Engenheiro de terceirizada da Nasa e quatro colegas tentaram adiar lançamento
Roger Mark Boisjoly (nasceu em Lowell, Massachusetts, em 25 de abril de 1938 – faleceu em Utah, em 6 de janeiro de 2012), engenheiro mecânico que tentou impedir lançamento da Challenger.
Ele ficou famoso em meados da década de 80 por ter tentando, em vão, impedir o lançamento do Challenger. O ônibus espacial explodiu matando todos os tripulantes e a professora Christa McAulliffe, primeira civil a participar de um voo espacial.
O engenheiro que trabalhava na empresa Morton Thiokol, contratada pela Nasa — junto com quatro colegas — mostrou para os responsáveis pelo ônibus espacial Challenger que, em caso de frio extremo, as juntas de borracha “O-rings” do tanque de combustível endureceriam e não vedariam corretamente a estrutura. Como a temperatura na plataforma estava muito baixa — abaixo de zero —, eles recomendaram à Nasa que adiasse o lançamento na esperança de que o tempo esquentasse e o risco diminuísse. Mas os executivos da empresa e da agência espacial americana disseram que não.
A causa principal do acidente foi o rompimento dos anéis usados na vedação do tanque de combustível do ônibus espacial por conta da baixa temperatura registrada na época. Boisjoly sabia da fragilidade das peças e alertou, em inúmeras ocasiões, que elas não resistiriam ao lançamento.
Na véspera do triste episódio, ele e uma equipe de engenheiros espaciais passaram a noite em claro tentando convencer a NASA a cancelar o lançamento do que seria a décima missão do Challenger. Pouco mais de um minuto depois do lançamento, realizado no dia 28 de janeiro de 1986, o ônibus espacial explodiu e virou uma gigante bola de fogo, ao vivo e a cores, na frente de espectadores e famílias dos astronautas.
A tragédia se confirmou como a maior de toda a história do programa espacial americano e foi particularmente um fardo para Boisjoly. De acordo com o Los Angeles Times, o engenheiro tinha o costume de cortar lenha com um machado para aliviar raiva e a culpa que o acompanharam até o fim dos seus dias.
Nascido em abril de 1938, em Lowell, Massachusetts, o engenheiro deixou os holofotes depois da tragédia e virou engenheiro forense e professor de ética para engenharia.
Challenger (ônibus espacial)
Challenger foi um ônibus espacial da NASA. Foi o terceiro a ser fabricado, após o Enterprise e o Columbia . Foi a primeira vez ao espaço em 4 de abril de 1983. Em 28 de Janeiro de 1986, na STS-51-L (sua décima missão), um defeito na anilha(espécime de borracha que vedava o propulsor) de um dos propulsores provocou um incêndio repentino no tanque externo de combustível causando a explosão da Challenger, a anilha se endureceu com a baixa temperatura do dia 28, e não ficou flexível suficiente, matando todos seus ocupantes, inclusive a professora Christa McAuliffe, a primeira civil a participar de um voo espacial.
Este desastre paralisou o programa espacial estadunidense durante meses, durante os quais foi feita uma extensa investigação que concluiu por defeito no equipamento e no processo de controle de qualidade da fabricação das peças da espaçonave, a anilha. A investigação sobre o acidente com o ônibus espacial foi liderada pelo renomado físico novaiorquino Richard Philips Feynman (1918-1988), que descobriu uma falha nos anéis de borracha que serviam para a vedação das partes do tanque de combustíveis, que apresentava anomalias na expansão quando a temperatura chegava aos 0°C (ou 32°F). Feynman foi a público explanar as causas do acidente que chocou os Estados Unidos e fez uma demonstração em rede nacional e ao vivo.
Roger Boisjoly morreu em sua casa no interior do estado de Utah, em 6 de janeiro de 2012, aos 73 anos, de câncer, na companhia da família.
(Fonte: http://exame.abril.com.br/tecnologia/noticias – TECNOLOGIA/ NOTICIAS/ por Gabriela Ruic – São Paulo – 08/02/2012)
O Acidente com o Ônibus Espacial Challenger
O acidente do ônibus espacial Challenger ocorreu no dia 28 de janeiro de 1986, durante a fase de decolagem do ônibus espacial Challenger, em apenas 73 segundos após seu lançamento da missão STS-51-L, causando a explosão da nave e consequentemente, a morte dos sete tripulantes que estavam a bordo. A nave se desintegrou sobre o Oceano Atlântico ao longo da costa da Flórida, às 16:38 UTC. Sua desintegração total começou quando o O-ring de vedação do lado direito do foguete de combustível sólido (SRB) falhou em pleno ar. A falha do O-ring causou uma quebra do selamento do foguete, permitindo que o gás quente sob pressão de dentro do motor do foguete sólido alcançasse a parte externa e invadisse o anexo das ferragens adjacentes do SRB e do tanque de combustível externo, levando à separação do anexo do lado direito do SRB e a falha estrutural do tanque externo.
Forças aerodinâmicas rapidamente destruíram a nave por completo. O desastre resultou na pausa por 32 meses do programa de ônibus espaciais e da criação da Comissão Rogers, uma comissão especial nomeado pelo ex-presidente dos Estados Unidos, Ronald Reagan, para investigar o acidente. A Comissão Rogers investigou a agência espacial da NASA, descobrindo vários processos decisivos que tinham sido fundamentais para a contribuição do acidente. Os administradores da NASA sabiam que a empresa produtora de motores de foguetes, Morton Thiokol, continha uma possível falha produtiva nos O-rings desde 1977, porém, não conseguiram resolver o problema corretamente. Eles também ignoraram os avisos dos engenheiros sobre os perigos de lançamento devido às baixas temperaturas daquela mesma manhã, não informando estes riscos e preocupações técnicas aos superiores.
(Fonte: http://www.oarquivo.com.br/temas-polemicos/historia – 29 Junho 2015)