Primeira aeronave movida a hidrogênio

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Primeira aeronave movida a hidrogênio

Com envergadura de jatinho, mas peso de planador e apenas um assento, deu seu voo de inauguração em novembro, 2008, dando novo passo numa revolução energética. Batizada de Antares, a aeronave, fez seu voo inaugural em novembro de 2008, é a primeira aeronave movida a hidrogênio.
Sua propulsão é feita por meio da tecnologia de célula de combustível, a mesma que se tornou uma grande aposta da indústria automobilística na produção de carros movidos a energia limpa. A mecânica do Antares é similar à dos carros a hidrogênio. Em vez de um motor elétrico, um tanque de hidrogênio em estado gasoso e a chamada célula de combustível. Abastecida de gás, essa célula produz energia elétrica e libera água em vez de gases poluentes. O fato de essa tecnologia ter chegado aos aviões é um enorme avanço.
O Antares é uma plataforma para o início do uso do hidrogênio na aviação civil. O responsável pela construção do Antares, foi o projetista alemão Josef Kallo, do Centro Aeroespacial da Alemanha.
Foi a partir dessa aeronave experimental que a mesma instituição projetou o Airbus A320 Atra – um jato comercial dotado de sistema auxiliar de energia abastecido de hidrogênio que já voou em testes. No Airbus, em situações de emergência, o hidrogênio entrará em cena e gerará energia suficiente para manter alguns sistemas vitais, iluminar o avião e garantir a circulação de ar na cabine.
Colocar um avião no ar é muito mais difícil do que instalar um motor de células de combustível em um carro. Por isso, o Antares anima a comunidade científica e os especialistas em tecnologia aeronáutica.
No caso do Antares, o hidrogênio mostrou-se um excelente combustível, mais eficiente, mais leve e com menos risco de provocar incêndios. A célula de combustível já substitui as baterias convencionais em alguns laptops e celulares. No Japão, ela está sendo experimentada como alternativa às pilhas em brinquedos. Nos Estados Unidos, Alemanha e no Canadá, o hidrogênio fornece energia a prédios inteligentes e a sistemas de emrgência em caso de apagão em setores como a telefonia. Enquanto um sistema de back-up tradicional mantém as operadoras no ar por quatro horas, o hidrogênio pode garantir a mesma rede pelo dobro do tempo.
A tecnologia de célula de combustível a hidrogênio não é novidade. Ela foi criada em 1839, pelo britânico William Grove. No século passado, começou a ter uso militar e estratégico. A Nasa a utilizou no projeto Apollo, que levou astronautas à Lua. Satélites e submarinos movidos a hidrogênio existem há muito tempo.
Esse combustível não se popularizou devido ao risco de manipular esse gás, além do alto custo para produzi-lo. Novas tecnologias eliminaram o perigo de explosão e também fizeram cair o preço.
O resultado é a manipulação de projetos com essa tecnologia. Um deles é o avião de passageiros capaz de fazer voos suborbitais, a altitudes acima de 100 000 metros. Para isso, é necessário um avião-foguete que decole horizontalmente, como os aparelhos convencionais. O hidrogênio, que é mais leve que o querosene ou a gasolina, é apontado como o combustível ideal para lançar o avião-foguete com segurança.

(Fonte: Veja, 12 de novembro, 2008 – nº 45 – ano 41 – edição 2086 – Energia – Por Gabriela Carelli – Pág; 108/109)

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