Powered by Rock ConvertPietro Sandro Nenni (1891-1980), líder socialista italiano e senador vitalício. As raízes de sua família estavam em Faenza, na região da Emilia, “a vermelha”, onde nasceu em 9 de fevereiro de 1891, filho de camponeses e educado em orfanatos a partir dos 7 anos de idade. Aos 20, já líder do antimonárquico Partido Republicano. Nenni teve seu primeiro encontro com Benito Mussolini, então um socialista; após protestos contra a política colonial praticada pela Itália na África, ambos compartilharam a mesma cela da prisão. A odisséia política de Pietro Nenni , última das personagens lendárias do movimento socialista europeu, reflete os altos e baixos do próprio Partido Socialista Italiano, que ele dirigiu de 1949 a 1969.
Inicialmente contrário a I Guerra Mundial, Nenni depois alistou-se como aviador; com a ascensão de Mussolini, em 1922, exilou-se com a família na França, perseguido pelo fascismo na Itália; fundou a brigada Garibaldi e lutou na Guerra Civil Espanhola, contra Franco. Com o início da II Guerra Mundial, continuou na clandestinidade e acabaria preso pelos colaboracionistas franceses em 1943, na França. Entregue aos alemães, foi encerrado no campo de concentração da ilha de Ponza, onde permaneceu até o final da guerra.
Após a II Guerra Mundial, Nenni refez seu caminho em Roma. Ligou-se aos social-democratas, rompeu com eles e selou a aliança com os comunistas que o lançou ao limbo. Refez-se, devolvendo os 24 000 dólares do Prêmio Stálin da Paz, ao protestar contra a invasão russa na Hungria, em 1956. 1957 aliava os socialistas aos democratas-cristãos, formando a coalização responsável pelos destinos italianos de 1962 a 1976. Serviu como membro do Gabinete, vice-primeiro-ministro e ministro do Exterior. Em 1969 renunciou à presidência do Partido Socialista, mas continuou ativo: na véspera de sua morte ainda se empenhava na discussão sobre a linha política a ser seguida por suas lideranças. Nenni morreu no dia 1.° de janeiro de 1980, aos 88 anos, de ataque do coração, em Roma, Itália.
(Fonte: Veja, 9 de janeiro, 1980 – Edição n.º 592 – Datas – Pág; 50)
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