Pete Rugolo, um dos músicos que moldou o jazz moderno

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Pete Rugolo (Sicília, 25 de dezembro de 1915 – 16 de outubro de 2011), um dos músicos que moldou o jazz moderno, o compositor foi responsável pelo tema de abertura de “O Fugitivo”.

Nascido no dia 25 de dezembro de 1915, na Sicília, Rugolo e sua família se mudaram para os EUA em 1920, estabelecendo-se em Santa Rosa, Califórnia. Formou-se músico pela San Francisco State College, especializando-se com Darius Milhaud, compositor da avant-garde.

Serviu na 2ª Guerra Mundial, sendo responsável pela banda das Forças Armadas, em San Francisco. Neste período conheceu o som da Stan Kenton Orchestra, que o inspirou a seguir o caminho do jazz. Mais tarde, ele enviou à banda vários dos arranjos que fizera seguindo o estilo deles. A iniciativa resultou no convite do grupo a trabalhar com eles, tão logo Rugolo terminasse o serviço militar.

Rugolo atuou como arranjador da Stan Kenton Orchetra entre 1945 e 1949, período no qual ajudou a formar o perfil do jazz progressivo. Em 1949, Rugolo assumiu o cargo de diretor musical da Capitol Records, gravadora de Nova Iorque, na qual tinha a função de descobrir novos talentos. Fã do Bebop, Rugolo deu oportunidade a diversos músicos dessa área, tais como Peggy Lee e Mel Torme.

Um dos primeiros trabalhos de Rugolo na Capitol Records foi a produção do álbum “Birth of the Cool”, de Miles Davis, lançado em 1956. Trabalho que definiu a carreira de Davis. Na década de 1950, após produzir um álbum para Nat King Cole, Rugolo decidiu se mudar para Los Angeles para voltar a investir em sua carreira de compositor.

Contratado pela MGM, Rugolo era o diretor musical da Mercury Records quando, em 1957, compôs sua primeira música para uma série de TV. Ele foi responsável pelo tema de abertura de “The Thin Man”, série estrelada por Peter Lawford e Phyllis Kirk, produzida entre 1957 e 1959. No mesmo período, compôs o tema de “Richard Diamond: Private Detective”, série estrelada por David Janssen, entre 1958 e 1960. A música jazz começou a ser popularizada na TV com a abertura de “Peter Gunn”, composta por Henry Mancini, em 1958. Rugolo seguiu o mesmo caminho com a série “Richard Diamond”.

Rugolo também foi responsável pelo tema e/ou trilha sonora de séries como “Impacto/Thriller”, na qual ofereceu um tema de suspense, “Xeque-Mate”, “Beaver”, “Alma de Aço/Run For Your Life” e”Smith & Jones”. Também trabalhou com episódios de “Meus Filhos e Eu”, “Os Intocáveis”, “Culpado ou Inocente?”, “O Homem de Virgínia”, “Perdidos no Espaço”, “Os Novatos”, “MASH”, “Família”, “Police Woman”, “A Ilha da Fantasia” e “Trovão Azul”, entre outras.

Mas o trabalho pelo qual ele é lembrado é a série “O Fugitivo”, produzida entre 1963 e 1967. Composta para uma orquestra de 55 instrumentos, a música entrou para a história da televisão.

Para compor o tema, Quinn Martin, produtor de “O Fugitivo”, enviou a Rugolo o episódio piloto para ele assistir. Inspirado pelo piloto e pela proposta da série, Rugolo compôs cerca de três horas de músicas. “Eles disseram que o personagem passaria muito tempo fugindo”, disse ele em entrevista a Ed Robertson autor do livro “The Fugitive Recaptured”. “Li os roteiros dos primeiros episódios e com base no rumo que a série tomaria, preparei diversos temas. Além da abertura, também ofereci temas para cenas intimistas, de perseguições, românticas, música neutra, um tema para o Tenente Gerard, que era tocado sempre que ele aparecia, e até músicas para serem tocadas quando um rádio estivesse ligado”.

Além das composições de Rugolo, os produtores da série também utilizaram o arquivo musical de outras séries, como “Gunsmoke”, “Além da Imaginação” e “Quinta Dimensão”. Este procedimento era muito comum na época, visto que as músicas eram oferecidas por seus produtores para reutilização em diversas produções.

Rugolo era casado com Edye Gaffney, com quem teve três filhos, Gina, Peter Jr. e Tony.

Pete Rugolo faleceu no dia 16 de outubro, aos 95 anos de idade, vítima de causas naturais.

Em declaração ao jornal Los Angeles Times, o compositor John Williams disse que “a morte de Pete Rugolo representa uma grande perda. Ele era um homem marcante e original. Sua música foi uma contribuição inestimável a um período muito rico da cultura musical americana”.

(Fonte: www.veja.abril.com.br/blog – Temporadas/ Por Fernanda Furquim – 20/10/2011)

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