Raymundo Ottoni de Castro Maya, ecologista e mecenas, vocação rara entre a plutocracia brasileira

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De Dalí à arte oriental

Pioneiro da preservação ecológica

Raymundo Ottoni de Castro Maya (Paris, França, 22 de março de 1894 -– Rio de Janeiro, 29 de julho de 1968), industrial maranhense, bacharel em Direito, industrial, esportista, editor de livros.

Colecionador, bibliófilo, ecologista e mecenas, vocação rara entre a plutocracia brasileira em todos os tempos, Castro Maya reuniu ao longo da vida um formidável acervo em que despontam obras de artistas europeus modernos do porte de Matisse, Dalí, Modigliani, Miró, Picasso, Chagall e Seurat; de mestres brasileiros como Portinari, de quem foi mecenas, Di Cavalcanti e Volpi além de valiosíssimas coleções de gravura, ilustração, cerâmica popular, escultura, porcelana, azulejaria e arte oriental.

Em 1962, seis anos antes de sua morte, Castro Maya criou uma fundação que levava o seu nome e doou uma de suas residências, no Alto da Boa Vista, para lhe servir de sede, batizada de Museu do Açude. A Chácara do Céu, sua outra casa, em Santa Teresa, foi deixada em testamento também para a fundação.

A magnitude do acervo coloca os museus Castro Maya entre os melhores do Brasil. Desde 1983, eles foram incorporados pela União e pertencem ao Instituto Brasileiro do Patrimônio Cultural do Ministério da Cultura. Faleceu no Rio de Janeiro em 29 de julho de 1968.
(Fonte: Veja, 2 de março de 1994 -– Edição 1 329 -– CULTURA/ Por Rinaldo Gama -– Pág; 100/101)

(Fonte: Veja, 10 de maio de 1989 – ANO 22 – Nº 18 – Edição 1078 – CULTURA – Pág: 140/142)

 

 

 

RAYMUNDO OTTONI DE CASTRO MAYA
Filho do engenheiro Raymundo de Castro Maya , que foi convidado pessoalmente por D. Pedro II para ser preceptor de seus netos, e renomado técnico da Estrada de Ferro D. Pedro II (conhecida como Central do Brasil), e de D. Theodozia Ottoni de Castro Maya, herdeira de tradicional família de liberais mineiros, nasceu em a 22 de março de 1894 em Paris – escreveu em sua ficha de adesão ao CBG: “brasileiro por opção”. Faleceu no Rio de Janeiro em 29 de julho de 1968. Bacharel em Direito, industrial, esportista, editor de livros, colecionador.

Era um entusiasmado empreendedor nos negócios, atuando no comércio – no ramo atacadista de tecidos, e na indústria, com a grande empresa de fabrico de óleos vegetais, Companhia Carioca Industrial (produtora da popular Gordura de Coco Carioca) e os direitos sobre a produção nacional de óleo de linhaça para uso industrial, que até então era importado da Holanda e da Inglaterra. Somente uma vez ocupou um cargo público: foi chamado pelo Prefeito Henrique Dodsworth em 1943 para coordenar a remodelação da Floresta da Tijuca. Por um salário simbólico, aceitou o desafio e dirigiu a obra de reforma e urbanização daquela imensa área verde da cidade, com excelentes resultados em sua administração.

Nascido em Paris, muitas vezes esteve na terra natal, fazendo com que sua formação fosse bastante influenciada pelo estilo europeu. Por isso, além de desportista, era um grande incentivador dos esportes; fundador de museus e entidades culturais; mecenas na arte em suas diversas formas; defensor do patrimônio histórico, artístico e cultural e um persistente guerreiro da causa ecológica muito além do seu tempo. Grande colecionador, sabia partilhar e buscava meios de facilitar o acesso público às suas coleções.

Fundador da Sociedade dos Cem Bibliófilos do Brasil, em 1943, que editou 23 livros; e da Sociedade Os Amigos da Gravura, em 1952. Fundador, com outros, do Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro, em 1948, tendo sido o primeiro presidente. Coordenador da Comissão Organizadora do IV Centenário da Cidade do Rio de Janeiro, em 1964/65.

Membro do Conselho Federal de Cultura, nomeado em 1967. Criador da Fundação Raymundo Ottoni de Castro Maya, em 1963, que deu origem ao Museu do Açude, no seio da Floresta da Tijuca, em 1964, e o Museu da Chácara do Céu, no bairro de Santa Teresa, em 1972 – ambos constituídos por seu acervo patrimonial. Associou-se ao Colégio Brasileiro de Genealogia em 7 de outubro de 1952, tendo feito parte do antigo Conselho de Administração. Publicou: Inéditos de J B Debret – 1954; A Muito leal e Heróica Cidade de São Sebastião do Rio de Janeiro – co-participante, Edição do 4º Centenário; e A Floresta da Tijuca – 1964.
(Fonte: http://www.cbg.org.br – Colégio Brasileiro de Genealogia)

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