemães dividiram suas forças em três grandes grupos de assalto. Os Exércitos do Norte, sob comando do Gen. Von Leeb possuía 57 divisões e sua missão era ocupar os Estados Bálticos e unir-se com os finlandeses em Leningrado. Os Exércitos do Centro, sob comando do Gen. Von Bock, composto por 45 divisões tinha como missão dirigir-se a Moscou. Os Exércitos do Sul, sob chefia de Von Rundstedt, com 38 divisões deslocaria-se para as férteis regiões da Ucrânia e posteriormente para o Cáucaso, rico em minérios e petróleo.

Era a mais vasta operação de guerra até então ensejada pelos alemães, implicando numa força de 150 divisões mais tropas auxiliares de outras nacionalidades (romenos, húngaros, espanhóis, italianos, e pequenos grupamentos fascistas) perfazendo 3 milhões e duzentos mil soldados. Uma força dez vezes superior a de Napoleão quando este invadira a Rússia cento e trinta anos antes, e o maior exército invasor de todos os tempos.

O ímpeto do ataque alemão desbaratou as forças fronteiriças e destruiu, quase toda a força aérea soviética, que foi abatida no solo. A penetração alemã teve poucos obstáculos. Suas divisões blindadas avançavam celeremente, envolvendo os exércitos russos em enormes bolsões. Nos primeiros meses do conflito, mais de 650 mil prisioneiros foram feitos. O otimismo e a certeza de uma vitória fácil inundou o Alto-Comando alemão.

Pelos seus cálculos, pouco restava do poderio militar soviético, visto que em apenas cinco meses amplas regiões da Rússia caíram sob seu controle. Leningrado estava cercada, a estrada para Moscou desguarnecida, a Ucrânia desamparada. Mas lentamente a determinação e resistência dos soviéticos se fez sentir – uma guerra de vida e morte se perfilava no horizonte.

A locução de Stalin, feita em 4 de julho de 1941, dez dias depois da invasão alemã:

“Camaradas, cidadãos, irmãos e irmãs, combatentes do nosso Exército e da nossa Marinha! É a vos que me dirijo, meus amigos! Grave ameaça paira sobre o nosso país (…) Esta guerra nos foi imposta, achando-se o nosso país empenhado agora numa luta de vida ou morte contra o mais pérfido e maligno dos seus inimigos, o Fascismo Alemão. Nossas tropas se batem heroicamente em situação desvantajosa, contra um adversário fortemente armado de tanques e aviões… O grosso das tropas soviéticas, equipado com milhares de tanques e aviões, somente agora começa a participar dos combates… Unido ao Exército Vermelho, todo o nosso povo se levanta para defender a Pátria. O inimigo é cruel e impiedoso. Quer nossa terra, o nosso trigo e o nosso petróleo. Visa à restauração do Czarismo e à destruição da cultura nacional dos povos da União Soviética… quer nos fazer escravos de príncipes e barões germânicos.

Nas nossas fileiras não haverá lugar para os fracos e os covardes, para os desertores e causadores de pânico. Nosso povo será destemido na luta e combaterá com abnegação na guerra patriótica de libertação contra os escravizadores fascistas.

(…) Sempre que unidades do Exército Vermelho sejam obrigadas a recuar, todo o material rodante ferroviário há de ser também retirado. Ao inimigo não se deixará uma única máquina, um simples tanque, uma libra de pão ou uma latinha de óleo. Os kolkhozniki sairão com todos os seus animais, entregarão ao Estado suas reservas de cereais para o envio a retaguarda… Tudo o que não puder ser carregado será destruído, seja cereal ou ferro, combustível ou metais não ferrosos ou qualquer propriedade de valor.

(…) Camaradas, nossas forças são incomensuravelmente grandes. O inimigo insolente logo o perceberá. Unidos ao Exército Vermelho, milhares de trabalhadores, de kolkhozniki e de intelectuais irão à guerra. Surgirão muitos milhões mais. Os trabalhadores de Moscou e de Leningrado já começam a organizar um opolcheniye (corpo auxiliar de voluntários ) de milhares de militantes para auxiliar o Exército Vermelho… O imenso poder popular será empregado para esmagar o inimigo. Avante! À vitória!”

A resistência russa
O famoso teórico da guerra Clausewitz, já alertava sobre as dificuldades de se conquistar a Rússia. Sua vastidão, as poucas estradas e a determinação de lutar de seu povo, forçavam ao invasor a um assombroso desgaste. Num capítulo especial sobre os efeitos das marchas prolongadas, mostra como essas diminuem o potencial combativo de um exército. Ao penetrarem cada vez mais no solo russo, as forças alemãs começaram a sentir os efeitos destes fatores.

Agora não se tratava de conquistar pequenos países da Europa Ocidental e sim uma região que só em sua área européia, tinha mais de 5 milhões de quilômetros quadrados, duas vezes e meia superior a da Europa Ocidental. As linhas invasoras, ao se estenderem por mais de mil quilômetros, dificultavam o abastecimento e municiamento, assim como as tornavam vulneráveis ao ataque de guerrilheiros na retaguarda. Sendo o exército alemão essencialmente motorizado, havia necessidade constante de combustível e reposição de peças para torná-lo eficiente.

A resistência soviética aumentava de intensidade conforme os alemães se aproximavam de Moscou. O inverno de 1941 foi assaz precoce. O General Guderiam notou as primeiras nevascas na primeira quinzena de outubro. As estradas ficaram enlameadas diminuindo cada vez mais a capacidade de manobra das divisões panzer. Mesmo assim os alemães atingiram a periferia da capital soviética em novembro de 1941. A temperatura baixou terrivelmente, entre 20 e 25 graus abaixo de zero. Como esperavam o término da guerra para antes do inverno, foram surpreendidos sem vestuário apropriado.

Hitler ordenou que os exércitos aguardassem a passagem do inverno em suas posições de assalto. A capital seria conquistada na primavera de 1942. É neste momento que, com auxílio de tropas siberianas, o Marechal Zukov inicia o contra-ataque na região de Moscou, surpreendendo os alemães, afastando-os em definitivo. O pânico das tropas contaminou todo alto-comando, fazendo com que Hitler afastasse uma série de generais e assumisse o controle direto da guerra. A ordem era resistir em suas posições. Percebeu que uma retirada em pleno inverno, como muitos generais desejavam, poderia se transformar numa catástrofe de enormes proporções, desmoralizando definitivamente suas tropas. Segundo alguns, esta foi uma das poucas ordens sensatas de Hitler.

Na primavera verão de 1942, os alemães retomaram a ofensiva nas regiões do Sul da Rússia. Toda a área do Mar Negro foi conquistada, incluindo o Cáucaso. Foi o “verão negro” da história do Exército Soviético. No entanto, era visível que os russos preparavam-se cada vez melhor para enfrentar os cercos dos blindados alemães. Tropas aguerridas estavam se forjando no transcorrer das batalhas. Apesar das enormes perdas, os soviéticos passaram a ser abastecidos com um equipamento mais farto e de melhor qualidade, destacando-se o tanque T-34 e os morteiros-foguetes katyushas.

Até os finais de 1941 caíram sobre o controle alemão 40% da população soviética, 41% de suas estradas de ferro, 38% do gado, 58% das siderurgias de aço, 60% do alumínio, 84% do açúcar, 38% dos campos cerealísticos, 63% do carbono e 60% do ferro. Apesar dessas conquistas nunca as baixas alemãs tinham sido posto fora de combate; 202.251 mortos, 725.642 feridos e 46.511 desaparecidos, perfazendo até fevereiro de 1942, 31% do total da força invasora.

O esforço de guerra soviético

Nos últimos anos da década de trinta, conforme a negra nuvem da guerra se alastrava pela Europa, os soviéticos passaram a construir suas fábricas de forma a serem facilmente desmontáveis e conduzidas às regiões fora do alcance da aviação invasora. Quando os alemães atravessaram a fronteira da URSS em junho de 1941, deu-se início a remoção. Nos Urais foram instaladas 455 indústrias, 210 na Sibéria e 250 na Ásia Central, num total de 1.360.

Isso no entanto não evitou que mais de 1.700 cidades fossem destruídas como também 70 mil aldeias, desabrigando mais de 25 milhões de habitantes. 31.850 fábricas foram destruídas, 65 mil quilômetros de estradas de ferro totalmente inutilizadas, perecendo ainda 71 milhões de cabeças de gado variado. A mobilização da população propiciou às forças armadas de 11.556.000 soldados, dos quais 6.352.000 entraram em combate.

Catastróficas foram as perdas civis e militares. Apesar dos dados serem aproximativos Ellenstein os calcula ao redor dos 25 milhões de mortos (provocados pelo combate direto contra o inimigo, assim como pela fome, frio e epidemias). Das despesas totais para o esforço de guerra, calcula-se que a partir de 1942 60% da receita estatal foi destinada aos produtos bélicos. A produção de aviões atingiu a 3 mil unidades por mês a partir de 1943 e a de blindados – 2 mil.

Stalin, no final do conflito, afirmou que seu país havia construído 100 mil blindados e 120 mil aviões. Considerável igualmente foi a ajuda prestada pelos Estados Unidos e Grã-Bretanha: segundo o Gen. Deane, os aliados ocidentais enviaram para a URSS:

mil caminhões, 13 mil veículos de guerra, 2 mil veículos para canhões e 35 mil motocicletas;

milhões e 670 mil toneladas de produtos de petróleo;

milhões e 478 mil toneladas de víveres e equipamento ferroviário.

O auge do abastecimento, que se fez em sua maior parte pelo porto popular de Murmansk, ocorreu entre os anos de 1943 e 1944, contribuindo enormemente para a contra-ofensiva geral que levou os alemães à derrota.

A política de ocupação alemã

Como conseqüência lógica da política racista, os nazistas trataram com métodos bárbaros e cruéis as populações do Leste Europeu. Suas vítimas principais foram os poloneses e russos vistos como untermenschen (seres inferiores) pelos germanos conquistadores. De acordo com os princípios ideológicos de Mein Kampf diz-nos M. Crouzer – tratava-se de criar para algumas nações que disto fossem dignas, zonas vitais formadas dum certo número de “grandes espaços” (grossraum), política e economicamente autônomos, ligados por acordos bilaterais.

O centro seria formado pela Alemanha que seria a única a ser provida de parques industriais. Na periferia, estariam as nações camponesas – o Baurwall, ou “muro de camponeses”, colonizada por alemães (Führungsvolk) tendo como servos os eslavos. Reduzir as populações do Leste ao estado absoluto de vasalagem foi pois a política dos conquistadores. Foram constituídos tropas especiais de extermínio e eliminação de marxistas, franco-maçons, democratas-burgueses, sindicalistas, comissários políticos e principalmente judeus.

As regiões do Leste foram administradas pelos comissários do Reich (Reich-komissaer) com autoridade de vida e morte sobre as populações subjugadas. Seus objetivos, segundo Erich Koch eram claros: “Eu não vim aqui para espalhar a felicidade, vim para ajudar o Führer… Não estamos aqui para trazer manhã, mas para criar as bases de vitória. Somos uma raça de senhores que deve se lembrar sempre que o mais humilde trabalhador alemão tem social e biologicamente mil vezes mais valor que a população daqui”.

Assim, as escolas e universidades foram suprimidas, permitindo-se apenas o nível mínimo de escolarização. Professores e intelectuais foram fuzilados em massa. Este imenso império de terror era controlado pelo Reichsführer SS – Himmler que supervisionava pessoalmente a ação dos Einsatzuommandos, especializados no genocídio. Para tanto, foram construídos campos de concentração que passaram a eliminar pelo gás milhões de vítimas.

Em Auschwitz, tornou-se possível gasear um lote de 2 mil pessoas em meia-hora e repetir a operação 4 vezes por dia. As mais bárbaras e atrozes experiências foram feitas com os prisioneiros em melhores condições, tornando-se tristemente célebre o Dr. Mengele. A rede de campos era composta por 15 de grande porte (Dachau, Neungamme, Mathausen, Ravesbruck, Chelmo, Treblinka, Sobibor, Maidaneck, Belzec, Belsen, Auschwitz, Theresinstadt) e 900 menores, estando em sua maior parte situados em terras polonesas. Acredita-se que pereceram nos campos de extermínio, mais de 10 milhões de pessoas das quais 60% eram de origem judaica.

Conforme as necessidades da guerra aumentavam, as SS foram encarregadas juntamente com a Gestapo, de obterem mão-de-obra para a indústria alemã. Inicialmente solicitou-se o trabalho voluntário, mas a partir de 1942 instituiu-se o trabalho forçado adotando-se o seqüestro como uma maneira usual. Mais de 3 milhões de operários de ambos os sexos foram trabalhar no Reich, conduzidos como gado em enormes comboios ferroviários.

Pode-se dizer que Hitler, ressuscitou a velha política colonialista praticada pelos europeus na Ásia e na África, querendo transformar os eslavos “nos seus negros”, “nos seus amarelos”. É compreensível pois entender a tenacidade com que os russo lutaram.

A batalha de Stalingrado

“Stalingrado foi o ápice da campanha russa. É verdade que a frente recuou aos pulos e sobre grandes distâncias, mas de maneira irreversível.” – Lidde Hart

Stalingrado, cidade situada na margem direita do rio Volga, era um importante entroncamento fluvial e ferroviário que ligava as regiões minerais e petrolíferas do Cáucaso à área de Moscou. Hitler decidiu lançar o peso de sua ofensiva sobre esta cidade não só por motivos estratégicos, mas também políticos. Acreditava que provocaria um profundo abalo moral nas forças inimigas caso conquistasse rapidamente a cidade. As divisões alemãs que atuavam na Rússia foram ampliadas de 184 em junho de 1942 para 193 em agosto/setembro do mesmo ano. Assim reforçados, deram início a ofensiva sobre essa cidade.

A 17 de julho, o VI Exército sob o comando do Gen. Von Paulus teve ordem de dar início à mobilização que visava a ocupação de Stalingrado. Em setembro a luta se estende para o seu interior e sua queda é eminente. Hitler, eufórico, chega a anunciar a rendição para qualquer momento. No entanto, o avanço alemão por entre as ruínas da cidade é cada vez mais moroso. O 62º Exército comandado por Chuikov resiste a sombra de cada casa, de cada rua, de cada porão.

A terrível oposição das tropas russas não evita que os alemães se apropriem de quase 70% da cidade. Chuikov faz referências a extrema dificuldade em se defender um fronte que tinha de extensão mais de 40 km e uma profundidade de apenas 3 km. Na outra margem do rio, os russos colocam sua artilharia que através de sucessivas barragens, evitam que o restante da cidade caia em poder dos alemães. As perdas de ambos os lados são imensas. O inverno se aproximava e a vitória alemã não se concretiza.

Em 19 de novembro de 1942, após silencioso preparativo, os soviéticos, sob o comando do Gen. Zukov realizam a contra-ofensiva. Três grandes corpos de exércitos (de Vatutin, de Rokossovsky e de Yeremenko) avançam pelo frágeis flancos do VI Exército, terminando por cercá-lo completamente a 23 de novembro de 1942. Vinte e duas divisões de elite e mais dois exércitos romenos encontram-se aprisionados no chamado “caldeirão” de Stalingrado.

O Gen. Von Paulus solicita ordens para executar uma retirada em quanto fosse tempo. Hitler, teimosamente ordena que os alemães devam permanecer nas posições conquistadas, enviando um corpo blindado (Hooth-Mainstein) para tentar romper o bloqueio. Os russos com relativa facilidade e auxílio das baixas temperaturas conseguem afastá-lo das cercanias da cidade. Em dezembro de 1942 os soviéticos apelam para a rendição do VI Exército, dada a inutilidade de qualquer resistência. O natal de 1942 é lúgubre em toda a Alemanha.

O führer, tenta criar uma situação emocional favorável ao espírito de resistência até o último homem. Promove Von Paulus a Marechal, esperando lhe dar ânimo. Dos 330 mil soldados existentes dentro do “caldeirão” a metade já havia perecido nos combates, pela fome e pelo frio. As promessas de Güring, de abastecer os sitiados via aérea não se concretizaram.

Entre os dias 10 de janeiro a 2 de fevereiro de 1943, as tropas soviéticas executam a operação final, que culmina na rendição incondicional de quase cem mil homens. Foi a maior derrota militar do Exército alemão em todos os tempos, marcando o fim da supremacia estratégica e tática da Alemanha, que definitivamente perdeu a iniciativa da guerra. Dali em diante, os soviéticos passariam a determinar os rumos do conflito. A Batalha de Stalingrado marca a reviravolta dos destinos da guerra e o princípio do fim da Alemanha Nazista.

1941: a guerra se torna mundial e o O Japão desafia os EUA

Até dezembro de 1941, podemos dizer que a Guerra era um conflito entre nações européias. Mas a partir de então vai se generalizar pelas extensas regiões da Ásia. O Japão, aliado da Alemanha desde 1937, já estava envolvido com a China. Divididos entre as forças do Koumitang liderados por Chiang Kai-shek e do Partido Comunista de Mao Tse-Tung, os chineses tinham dificuldades em formar uma aliança para combater o invasor.

Isso permitiu aos japoneses ocupar quase que um sexto do seu território, incluindo as populosas cidades do nordeste do país, como Pequim. Quando a França foi invadida pelos alemães em junho de 1940, aproveitaram-se da debilidade do velho Império Colonial para apropriar-se de suas colônias. A Indochina francesa é ocupada.

A expansão japonesa é vista com temeridade pelos Estados Unidos. Roosevelt trata de bloquear de todas as maneiras o seu crescimento militar e econômico. Seu primeiro passo foi anular os acordos comerciais que mantinha com o império do Sol Nascente. Inicia o embargo de petróleo e de matérias-primas minerais fundamentais para a indústria de guerra japonesa, além de lhes congelar os créditos que o Japão possuía nos Estados Unidos. No campo diplomático iniciam-se conversões para obter a evacuação dos nipônicos da China e Indochina – que fracassam. O estado de guerra torna-se latente.

Internamente, a opinião pública era favorável a manutenção do isolacionismo. Os Estados Unidos não deviam entrar na guerra. Poderosos movimentos de direita se organizaram a favor da política do não-envolvimento. Pode-se dizer que somente Roosevelt e seus acessores sabiam que a participação americana no conflito era inevitável. A coesão nacional em torno do seu governo surgiu, quando os japoneses realizaram o surpreendente ataque à base naval de Pearl Harbour no Hawai, sede da frota americana no Pacífico. O dia 7 de dezembro coloca os Estados Unidos diretamente na Guerra.

Mensagem de guerra

Dois dias depois o Presidente Roosevelt leu sua mensagem de guerra à nação:

“O verdadeiro objetivo que buscamos situa-se muito acima e além do feio campo de batalha. Quando recorremos à força, como o fazemos agora, estamos resolvidos a que essa força seja dirigida para o bem último assim como contra o mal imediato. Nós, americanos não somos destruidores – somos construtores.

Estamos agora no meio de uma guerra, não de conquistas, não de vingança, mas por um mundo no qual esta nação, e tudo quanto esta nação representa, seja preservado para os nossos filhos. Esperamos eliminar o perigo do Japão, mas isto de pouco nos servirá se, conseguindo-o, verificarmos que o resto do mundo está dominado por Hitler e Mussolini. Vamos vencer a guerra e vamos conquistar a paz que se seguirá. E nas horas escuras deste dia – e através dos negros dias que talvez ainda venham – saberemos que a vasta maioria dos membros da raça humana está do nosso lado. Muitos deles estão lutando conosco. Todos eles estão orando por nós. Pois, representando nossa causa, representamos também a deles – nossa esperança e sua esperança pela liberdade sob Deus.”

A expansão japonesa: Ásia e Oceania – 1941 – 1942

O ataque a Pearl Harbour não foi uma operação isolada do Alto Comando estratégico japonês, e sim parte de uma operação mais vasta, que compreendia ataques simultâneos às colônias inglesas, holandesas e americanas. Os objetivos desta ofensiva relâmpago eram sedimentar posições defensivas para, posteriormente, travar uma guerra de desgaste com os Estados Unidos e Grã-Bretanha. Os japoneses sabiam perfeitamente do extraordinário potencial.

Regiões conquistadas pelo Japão

Países Área (km2) População

China 1.500.000 237.000.000
Indonésia 1.084.345 140.000.000
Indochina 510.800 60.000.000
Coréia 220.735 52.000.000
Filipinas 297.370 45.000.000
Birmânia 677.950 31.000.000
Malásia 330.400 12.000.000
Total 5.441.600 450.000.000

Segunda Guerra Mundial – A derrota do eixo

Esforço de guerra americano

Poucos dias após o ataque japonês, Hitler e Mussolini declararam guerra aos Estados Unidos. Desta maneira esperavam que os japoneses fizessem o mesmo em relação a URSS. No entanto, o governo japonês alegou que estava excessivamente comprometido na guerra da Ásia para poder atacar os russos pela Sibéria – seria ampliar em demasia seu raio de ação. Enquanto isso, os Estados Unidos lançam-se freneticamente na construção bélica para poder aparelhar suas esquadras e adestrar seus exércitos.

No conjunto, foram mobilizados para servir nas Forças Armadas um total de 15.145.115 homens e mulheres (sendo que 10.420.000 no Exército, 3.883.520 na Marinha, 599.593 como fuzileiros navais e 211.902 como guardas do litoral; a Força Aérea abrigou um efetivo superior a 30 mil homens). A reciclagem da sua indústria foi surpreendente fazendo com que os gastos militares atingissem a impressionante soma de 350 bilhões de dólares nos quatro anos de guerra.

A contra-ofensiva americana no Pacífico (1942/45)
Recuperando-se das perdas em Pearl Harbour e transferindo parte de sua esquadra do Atlântico para o Pacífico, os americanos dão início a contra-ofensiva que tendo início em maio de 1942, se encerrará com a rendição do Japão, trinta e oito meses depois, em 2 de setembro de 1945. A batalha do mar dos Corais põe fim a ofensiva japonesa no Pacífico Sul. Em junho tratava-se a primeira grande batalha naval em Midway, onde os nipônicos perdem 4 porta-aviões propiciando o desembarque americano em Guadalcanal (agosto de 1942). O ano de 1943 dá início à maciça ofensiva americana-australiana sob comando do Gen. Douglas Mac Arthur, que ocupa pequenas ilhas do pacífico sul-ocidental afastando os japoneses da região. Em 1944 iniciam a operação de reconquista das ilhas Filipinas que terminam ocupadas em fevereiro de 1945.

Paralelamente a este processo, britânicos e americanos, após recuperarem a estrada que liga a Birmânia à China, passam a enviar equipamentos militares para o exército de Chiang-Kai”Shek. No entanto, os resultados esperados não se fazem sentir. Chiang, teme muito mais seu rival Mao Tse-tung, que as forças japonesas. No biênio obrigados a recuar em todos os frontes.

A Guerra do Pacífico, possui características próprias. Ao contrário da guerra na Europa, baseada em operações de blindados e massas de tropas, a guerra contra o Japão, envolveu basicamente unidades navais – onde os porta-aviões tiveram um papel dos fuzileiros navais foi de relevante importância. Praticamente eram operações de “desentocamento” – pois os japoneses resistiam estoicamente em suas posições. A artilharia da marinha, os bombardeios aéreos, o lança-chamas, as operações de desembarque, foram os denominadores comuns da guerra no Pacífico.

A contra-ofensiva anglo-americana Norte da África (1942/43)

Enquanto os soviéticos aparavam os vigorosos ataques das tropas alemãs no Fronte Oriental, os exércitos americanos e ingleses iniciaram uma operação de destruição do Fronte Sul do eixo. Simultaneamente aos britânicos, que sob o comando do Gen. Montgomery iniciavam sua contra-ofensiva partindo de El Alamein, no Egito; uma enorme força-tarefa anglo-americana deslocava-se em direção ao Norte da África.

Inicia-se a operação Tocha, sob o comando do Gen. Eisenhower, que desembarcou no Marrocos e Argélia. Os exércitos italianos e africakorps viram-se obrigados a lutarem duas frentes. Dada a superioridade aérea e naval dos aliados as forças do Eixo, foram obrigadas a baterem em retirada. Os alemães ainda enviaram um inútil auxílio para seu enclave na Tunísia. No dia 13 de maio de 1943 ocorreu a capitulação dos “Corpos de Exército da África” com a rendição de 252 mil soldados alemães e italianos. No espaço de seis meses e meio, o eixo perdeu definitivamente o controle do Mediterrâneo, abrindo as portas para a invasão da Itália.

A contra-ofensiva anglo-americana da Itália (1943)

No verão de 1943 (junho-agosto) os exércitos aliados invadem a estratégica ilha da Sicília. Montgomery, no comando do VIII exército britânico e Patton, chefiando as forças americanas ocupam as principais cidades da ilha (Tarento, Palermo e Messina). A queda da Sicília provoca o desprestígio de Benito Mussolini, que é destituído pelo Grande Conselho Fascista por solicitação do rei Vitorio Emanuel III. Depois de ter sido preso, em 25 de julho, é constituído um novo governo na Itália dirigido pelo Gen.

Badoglio, que além de dissolver o partido fascista inicia conversações secretas com os aliados para retirar a Itália da guerra. Em setembro proclama-se o armistício entre a Itália e os aliados. Hitler, prevendo sua defecção, ordena (operação Eixo) a ocupação das principais cidades peninsulares e no desarmamento e aprisionamento dos soldados italianos. Badoglio e a família real procuram refúgio junto aos aliados. Mussolini, que havia sido detido nos Alpes, é resgatado numa operação comando ordenada por Hitler. Para prestigiar seu velho aliado forma a República Social Italiana (República de Saló) no Norte da Itália e a coloca sob seu comando, mas quem de fato governa são as tropas da SS.

A campanha da Itália que tem início em princípio de 1944 vai se tornar extremamente morosa. A acidentalidade do terreno e a resistência dos alemães transforma o movimento aliado numa dolorosa conquista passo de cágado. Depois da rendição alemã em Monte Cassino (fevereiro/maio)os aliados ocupam toda a Itália Central (Roma, Pisa e Florença), enquanto os alemães encastelam-se na “Linha gótica”. Ainda resistirão por um ano, até a rendição de 28 de abri de 1945.

Nesta mesma data Benito Mussolini é capturado e fuzilado por forças guerrilheiras quando pretendia exilar-se na Suíça. Foi na Itália que a Força Expedicionária Brasileira atuou como integrante das Forças Aliadas. O Brasil, que havia declarado guerra ao Eixo em 1942, preparou uma divisão de 25 mil homens sob o comando do Gen. Mascarenhas de Morais equipada com material bélico americano. Os brasileiros se celebrizaram pela conquista de Monte Castelo onde tiveram o maior número de baixas na campanha de 1944.

Dia D – A Invasão da Normandia

Desde 1942, os soviéticos insistiam na necessidade dos aliados abrirem um “Segundo Fronte” na Europa Ocidental, pois os Exércitos russos estavam sangrando ao terem de enfrentar 266 divisões invasoras (das quais, 193 alemãs). Americanos e ingleses alegavam que para tal, necessitavam de um longo período de preparação e adestramento das tropas, visto que teriam de ultrapassar a “Fortaleza do Atlântico”.

Essa era um conjunto de fortificações construídas pelos alemães no litoral da Bélgica e da França que visava tranqüilizar as tropas nazista que combatiam na Rússia. Os alemães cometeram os mesmos equívocos dos franceses ao construírem a Linha Maginot, por um sistema defensivo estático pouco poder fazer numa guerra caracterizada pela intensa mobilidade das forças e pelo potencial dos bombardeiros aéreos.

Finalmente, na metade do ano de 1944, os aliados ocidentais deram início à Operação Overlord. Uma frota de mais de três mil barcos transportando 350 mil homens partiu, partiu das costas do sul da Inglaterra em direção à Normandia. Os alemães esperavam que a invasão fosse realizada no passo de Calais e foram surpreendidos. Depois das dificuldades iniciais (principalmente na praia de Utah) as forças anglo-americanas conseguiram formar uma sólida cabeça-de-ponte no litoral francês.

Os portos da região foram dominados e, graças à absoluta superioridade aérea e naval, os alemães tiveram que recuar. A partir de então a dominação alemã sobre a França estava selada. Mais de um milhão de homens e equipamentos de alta qualidade foram desembarcados, dando início à ofensiva sobre Paris. Sentindo a inutilidade da continuação do conflito, um grupo de altos oficiais alemães tenta assassinar Hitler em 20 de julho. Apesar de sair ferido Hitler consegue sufocar a rebelião ordenando o julgamento sumário dos principais envolvidos (Stauffenberg e outros, são enforcados).

Em setembro de 1944, Paris é ocupada pelo conjunto das forças aliadas (americanos, ingleses e franceses livres) e o General De Gaule faz sua entrada triunfal na cidade. Até o fim do mesmo ano a França encontra-se liberada. Ainda assim os alemães tentam uma operação contra-ofensiva na região de Ardenas aproveitando o mau tempo e, conseqüentemente, a neutralização da superioridade aérea dos aliados. Apesar da surpresa, as forças americanas e inglesas rapidamente se recompõe e liquidam com as divisões panzers (18 a 24 de dezembro de 1944).

A invasão da Alemanha terá início nos finais do inverno de 1944/45. As forças aliadas dividem-se em três grandes corpos. Os ingleses de Montgomery atravessam o Reno e dirigem-se para o Norte da Alemanha, isolando as tropas nazistas na Holanda. O Centro, sob o comando de Omar Bradley dirige-se para o coração industrial do IIIº Reich – a região do Ruhr, onde forçam a capitulação de 22 divisões alemãs em 14 de abril. O Sul, é responsabilidade do IIIº e IVº exército americano, sob o comando de Denvers, que se dirige para o Brener e fará ligação com os soviéticos no Elba. A guerra na Europa estava em seus estertores.

Cerco e capitulação do IIIº Reich 1943/45

Depois de Stalingrado (novembro/1942-fevereiro/1943) a sensação de vitória inundou o exército soviético. O duro ano de 1942, foi sucedido por brilhantes vitórias militares, onde os alemães foram gradualmente sendo desprovidos de suas melhores energias assim como obrigados a ceder amplas extensões de território ocupado. A contra-ofensiva russa se dá em toda a frente – das terras geladas do norte às férteis planícies da Ucrânia.

Dotados de melhor equipamento, as tropas soviéticas sentem-se mais seguras e autoconfiantes empurrando vigorosamente o inimigo para suas fronteiras. No Norte liberam a zona de Nevel; no setor central conquistam Smolesk e as operações do Sul terminam com a captura da bacia do Donez de onde avança em direção ao rio Dnieper, fazendo com que as forças alemãs que ocupavam a Criméia terminassem por ficar isoladas.

No verão de 1943 (julho/agosto) travou-se a maior batalha de tanques de todos os tempos. Acredita-se de cerca de seis mil blindados e quatro mil aviões tomaram parte da batalha de Kursk. Devido à exigüidade do território disputado, o massacre tomou formas nunca dantes vistas. Os alemães acusaram baixas de 70 mil mortos e 2.900 tanques destruídos assim como 1392 aviões abatidos e a perda de mais de 5 mil veículos. Nunca mais a Wehrmacht conseguiu recuperar-se de tamanho abalo.

A tragédia de Leningrado

Das grandes tragédias que ocorreram durante a Segunda Guerra Mundial, a de Leningrado merece atenção especial. Se milhares de pessoas haviam sucumbido em Hiroshima e Nagasaki, em Hamburgo e Dresdem, ou pelos raides aéreos sobre Londres e Coventry, nenhuma catástrofe se compara com a que ocorreu com a população civil de Leningrado. Cercada desde o início da invasão alemã, foi submetida ao bombardeio e isolada do resto do país por 900 dias.

Dos seus três milhões de habitantes existentes em 1941, um terço sucumbiu pelas bombas e, principalmente pela fome. Como disse H. Salisbury: “Este era o maior e mais prolongado cerco jamais suportado por uma cidade moderna…” Logo nos primeiros dias a aviação alemã conseguiu destruir suas reservas de alimento; um terrível racionamento foi imposto. Pessoas debilitadas pela falta de proteínas simplesmente morriam no trajeto para o trabalho, nos bancos das praças, nos escritórios ou em suas habitações. Foi preciso esperar mais de seis meses para poder evacuar parte da população aproveitando o congelamento do Lago Ladoga, única via de ligação existente com a parte russa não ocupada pelos invasores, chamada “Estrada do Gelo”.

Por ela, as autoridades soviéticas conseguiram evacuar 512 mil pessoas no inverno de 1941/42 assim como atenuar a carência de alimentos, combustível e munição. A população restante resistiu até a liberação final da cidade, mas as perdas humanas foram assombrosas. No julgamento de Nurenberg falou-se de 632 mil vítimas, enquanto outras fontes indicam 900 mil mortos. Seja qual for a correta, o fato é que Leningrado possui o maior cemitério de vítimas civis da Segunda Guerra Mundial.

A ofensiva final sobre Berlim

O ano de 1944 continuou auspicioso para os soviéticos. Sua ofensiva de verão liquidou com 25 divisões alemãs na região de Minsk. Em agosto aproximam-se de Varsóvia. Neste momento ocorreu mais um dos terríveis martírios do povo polonês. Acreditamos que a proximidade das tropas soviéticas os socorresse, os partisans poloneses tentaram um levante na Capital que redundou num fracasso.

As represálias nazistas foram violentas, mais de 300 mil pereceram. Em outubro de 1944, as tropas soviéticas invadem pela primeira vez o solo alemão – a Prússia Oriental é conquistada. Durante o inverno de 1944/45 os russos preparam sua ofensiva sobre a capital do Reich. 2 milhões e meio de soldados, 6.250 blindados e 7.500 aviões são concentrados para o assalto final. Em 16 de abril o exército Vermelho, sob o comando do Gen. Zucov, (tendo em seu apoio o Gen. Konev) dá a salva inicial que culminará com a rendição de Berlim. Hitler, havia ordenado a mobilização geral da população, convocando todos os homens aptos entre os 16 e 60 anos, organizados em milícias populares (Deutscher Volksturn).

A indústria alemã, apesar dos constantes bombardeios aliados, continuava produzindo em larga escala; o que lhe faltou foi combustível e homens qualificados para utilizar o material bélico. Todos concordam que a resistência alemã foi muito mais significativa contra os russos do que contra os aliados ocidentais. As rivalidades ideológicas e o terrível massacre dos civis no Fronte Oriental, fizeram com que temessem represálias por parte dos soviéticos.

Nos fins de abril, mesmo com os inauditos esforços do Gen. Henrici, os russos penetram na periferia de Berlim. Hitler escreve seu testamento político, ao mesmo tempo que nomeia o Almirante Doenitz Presidente do Reich e indica Goebbels como seu Chanceler. No dia 30 de abril comete suicídio, acompanhado por sua mulher Eva Braun e por Goebbels e família. A primeira capitulação se dá em 7 de maio em Reims, no Quartel General de Eisenhower pelo Gen. Jodl. No dia seguinte, o Mal. Zucov aceita a rendição alemã feita pelo Marechal-de-Campo Keitel. A guerra na Europa tinha finalmente chegado a seu fim após mil e setecentos dias de matanças inauditas na história da humanidade.

Bombas atômicas e a rendição do Japão

Em 19 de fevereiro os americanos desembarcam pela primeira vez em território nipônico, travando a batalha pela posse da ilha de Iwojima e logo após a de Okinawa. Estas duas batalhas sangraram profundamente o corpo de fuzileiros navais. A Marinha Imperial, que sistematicamente vinha sendo derrotada, praticamente se desativou no primeiro semestre de 1945. Deve-se destacar, que a superioridade técnica dos aviões Zero pouca efetividade tiveram contra as levas de aviões americanos. Em desespero, jovens pilotos japoneses transformaram-se em kamikazes (pilotos suicidas), que após abarrotarem seus aviões de bombas, lançam-se diretamente contra as embarcações inimigas. Apesar da bravura pessoal dos kamikazes, pouco efeito tiveram no resultado geral do conflito.

Em agosto de 1945 (no dia 6) um discreto e solitário avião – o “Enola Gay” – lançou o mais poderoso artefato de guerra de todos os tempos – a Bomba Atômica – sobre a desprotegida cidade de Hiroshima, massacrando mais de cem mil pessoas e ferindo outros tantos. Três dias depois é a cidade de Nagasaki que vai conhecer os horrores da explosão nuclear. Ao Japão nada mais lhe restava senão render-se.

No dia 2 de setembro, a bordo do encouraçado Missouri, ancorado na baía de Tóquio – o governo japonês capitula perante os Estados Unidos, encerrando a Segunda Guerra Mundial.

Notas 1943/45

A Blitzkrieg funda-se na necessidade de uma ofensiva rápida que surpreenderá no próprio local o adversário com forças superiores, em seu ponto mais fraco, impedindo-o em seguida, de estabilizar sua frente. É pela surpresa que é preciso atacá-lo, rápida e fortemente a fim de aniquilá-lo. Convém, então aproveitar ao máximo os transportes motorizados que, cinco vezes mais rápidos que os antigos, permitem uma grande flexibilidade de manobra e a pronta concentração de forças sobre o centro de gravidade, isto é, dispor de uma superioridade esmagadora sobre uma frente estreita, no ponto decisivo, aí efetuar uma penetração, ampliá-la e investir para o interior, antes que o adversário tenha tempo de reagir. Seu principal teórico foi Heinz Guderiam que a expôs num artigo em 1929 cujo título era Achtung Panzer! (Vide M. Crouzet – a Época Contemporânea in História Geral das Civilizações, vol. Nº 16, pág. 25).

A política dos campos de concentração e da prática do genocídio foi inspirada nas leituras feitas por Hitler sobre a política colonial inglesa e nos sistemas de “reservas” adotado pelos americanos para guardar e exterminar pela fome e pelo combate desigual as índios que não se submetiam ao cativeiro. (Vide John Toland – A. Hitler, vol. II, pág. 852).

Sobre a resistência soviética: “… a nossa política obrigou os bolchevistas e os nacionalistas russos a se unirem, numa frente comum contra nós. Os russos estão, hoje em dia, se batendo com uma coragem e um sacrifício pessoal extraordinários por um objetivo que não é nem mais nem menos do que o reconhecimento da dignidade humana”. (Memorando de O. Bräutigan a Hitler).

A teoria do “espaço vital” já havia sido esboçada no século XIX, quem a popularizou foi Arthur Moeller van der Bruck: considerado como o profeta do IIIº Reich, que deveu sua fama justamente à obra DAS DRITTE REICH, aparecida em 1923. Voltando a tomar temas comuns da polêmica nacionalista (a condenação de um povo de sessenta milhões de homens constrangido num espaço insuficiente) e a criticar os socialistas, associando-os ao judaísmo, propunha a formação de um terceiro partido entre o progresso e a reação, “o partido de todos os alemães que desejam defender a Alemanha por amor ao povo alemão”.

(Fonte: http://www.terra.com.br/noticias/educacao/infograficos/segunda-guerra – NOTÍCIAS – EDUCAÇÃO – HISTÓRIA – EDUCAÇÃO – SEGUNDA GUERRA MUNDIAL/ Por Voltaire Schilling – Agosto de 2013)

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