Roberto Romano, referência em filosofia do país, autor de importantes obras (como O Desafio do Islã; Moral e Ciência. A monstruosidade no século XVIII; Brasil. Igreja contra Estado, O Caldeirão de Medéia entre outros)

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Filósofo e professor aposentado da Unicamp

 

O professor Roberto Romano, na Unicamp, antes da pandemia — (Foto: Antonio Scarpinetti / Unicamp) 

‘Intelectual de primeira grandeza’

 

Em entrevista, filósofo demonstrou preocupação com vulnerabilidade das instituições brasileiras

Roberto Romano (Jaguapitã (PR), 13 de abril de 1946 – São Paulo, 22 de julho de 2021), filósofo, escritor e professor titular aposentado da Unicamp, foi docente do Instituto de Filosofia e Ciências Humanas (IFCH) da universidade estadual, em Campinas (SP), era um defensor do ensino público, da ética, das políticas de inclusão nas universidades e da justiça social no país.

 

Um dos grandes intelectuais do país, Romano se formou em Filosofia na Universidade de São Paulo (USP) em 1973. Em 1978, ele concluiu o doutorado pela Escola de Altos Estudos em Ciências Sociais de Paris, na França.

 

Era professor titular aposentado de filosofia da Unicamp (Universidade de Campinas). Tinha como ênfase na pesquisa a Filosofia Ética e Política, além de História da Filosofia. Atuava nos campos da ética, democracia, ciência politica, crise universitária, crise politica, religião e universidade pública.

 

O escritor nasceu em Jaguapitã (PR) e era casado com a socióloga Maria Sylvia de Carvalho Franco.

Entre as principais obras do autor estão “Brasil. Igreja contra o Estado”, “Conservadorismo romântico: Origem do totalitarismo”, “Razão de Estado e outros estados da razão” e “Moral e Ciência. A monstruosidade no século XVIII”.

 

Histórico

Romano nasceu em 1946 na cidade de Jaguapitã, no Paraná, e desde a escola já tinha atração pela filosofia, onde foi monitor do curso ainda durante a atuação na Juventude Estudantil Católica. Antes de concluir ensino superior em filosofia, em 1973, Romano foi preso e torturado no período da ditadura.

Já na Unicamp, Romano foi o presidente da Comissão de Perícia da universidade, que cuidou da análise das milhares de ossadas encontradas no cemitério de Perus, em São Paulo — usado como cemitério clandestino para enterrar inimigos da ditadura militar.

 

Roberto Romano era graduado pela USP (1973) e fez doutorado em filosofia pela Escola de Altos Estudos em Ciências Sociais de Paris, na França (1978). Ele era considerado uma das referências no país ao tratar de temas como ética, democracia, direitos humanos, ciência política e universidade pública. Além disso, foi autor de vários livros como “Igreja contra o Estado”, “Conservadorismo romântico: Origem do totalitarismo” e “Razão de Estado e outros estados da razão”.

Romano se graduou em Filosofia na USP (Universidade de São Paulo), em 1973 e concluiu o doutorado na L’École des Hautes Études en Sciences Sociales, na França, em 1978.

 

Autor de importantes obras (como O Desafio do IslãMoral e Ciência. A monstruosidade no século XVIIIBrasil. Igreja contra Estado, O Caldeirão de Medéia entre outros) e artigos na área, Romano se tornou uma verdadeira referência em assuntos como ética, democracia e ciência política.

 

Bolsonaro e ditadura

Romano era ferrenho crítico do governo do presidente Jair Bolsonaro. “Foi um péssimo governo. Um governo que não prima pelo exemplo do respeito à Constituição, às leis e aos costumes éticos corretos”, disse em entrevista ao jornalista Wellington Ramalhoso, do Uol, em 2019.

Durante a ditadura militar Roberto Romano foi preso e torturado no Departamento de Ordem Política e Social (DOPS) e no Presídio Tiradentes. Integrante da Ordem Dominicana, ele foi preso mesmo sem ter ligação direta com aqueles que lutavam na Ação Libertadora Nacional.

Previsões

 

Ao Correio, ainda ano passado, Romano concedeu longa entrevista ao repórter Jorge Vasconcellos. Entre os assuntos discutidos, o filósofo debateu as previsões para o governo Bolsonaro que havia feito ainda em 2018 (antes da eleição).

Romano apontou que as instituições do país estavam mais vulneráveis, analisou o rompimento de Sergio Moro e o presidente, a tensão entre Poderes e a crise humanitária de covid-19 que assolaria o país. A entrevista completa você pode ler neste link.
Roberto Romano faleceu aos 75 anos em 22 de julho de 2021, após complicações da Covid-19. Ele estava internado desde 11 de junho no Instituto do Coração do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP (InCor), em São Paulo.

“O professor evoluiu nas últimas semanas com quadro clínico grave, que culminou em falência de múltiplos órgãos”, informa a assessoria.

Em nota, o reitor da Unicamp, Antônio José de Almeida Meirelles, o Tom Zé, lamentou a perda e ressaltou que o docente era um defensor do ensino público, da ética, das políticas de inclusão nas universidades e da justiça social no país.

“Nossa universidade lamenta profundamente o falecimento do Prof. Roberto Romano. Após enfrentar complicações em decorrência da Covid-19, ele se soma às tantas vítimas da pandemia em nosso país, decorrentes da pouca atenção que parte de nossas autoridades deram a esta tragédia que acomete o mundo. Roberto Romano, um intelectual de primeira grandeza, sempre se caracterizou pela defesa do ensino público e das nossas instituições de fomento à ciência e tecnologia. Representou uma voz muito forte a favor da ética em nossas instituições e no desenvolvimento das relações humanas, uma ética baseada na busca da igualdade e da solidariedade. Posicionou-se com firmeza pelas políticas de inclusão em nossas universidades e pela justiça social em nosso país. Temos muito orgulho de tê-lo tido como membro de nossa comunidade universitária. Expressamos nossas condolências a seus familiares, amigos e colegas e nossa grande tristeza por esta perda”, diz o texto do reitor.

Homenagens

Nas redes sociais, muitas homenagens foram feitas ao filósofo.

“Lamentamos profundamente a partida do filósofo Roberto Romano. Cabeça lúcida e democrata convicto. Atuamos juntos na Frente em Defesa do Sistema Nacional de Ciência e Tecnologia. Sua contundência fará falta no combate ao autoritarismo e negacionismo. Era uma luz nas trevas atuais”, disse o deputado Ivan Valente (PSOL-SP).

“A morte do filósofo Roberto Romano nos deixa um enorme vazio na luta pela democracia. Intelectual competente sempre atual na defesa das instituições da república. Minha homenagem”, escreveu o deputado José Guimarães (PT-CE).

(Fonte: https://g1.globo.com/sp/campinas-regiao/noticia/2021/07/22 – CAMPINAS E REGIÃO / NOTÍCIA – 22/07/2021)

(Fonte: https://noticias.uol.com.br/cotidiano/ultimas-noticias/2021/07/22 – COTIDIANO / ÚLTIMAS NOTÍCIAS / por Douglas Porto Colaboração para o UOL, em São Paulo – 22/07/2021)

(Fonte: https://www.correiobraziliense.com.br/brasil/2021/07 – BRASIL / por Ronayre Nunes – 22/07/2021)

(Fonte: GAÚCHAZH – ANO 58 – N° 20.083 – 26 DE JULHO DE 2021 – MEMÓRIA / TRIBUTO – Pág: 1)

(Fonte: https://revistaforum.com.br/brasil – BRASIL / Por Lucas Rocha – 22 jul 2021)

Lucas Rocha é formado em jornalismo pela Escola de Comunicação da UFRJ e cursa mestrado em Políticas Públicas na FLACSO Brasil. Carioca, apaixonado por carnaval e latino-americanista convicto, é repórter da

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