Richard Hamilton, considerado um dos fundadores da Pop Art inglesa

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Richard Hamilton, considerado um dos fundadores da Pop Art inglesa

Richard Hamilton (Londres, 24 de fevereiro de 1922 – Londres, 13 de setembro de 2011), pintor, desenhador e gravador, um dos pais da “Pop Art” inglesa, mesmo que não tenha se identificado pessoalmente com este estilo, em vida.

A trajetória de Richard Hamilton foi sempre marcada pela busca do envolvimento do público no evento artístico, com suas obras apresentando vários pontos de conexão com o cotidiano.
Fez parte, nos anos 50, de um grupo independente que utilizava a cultura urbana morderna como fonte de inspiração.

Como na pop art clássica, Hamilton toma emprestadas imagens do dia a dia para, através delas, refletir fenômenos sociais.

Conheceu o sucesso com suas pinturas, colagens e esculturas, transformando em zombaria os símbolos da sociedade de consumo.

O artista, já doente, trabalhava numa retropectiva maior de sua arte, com apresentações previstas em Los Angeles, Filadélfia, Londres e Madri.

Foi também responsável pela concepção da capa de The White Album (O Álbum Branco) dos Beatles em 1968, na qual o grupo não estava representado.

Sem nenhum título, apresenta, apenas, um fundo branco com o nome da banda em relevo. O original seria A Doll?s House, mas uma banda britânica chamada Family, já tinha lançado um álbum com nome semelhante. Foi o primeiro disco lançado após a morte do manager Brian Epstein.

Hamilton também ficou conhecido pors obras políticas, como “Shock and Awe” (2007-08) que põe em cena, em roupa de caubói, o ex-primeiro-ministro trabalhista britânico Tony Blair, ao decidir participar, com os americanos, da invasão do Iraque, em 2003.

“É uma questão de “timing”. Estou certo de que isso terá todo seu sentido na medida em que o tempo passar, tornando-se história. Parece-me que um artista deva se interessar por essas questões, não quero renunciar a isso”, explicou ele, na época.

Após estudar o design dos artigos da empresa alemã de eletrodomésticos Braun nas décadas de 60 e 70, Hamilton projetou seu próprio produto : uma prótese dentária, fixada na ponta de uma escova de dentes elétrica, vibrando com um apertar de botão. A peça foi chamada The critic laughs (“O crítico ri”) na qual acrescentou mais um toque, com sua assinatura imitando o logotipo da Braun.

Nas décadas de 40 e 50, logo após a Segunda Guerra Hamilton perguntava-se “o que a mídia faz conosco?. De que se compõe nosso mundo, que processos o estruturam, como o percebemos e compreendemos?”

Como ninguém, soube dissecar o presente, recompondo-o de forma inesperada, acrescentando pinceladas irônicas.

See, hear, smell, touch – Uma foto mal impressa, em preto e branco, mostra um homem, com setas apontando para os órgãos sensoriais: “cheire!, ouça!, olhe!, sinta!”. A testa fortemente reticulada apresenta as palavras “pense. pense. pense”, enquanto da boca sai um balão de diálogo cheio de meros pontos de interrogação. Hamilton morreu no dia 13 de setembro de 2011, aos 89 anos, em Londres, anunciou a galeria Gagosian, que representava o artista britânico.
(Fonte: www.br.omg.yahoo.com – Noticias Por Toshifumi Kitamura – AFP – 14/09/11)

A primeira obra de arte pop a transformar-se em culto e a dar o pontapé de saída a uma corrente que imortalizou vários nomes

Richard Hamilton o pai biológico da Pop Art
O artista plástico britânico, um dos mais influente do século XX, morreu aos 89 anos. Richard Hamilton preparava uma retrospetiva da sua carreira.

Um culturista seminu agarrado a uma espécie de chupa-chupa com as letras POP está numa sala de estar e tem por companhia uma senhora esbelta também ela seminua com um abat-jour na cabeça. Por perto têm todo o tipo de equipamentos electrônicos dos anos 50 numa bizarria de consumo que culmina num pedaço de fiambre na mesinha de café. “Just What Is It that Makes Today”s Homes So Different, So Appealing?” (O que torna as casas de hoje tão diferentes e apelativas?) é o título da primeira obra de arte pop a transformar-se em culto e a dar o pontapé de saída a uma corrente que imortalizou nomes como Andy Warhol.

Mas o pai, aquele que esteve presente no nascimento deste fenômeno artístico em 1956, teve uma morte muito menos trágica do que o norte-americano. Foi Richard Hamilton, o londrino nascido em 1922, que criou uma colagem com 26 centímetros por 24,8 suficientemente grande para ter impacto no mundo da arte. Aliás foi ele que no catálogo dessa mesma exposição usou a expressão “pop art”. Mesmo assim nunca gostou de rótulos. “Estava interessado no fenômeno pop, mas nunca me associei ao termo, que usava para descrever Elvis Presley e um imaginário norte-americano vulgar com cones de gelados e hambúrgueres”, disse o artista à BBC.

Richard Hamilton podia recusar o nome de criador, mas no seu obituário é impossível não o apelidarmos de pai da arte pop. O artista plástico morreu dia 13, como informou a galeria de arte contemporânea Gagosian Gallery. Hamilton tinha 89 anos e estava a preparar uma exposição de retrospectiva da sua carreira, que inauguraria em Londres, e depois seguiria para Los Angeles, Filadélfia e Madrid. O director da Tate, Nicholas Serota, disse que Hamilton morreu como sempre quis: a trabalhar na sua arte. O jornalista do “The Guardian”, Jonathan Jones, não tem dúvidas de que Hamilton é um dos mais influentes artistas britânicos do século XX e que ultrapassa Francis Bacon, Lucien Freud ou Damien Hirst.

Richard Hamilton, que desenhou a capa do “White Album” dos The Beatles, ficou também conhecido pela censura à sociedade consumista. “Ele criticava muito o fascínio pela sociedade de consumo, uma posição moral que é evidente na sua desconfiança pelo sistema político, de Thatcher a Tony Blair”, disse à BBC o diretor da Tate. O ex-primeiro ministro inglês dos trabalhistas foi até apresentado como um cowboy. Mas a pop art sempre foi a sua casa e a primeira definição foi sua em 1957: “Pop art é popular (criado para as massas), transitória (com pouca duração), dispensável (facilmente esquecida), barata, produzida em massa, jovem (dirigida aos jovens), espirituosa, sexy, glamorosa e um grande negócio”.

(Fonte: www.ionline.pt – Memória por Vanda Marques , Publicado em 14 de Setembro de 2011)

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