Paulo Caruso, um dos maiores cartunistas brasileiros, foi, ao lado do irmão Chico Caruso, o maior chargista político do país, com trabalhos publicados nos maiores jornais e revistas nacionais

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Paulo Caruso, um dos maiores cartunistas brasileiros

 

Retrato do cartunista e chargista Paulo Caruso em São Paulo — Foto: HÉLVIO ROMERO/Agência Estado

Retrato do cartunista e chargista Paulo Caruso em São Paulo — (Foto: HÉLVIO ROMERO/Agência Estado)

 

Registrou a história com traços rápidos e ajudou o Brasil à rir para não chorar

(Foto: Marcus Leoni/Folhapress)

 

Paulo José Hespanha Caruso (São Paulo, em 6 de dezembro de 1949 – São Paulo, 4 de março de 2023), um dos maiores cartunistas do país, unia humor com a história política do Brasil.

 

O caricaturista, ilustrador, chargista e músico nasceu em São Paulo, em 6 de dezembro de 1949, irmão gêmeo de Chico Caruso, também cartunista. Cursou arquitetura na USP, mas não exerceu a profissão. Sua paixão eram os cartuns. Com uma carreira extensa, com passagens também por esta Folha, Paulo agora fazia charges no Roda Viva, da TV Cultura.

 

Cursou arquitetura na Universidade de São Paulo (USP) no início dos anos 1970, mas não exerceu a profissão. Em 1985, no Salão de Humor de Piracicaba, no interior de São Paulo, uniu a paixão pela música ao amor pelos cartuns e montou uma banda só com cartunistas.

 

Paulo teve uma trajetória individual bem marcada, mas nunca deixou de fazer parceria com o irmão.

 

Humor e história política

 

No programa “Conversa com Bial”, Paulo afirmou que os dois começaram cedo na arte do desenho.

“Desde os 4, 5 anos de idade a gente desenhava sem parar, incentivado pelo nosso avô materno, que era pintor amador, pegava na mão da gente e ensinava a desenhar. Foi quem me ensinou a tocar violão também.”

 

A política, emendou, “a gente pegou com 14 anos, em 64 veio o golpe”.

Na mesma entrevista, Chico contou que em 1969, com 18 anos, eles estavam começando a trabalhar em jornal, “aí a politização foi quase uma obrigação”.

 

Carreira profissional

 

Paulo Caruso começou a vida profissional no “Diário Popular” no final da década de 1960 e também colaborou com os jornais “Folha de S.Paulo” e “Movimento”. Caruso participou do programa Roda Viva, da TV Cultura, desde 1987. Sua última participação foi no dia 2 de janeiro, com a entrevista do ministro Rui Costa.

 

Nos anos 1970, foi para “O Pasquim”, ao lado de Millôr Fernandes (1923-2012), Jaguar e Ziraldo. A partir de 1988, publicou, na revista “IstoÉ”, a coluna de humor Avenida Brasil, onde sintetizou, com sátira e humor, vários momentos da história política do país.

Em 1992, lançou o livro “Avenida Brasil”, em que reuniu centenas de charges políticas, publicadas em jornais e revistas. O principal foco, na época, era o presidente Fernando Collor de Mello. Também é autor de “As Origens do Capitão Bandeira” (1983), ”Ecos do Ipiranga” (1984), “Bar Brasil na Nova República” (1986) e “A Transição pela Via das Dúvidas” (1989).

Além disso escreveu também São Paulo por Paulo Caruso – Um Olhar Bem-Humorado sobre Esta Cidade (2004), em homenagem aos 450 anos da capital.

 

“A matéria-prima é toda fornecida pelo governo. Eu acho que nós, cartunistas, deveríamos virar ‘estatal’ porque nós dependemos tanto do governo para nossa produção”, brincou.

Recebeu vários prêmios, entre eles, o de melhor desenhista, pela Associação Paulista dos Críticos de Arte – APCA, em 1994.

 

Paulo Caruso contou mais de 50 anos da história do Brasil através dos seus desenhos rápidos e afiados, que retrataram personagens e momentos marcantes e ajudaram o país a rir para não chorar.

A coluna “Avenida Brasil”, na revista “Isto É”, as charges na revista “Época” e os registros em tempo real do programa “Roda Viva”, da TV Cultura, foram alguns de seus trabalhos marcantes.

Paulo José de Hespanha Caruso nasceu em São Paulo, em 6 de dezembro de 1949, de família de origens italiana, portuguesa e espanhola. Paulo era irmão gêmeo do também cartunista Chico Caruso.

Ele se formou em Arquitetura e Urbanismo pela Universidade de São Paulo (USP), em 1976, mas seguiu carreira como desenhista, assim como o irmão Chico.

Começou a trabalhar como chargista no final dos anos 1960, no jornal “Diário Popular”. Nos anos 1970, colaborou com o clássico “O Pasquim” .

Em 1981, Paulo lançou a página de humor “Bar Brasil”, na revista “Careta” – depois realocada para a revista “Senhor”.

Em 1988, começou a publicar a coluna “Avenida Brasil” na “Isto É”, onde resumiu com ironia personagens e fatos brasileiros dos anos 80 e 90.

Durante mais de 35 anos, ele fez mais de 2 mil charges e caricaturas em tempo real no programa “Roda Viva”, da TV Cultura, retratando os debates e os ícones das artes, cultura, ciência, tecnologia e política.

Ele também atuou em outras frentes: formou, em 1985, o grupo musical de sátiras políticas Muda Brasil Tancredo Jazz Band, com o irmão Paulo, Cláudio Paiva, Aroeira, Luis Fernando Veríssimo e outros.

Paulo lançou um CD em 1998, “Pra seu governo”, com composições próprias e parcerias com Chico Caruso na voz e Luis Fernando Veríssimo no saxofone.

Entre os livros que lançou estão “Ecos do Ipiranga” (1984), “Bar Brasil na Nova República” (1986), “Em A Transição pela Via das Dúvidas” (1989), e “São Paulo por Paulo Caruso – Um Olhar Bem-Humorado sobre Esta Cidade” (2004).

Em 2019, em entrevista ao jornal “O Globo”, Paulo Caruso falou sobre o trabalho dele e do irmão Chico: “Eu e ele sofremos do mesmo mal, o TOC: Transtorno Obsessivo Caricatural”.

Paulo estava internado no hospital Nove de Julho, na capital paulista, há cerca de um mês, para tratar das complicações decorrentes de um câncer no intestino. A família pediu que ele fosse desentubado para receber os amigos na manhã deste sábado, mas ele não resistiu.

(Crédito: https://www.msn.com/pt-br/noticias/brasil – NOTÍCIAS/ BRASIL/ por ADÃO ITURRUSGARAI – SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – 04/02/23)

(Crédito: https://g1.globo.com/sp/sao-paulo/noticia/2023/03/04 – SÃO PAULO/ NOTÍCIA/ por g1 SP – São Paulo – 04/02/23)

(Crédito: https://g1.globo.com/pop-arte/noticia/2023/03/04 – POP & ARTE/ NOTÍCIA/ por g1 – 04/02/23)

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