Ronaldo Simões Coelho, psiquiatra e escritor, foi uma das maiores referências nacionais na área da literatura infantil

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Escritor Ronaldo Simões Coelho escreveu quase 70 livros infantis, publicados no Brasil e no exterior, com tradução para diversos idiomas

 

O mineiro de São João Del Rey foi autor de cerca de 70 obras infantis e revolucionou a psiquiatria brasileira, ajudando a extinguir o Hospital Colônia de Barbacena.

 

Ronaldo Simões Coelho (São João del-Rey, 16 de abril de 1932 – em Belo Horizonte, 27 de dezembro de 2020), psiquiatra e escritor mineiro, foi uma das maiores referências nacionais na área da literatura infantil, escreveu quase 70 livros infantis, publicados no Brasil e no exterior, com tradução para diversos idiomas. Os escritos dele chegaram a ser recomendados por instituições de prestígio na literatura, como a Biblioteca Internacional da Juventude de Munique, e o Prêmio Jabuti.

 

Médico, natural de São João Del-Rey, na região do Campo das Vertentes, o artista atuou como psiquiatra a partir de meados da década de 1980.

 

Ronaldo foi autor de mais de 60 obras, sendo algumas traduzidas para as línguas espanhola e alemã. Entre seus títulos mais vendidos estão “Macaquinho”, “Dormir Fora de Casa” e “O Pato Poliglota”.

 

Além de destaque na literatura, também foi nome fundamental no exercício da psiquiatria em Minas Gerais. Foi um grande crítico da violência presente em manicômios de Belo Horizonte e de cidades do interior, especialmente Barbacena, e defensor da humanização na assistência aos pacientes.

 

Com trajetória na literatura e na medicina, na origem, Ronaldo foi psiquiatra (na década de 1980 começou a atuar como terapeuta de linha psicanalítica), e é na escrita que encontrou uma outra paixão, a que se dedicou por toda a vida.

 

O autor é natural de São João del-Rei, no Campo das Vertentes, e assina quase 70 livros infantis, publicados no Brasil e no exterior, com tradução para vários idiomas, muitos, inclusive, na lista de recomendação por diferentes instituições, como a Biblioteca Internacional da Juventude de Munique. Já foi contemplado com o prêmio Jabuti por Melhor Adaptação, entre diversas outras premiações.

 

Na década de 1970, foi supervisor de psiquiatria no Instituto Nacional de Assistência Médica da Previdência Social (Inamps) e recebeu o filósofo francês Michel Foucault, autor de “A História da Loucura”, em Belo Horizonte. Esse encontro está relatado no livro premiado da jornalista Daniela Arbex, “Holocausto Brasileiro”.

 

Avô de sete netos, o sexto de sete irmãos, Ronaldo teve sete filhos, frutos de dois casamentos, e foi inventando e contando histórias para eles que embarcou no universo da literatura para crianças. Encontrou o estímulo que precisava para enveredar pela escrita para os pequenos. Costumava contar que, sem ter bons títulos para apresentar para os herdeiros, decidiu escrever para eles.

 

A mania do menino que toda noite vai para a cama do pai, por exemplo, inspirou a produção de O Macaquinho, que nasceu assim, da convivência com os rebentos, livro até hoje muito lido no Brasil. E essa é uma história que não mais teve fim. A produção perdurou até hoje.

 

Falava a língua das crianças

 

Ronaldo é conhecido como um dos mais importantes escritores de literatura infanto-juvenil no país, e fala mesmo a língua da garotada. Foi uma das atrações da mais recente edição da Feira Literária de Tiradentes (Fliti), que aconteceu em novembro na cidade, quando apresentou a obra Pérola Torta (Editora Dimensão), em que explora a trajetória de Antônio Francisco Lisboa, o Aleijadinho. “Quem não sabe nada de criança não sabe nada do mundo, não sabe nada das pessoas”, disse na ocasião.

 

Sempre rodeado por livros, esse é um encanto que vem da infância. Ronaldo escreveu a primeira história aos seis anos de idade, que nunca foi publicada. Entre os livros de sua autoria, O pequeno polegarCinderela e Chico ReiJoãozinho e MariaAfra e os três lobos guarásChapeuzinho Vermelho e o boto cor de rosa, e Rapunzel e o Quibungo, fazem parte da coleção direcionada para explorar clássicos da literatura infantil mundial, trabalhados na perspectiva da raça negra, em elaboração conjunta com Christina Agostinho, pela Mazza Edições.

 

‘Vida plena’

 

Um dos filhos do escritor, o jornalista Marco Simões Coelho, de 47 anos, exalta o sentido de união que sempre marcou as relações na família, numerosa. Sobre o trabalho do pai, lembra de sua atuação, como psiquiatra, na luta antimanicomial, no intuito de combater tratamentos desumanos comuns há algum tempo em hospitais psiquiátricos (foi um dos responsáveis por extinguir, por exemplo, o Hospital Colônia de Barbacena, como bem retratado no livro Holocausto Brasileiro). Na literatura, também um caminho rico e intenso, como descreve Marco.

“Meu pai teve uma vida plena. Não devemos lamentar sua morte, mas celebrar a vida maravilhosa que teve e o legado positivo que deixou para o mundo. Olho para ele e me espelho para me desenvolver enquanto indivíduo”, declarou.

 

Para o presidente da Academia Mineira de Letras, Rogério Faria Tavares, Ronaldo deixa uma lacuna difícil de preencher. Era um militante da literatura de qualidade, em suas palavras, dedicou-se com seu talento natural à literatura infantil, com capricho na produção. “Era uma pessoa admirável. São livros recomendados pela extrema maestria na arte de narrar histórias para crianças. E não é fácil escrever para crianças”, disse.

 

Ronaldo faleceu, aos 88 anos, em 27 de dezembro de 2020, em Belo Horizonte. Ronaldo estava internado havia duas semanas no Hospital da Unimed, no bairro Santa Efigênia, na Região Leste da capital. O escritor teve uma infecção pulmonar.

(Fonte: https://g1.globo.com/mg/minas-gerais/noticia/2020/12/27 – MINAS GERAIS / NOTÍCIA / Por Júlio César Santos, G1 Minas — Belo Horizonte – 27/12/2020)

(Fonte: https://www.uai.com.br/app/noticia/artes-e-livros/2020/12/27 – ENTRETENIMENTO / ARTES E LIVROS / por Joana Gontijo – 27/12/2020)

(Fonte: https://www.hojeemdia.com.br/almanaque – ALMANAQUE / por Cinthya Oliveira – 27/12/2020)

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