Ramiro Barcelos, criou, em 1902, o cruzeiro, moeda que veio a ser adotada somente na década de 1940.

0
Powered by Rock Convert

23 de agosto de 1851 – Ramiro Barcelos (Cachoeira do Sul (RS), 23 de agosto de 1851 – Porto Alegre, 28 de janeiro de 1916), político, escritor e médico brasileiro, nasce em Cachoeira do Sul (RS). Ramiro Fortes Barcelos foi senador da República pelo Rio Grande do Sul, de 1890 a 1899 e de 1900 a 1906. Criou, em 1902, o cruzeiro, moeda que veio a ser adotada somente na década de 1940.
(Fonte: www.correiodopovo.com.br – ANO 116 – Nº 327 – Cronologia – 23 de agosto de 2011)

O primeiro discurso ecológico
Ramiro Fortes de Barcellos, nascimento 23 de agosto de 1851, em Cachoeira do Sul, RS, falecimento em 28 de janeiro de 1916, filho de Vicente Loreto de Barcellos e de Joaquina Idalina Pereira Fortes, (Irmã do Barão de Viamão, Hilário Pereira Fortes).

Escritor, jornalista, médico, professor e industrial, Ramiro Barcellos cursou o secundário na Escola Escola Pública de Cachoeira do Sul, vindo a concluir o curso em Porto Alegre. Cursou a Faculdade de Medicina no Rio de Janeiro.

Exerceu os cargos públicos de Ministro Plenipotenciário no Uruguai, Secretário da Fazenda, Procurador do Estado do Rio Grande do Sul no Rio de Janeiro e Superintendente das Obras da Barra de Rio Grande/RS. Exerceu os mandatos de Deputado Provincial nos períodos de 1877 a 1878, 1879 a 1880 e 1881 a 1882; elegeu-se Senador da República pelo Rio Grande do Sul de 1890 a 1899 e de 1900 a 1906. Criou em 1902, como Senador, a moeda Cruzeiro, que só veio a ser adotada na década de 40, no governo de Getulio Vargas.

Considera-se seu como o primeiro discurso ecológico, tambem em 1902, quando alertou o Brasil sobre os graves riscos dos desmatamentos que já vinham ocorrendo naquela época, onde disse textualmente: “Tenho pena dos meus descendentes, pois sofrerão na pele o ato irresponsável deste crime contra a natureza, que nos supre oxigenio.”
O que mais, literáriamente notabilizou Ramiro, foi um poemeto campestre, hoje considerada uma jóia da literatura gauchesca, elaborado entre 1910 e 1915, quando, numa briga politica contra seu primo Antonio Augusto Borges de Medeiros(1863-1961), (então Presidente do Estado do RS), ali retratado com Antonio Chimango…
Em poemas satíricos, Ramiro os editou sob o pseudônimo de Amaro Juvenal.
(Fonte: www.tiosam.org)

O Dr. João Vivente Torres Homem (1837-1887) foi professor da Faculdade de Medicina do Rio de Janeiro. Grande clínico e mestre notável. Ramiro Barcelos em 1883, cursava o primeiro ano. Gaúcho dos mais altivos. Bom de palavra, escrita e gesto. Acentuava-se. Distinguia-se. Escreveu e publicou três artigos na Revista Médica, criticando a posição do mestre exímio, em linguagem fanfarrona e provocativa, sobre a posição no ensino e na prática da causa da febre amarela, grassando no Rio. Torres Homem não respondeu. Ramiro, na ousadia de um primeiro-anista, acreditava como causa os miasmas dos pântanos, da sujeira urbana, e dos esgotos. Mas Torres Homem desconfiava e debatia em aula sua crença na existência de um vector.

Bebia no mesmo copo dos doentes, cheirava de perto o hálito dos pacientes e outras obviedades que certamente o infectariam. Mas nada acontecera. O mosquito Aedes aegypti, como alastrador e contaminador da febre amarela, foi descoberto pelo Dr. Walter Reed em Cuba em 1898. Durante a Guerra Hispano-Americana para libertar Cuba. Na Santa Casa do Rio de Janeiro, as roupas, colchões, travesseiros e lençóis eram queimados após falecimento dos pacientes com febre amarela. Em fogueiras no pátio do hospital. Torres Homem considerava tais atitudes um desperdício, criticava e fazia constar em ata seu desejo de preservação das roupas e sua reutilização, após lavagem comum.

Daí os rompantes do aluno Ramiro Barcelos. No ano de 1885, faleceu um paciente no empenho clínico de Ramiro. Torres Homem deitou-se nos trastes do paciente, sujos de saliva, fezes, vômitos, urina, e dormiu a noite toda sobre eles. E não foi infectado pela febre amarela, causa mortis do doente. Daí em diante, a Santa Casa aproveitava todas as roupas de cama dos pacientes após lavagem normal. Foi uma economia para a instituição. O ato de Torres Homem foi divulgado por todos os jornais do Brasil, Portugal e Paris. Ramiro descristou. Apesar da ironia da estudantada, ele foi escolhido para orador oficial da formatura, em 1888.

Oswaldo Cruz aproveitou muitas das atitudes de Torres Homem vinte anos após. O prof. Eduardo Sarmento Leite da Fonseca cursou a mesma faculdade de 1885-1890 e conviveu com as falas e comentários sobre o gaúcho da febre amarela. O Dr. Protásio Alves, contemporâneo de Ramiro Barcelos 1894-1889, nunca tocou no assunto. Entretanto, ao ser fundada a Faculdade de Medicina e Farmácia de Porto Alegre, em 1898, e escolhido seu corpo docente, entre os médicos da capital, o Dr. Ramiro Barcelos não foi convidado. O Aedes aegypti na atualidade, convive em nossas moradas, em vasos, repositórios de água
ideal para seu desenvolvimento, nas sacadas, nos quintais mais requintados e mesmo nas casas mais humildes. O amor pelas flores mal conduzido está infectando nossos ambientes como as cervejarias modernas introduzem sub-repticiamente o alcoolismo na mocidade. Ambos de fácil erradicação.

(Fonte: Revista AMRIGS, Porto Alegre, 48 (3): 220, jul.-set. 2004 – N. LETTI Professor da FM da UFRGS – Porto Alegre, maio de 2004)

Powered by Rock Convert
Share.