Raúl Ruiz, um dos mais importantes diretores do cinema contemporâneo.

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Raúl Ruiz (Puerto Montt, Chile, 25 de julho de 1941 – Paris, França, 19 de agosto de 2011), um dos mais importantes diretores do cinema contemporâneo.
Radicado na França desde o golpe militar no Chile, Ruiz deixa uma filmografia marcada pela abordagem de temas políticos e pela inventividade experimental, sobretudo em adaptações de clássicos da literatura.

Seu último trabalho foi um dos mais aclamados: Mistérios de Lisboa, romance folhetinesco ambientado no século 19, adaptado da obra de Camilo Castelo Branco, que acompanha uma ciranda de amores, traições e vinganças.

Outro de seus filmes conhecidos também tem matriz na literatura: O Tempo Redescoberto (1999), com fragmentos de Em Busca do Tempo Perdido, de Marcel Proust.

Ruiz nasceu em Puerto Montt, no Chile. Dirigiu seu primeiro filme, Três Tigres Tristes, em 1968, início de uma trajetória que somou mais de cem títulos para cinema e TV. Vivendo no Chile, realizou obras de cunho político e apoiou o governo de Salvador Allende. Com a tomada do poder pelo general Augusto Pinochet, em 1973, o diretor buscou exílio na Europa e obteve a cidadania francesa. O chileno Raúl Ruiz morreu dia 21 de agosto de 2011, aos 70 anos, em Paris, vítima de uma infecção pulmonar, segundo seu agente.

Obra-prima derradeira

A morte do chileno Raúl Ruiz (1941 – 2011), anunciada dia 19 de agosto de 2011, tira de cena um cineasta histórico, autor de filmes como a trilogia As três Coroas do Marinheiro (1983), A Cidade dos Piratas (1983) e A Ilha do Tesouro (1985) e a produção francesa adaptada de Proust O Tempo Redescoberto (1999), mas também interrompe a carreira de um artista que, se não estava no auge, foi capaz de nos entregar uma das obras-primas dos últimos tempos.

Falo de Mistérios de Lisboa (2010), romance folhetinesco de época (se passa no século 19) que cruza diversas histórias entre Portugal, Itália, França e o Brasil a partir da vida de um menino órfão que cresce e começa a descobrir detalhes da vida de sua família e das pessoas à sua volta – são casos de ciúmes, traição, abandono e todos os melhores ingredientes dos grandes folhetins sobre a burguesia europeia daquele tempo.

O filme é na verdade uma série de TV dividida em seis capítulos de uma hora cada. A versão para o cinema tem quatro horas e meia e é dividida em duas partes – foi assim que o longa foi exibido na Mostra de São Paulo, onde ele venceu o Prêmio Fipresci.

(Fonte: wp.clicrbs.com.br/cineclube – 19 de agosto de 2011)

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