Powered by Rock ConvertNo dia 19 de dezembro de 1990 Morre o escritor e jornalista Rubem Braga.
Em 1939, quando desembarcou para ficar na Porto Alegre que conhecera de passagem no centenário da Revolução Farroupilha, quatro anos antes, Rubem Braga era esperado por duas pessoas: o jornalista e escritor Carlos Reverbel e um policial. O primeiro trazia um abraço hospitaleiro, o segundo, uma ordem de prisão. Rubem Braga havia trabalhado em um jornal da Aliança Nacional Libertadora, a Folha do Povo, de Recife, e desde então era vigiado como esquerdista. Reverbel acabou preso junto com o amigo. Foi liberado logo, e tratou de tirar o colega da prisão. Telefonou a Breno Caldas, diretor e proprietário da Caldas Júnior, que por sua vez telefonou ao interventor do Estado. Oswaldo Cordeiro de Farias mandou libertar Rubem Braga imediatamente. Acomodadas as coisas nas polícia, Rubem Braga ingressou na Companhia Jornalística Caldas Júnior. Além de atuar na Redação do Correio do Povo, assinava uma crônica diária na Folha da Tarde, que assim passaria a ser um dos inúmeros jornais brasileiros pelo gênio do nosso cronista maior. Da sua fase porto-alegrense, que duraria cerca de um ano, Rubem Braga teve uma passagem marcante pelo Estado. Além da marca pessoal, inigualável e inimitável, a carreira literária de Rubem Braga apresenta a singularidade de ter sido realizada para atender compromissos profissionais na imprensa diária ou periódica.
A sua incomparável obra literária foi formada com a seleção e publicação em livro de crônicas divulgadas anteriormente em jornais e revistas. Embora também tenha praticado o jornalismo, a sua produção na imprensa sempre se caracterizou pela alta qualidade literária. E quando se diz que nada é mais antigo do que o jornal do dia anterior, isto não atinge a matéria viva por ele deixada nas coleções de jornais em que atuou.
(Fonte: Correio do Povo Ano 113 Geral sexta-feira, 19 de dezembro de 2008 Cronologia/ RENATO BOHUSCH Pág; 25)
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