Primeiro artista de quadrinhos do Brasil

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Primeiro artista de quadrinhos do Brasil

Angelo Agostini
★ 8 de abril de 1843
✝ 23 de janeiro de 1910

Primeiro artista de quadrinhos do Brasil, um dos primeiros do mundo, cartunista, caricaturista, ilustrador e crítico, Angelo Agostini nasce na cidade italiana de Vercelli, Piemonte, em 1843. Passa infância e adolescência em Paris, e chega a São Paulo em 1859.

Tem sua estreia como desenhista no ano de 1864, na revista “Diabo Coxo”, o primeiro periódico ilustrado paulistano.

Em “O Cabrião”, publicação adepta do Partido Liberal, “Agostini encontrou um período fértil para sua sátira: a Guerra do Paraguai, com caricaturas, desenhos, ilustrações de soldados mortos e mapas” (Souza, 1993). Segundo Worney Souza, o desenhista faz charges satirizando Duque de Caxias e sua campanha de recrutamento, e até mesmo cria o símbolo d´O Cabrião, um tipo de mesmo nome da revista, que percorria as ruas atrás de pessoas curiosas e “atazanando os políticos do Partido Conservador” (Souza, ibdem). O Cabrião é fechado em 1867.

Ainda em 1867, muda-se para o Rio de Janeiro, capital do império, onde trabalha nas revistas “O Mosquito” e “Vida Fluminense”. Continua com seu estilo satírico e traço único, que se descolavam das caricaturas francesas. Nesta revista “Vida Fluminense”, Agostini publica, em 30 de outubro de 1869, “Nhô-Quim, ou Impressões de uma Viagem à Corte”, considerada “(…)a primeira história em quadrinhos brasileira e uma das mais antigas do mundo”

Em 1o. de janeiro de 1876 funda a “Revista Ilustrada”, onde cria em 1883 sua personagem mais célebre, Zé Caipora, em “As aventuras de Zé Caipora”. O artista dirige a “Revista Ilustrada” até 1888, quando parte para a Europa, deixando também a série de Zé Caipora, no 35o. capítulo. Um dos motivos de sua partida é por ter engravidado sua aluna de desenho, Abigail. Diz Álvaro de Moya: “Em 1888, após conseguir a cidadania brasileira, enamorou-se de uma aluna, Abigail, a quem engravidou. Angelo era casado e tinha dois filhos. Foi um escândalo na época, principalmente porque ele criticava muito os políticos e a Igreja nas suas charges. Teve de vender sua revista e partir para a França, onde nasceu Angelina, sua filha” (Moya: s/d).

Retornando ao Brasil, republica Zé Caipora na revista “Dom Quixote”, em 1895. Também volta a publicá-lo pela editora da revista “O Malho”, em 1906.

Na editora “O Malho” é um dos responsáveis pela criação da revista “O Tico-Tico”, considerada a primeira revista em quadrinhos do Brasil. O famoso desenho no cabeçalho da revista é de sua criação.

Trabalha para a editora de O Malho até seu falecimento, em 1910.
O desenhista é lembrado até hoje pelo prêmio Angelo Agostini. Diz Worney Souza: “Angelo Agostini é lembrado e reverenciado ainda hoje através da premiação anual da AQCESP – Associação dos Quadrinhistas e Caricaturistas do Estado de São Paulo, com o troféu Angelo Agostini, marcando a data da publicação do primeiro episódio de Nhô Quim em 30 de janeiro de cada ano como o Dia do Quadrinho Nacional”.

(Fonte: http://www.guiadosquadrinhos.com/artista/angelo-agostini/2951 – Erico Molero)

Bibliografia consultada

– MOYA, Álvaro de. “Um ítalo-brasileiro pioneiro dos quadrinhos”. In História da história em quadrinhos. São Paulo: Brasiliense, 1993.

– MOYA, Álvaro de. “Angelo Agostini”. In http://www.mre.gov.br

– SOUZA, Worney Almeida de. “Mestres do Quadrinho Nacional: Angelo Agostini”. In http://www.bigorna.net

– http://www.gibindex.com/enciclopedia/br/a/43

– http://pt.wikipedia.org/wiki/Angelo_Agostini


http://www.itaucultural.org.br

-Revista da Semana, 10 de junho de 1939.

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