Patrício Aylwin, primeiro presidente eleito no Chile após a ditadura de Augusto Pinochet (1973-1990)

0
Powered by Rock Convert

O ex-presidente do Chile foi artífice da transição após a ditadura militar de Augusto Pinochet

Patricio Aylwin, primeiro presidente eleito após ditadura chilena (Foto: STRINGER / REUTERS)

Patricio Aylwin, primeiro presidente eleito após ditadura chilena
(Foto: STRINGER / REUTERS)

Ele fez a transição após a ditadura militar de Augusto Pinochet.

Patricio Aylwin Azócar (Viña del Mar, 26 de novembro de 1918 – Providência, Santiago, 19 de abril de 2016), democrata cristão, foi o primeiro presidente eleito no Chile após a ditadura de Augusto Pinochet (1973-1990)

O ex-mandatário, que nasceu em novembro de 1918 em Viña del Mar e que governou o Chile entre 1990 e 1994, liderou o retorno do Chile à democracia iniciando duas décadas ininterruptas de governos de centro-esquerda.

Patrício Aylwin, primeiro presidente eleito no Chile após a ditadura de Augusto Pinochet (Foto: Martin Bernetti/AFP)

Patrício Aylwin, primeiro presidente eleito no Chile após a ditadura de Augusto Pinochet (Foto: Martin Bernetti/AFP)

RESTAURAÇÃO DEMOCRÁTICA

Aylwin era advogado e foi eleito presidente para suceder Pinochet a partir de 11 de março de 1990, para restaurar a democracia no Chile após a violenta ditadura de Pinochet. 

Patricio Aylwin foi um negociador que, com moderação, comandou a transição no Chile.

Ele foi ainda reconhecido por ter conseguido combinar forte crescimento econômico com o restabelecimento com a democracia, ajudando a consolidar o Chile como um dos países mais estáveis da América Latina.

Patricio Aylwin e a presidente chilena, Michelle Bachelet, durante campanha em 2005 (Foto: Martin Bernetti/AFP)

Patricio Aylwin e a presidente chilena, Michelle Bachelet, durante campanha em 2005 (Foto: Martin Bernetti/AFP)

 

Primeiro chefe de Estado eleito por voto popular após o fim do regime liderado por Augusto Pinochet, que deixou mais de 3. 000 mortos, o líder da Democracia Cristã pediu perdão ao país pelas vítimas da ditadura um ano depois de restaurada a democracia, 11 de março de 1990.

Com a voz emocionada, ao entregar as conclusões da Comissão Nacional da Verdade e Reconciliação, presidida pelo advogado e ex-parlamentar Raúl Rettig, apresentou uma mensagem solene ao país.

“Me atrevo, na minha qualidade de presidente da República, a assumir a representação da nação inteira para, em seu nome, pedir perdão aos familiares das vítimas”, disse  Aylwin.

JUSTIÇA POSSÍVEL

Nos quatros anos do seu governo, Pinochet permaneceu no comando do Exército, fazendo valer ainda o seu poder e influência. No fim de 1990, Aylwin teve que enfrentar o denominado “exercício de enlace” ordenado por Pinochet e que incluiu uma movimentação de tropas durante oito horas para pressionar pelo fim de uma investigação judicial por fraude ao fisco que incluía seu filho.

Apesar da pressão, Aylwin tentou manter com o ex-ditador uma relação próxima, enquanto com as vítimas instaurou uma política que chamou de “justiça na medida do possível”.

“Percebi que, tendo uma relação próxima com ele, corria menos riscos do que com um militar que não conhecia. Com ele, cheguei a ter uma boa relação humana, mas não de amizade nem de confiança”, disse.

Na área econômica, ele adotou a estratégia de abertura comercial que levou o país a um grande avanço, ao mesmo tempo que trabalhou para democratizar as instituições e reinserir o Chile internacionalmente como país democrático.

SOB CRÍTICAS

Apesar da sua importância histórica, Aylwin chegou a ser acusado por ter feito um governo que deu mais atenção à estabilidade de que à reforma política. Ele foi criticado por não ter tido uma postura mais forte contra os abusos de direitos humanos durante a ditadura.

A atuação da Democracia Cristã durante o governo do socialista Salvador Allende (1970-1973) ainda é objeto de revisão.

Apesar de o partido ter oferecido apoio no Congresso para que pudesse assumir como presidente (ao não obter maioria absoluta nas urnas), vários de seus dirigentes deram suporte ao golpe de Estado que levou Pinochet no poder.

Na ditadura, Aylwin negociou com Pinochet a adoção em 1980 de reformas a uma nova Constituição que incluíam um calendário para a restauração da democracia a partir de um plebiscito em 1988, que o ditador perdeu para uma coalização de partidos de esquerda que incluía a Democracia Cristã e que levou à vitória da opção ‘Não’ à continuidade do regime, com 56% dos votos.

Após a surpreendente derrota, como estava previsto na Constituição, Pinochet teve que convocar eleições um ano mais tarde. Aylwin foi designado candidato único pela coalização de esquerda que havia triunfado no plebiscito e venceu nas urnas o aspirante do regime militar e da direita, o economista e ex-ministro de Pinochet Hernán Büchi.

Patricio Aylwin morreu em 19 de abril de 2016, aos 97 anos, em sua residência do município de Providência.

— Todos sabíamos que sua saúde havia se deteriorado há alguns dias — disse o ministro Jorge Burgos. Imediatamente após a confirmação do falecimento de Aylwin, a presidente chilena Michelle Bachelet expressou pesar.

— O Chile perdeu um homem que soube sempre colocar a unidade dos democratas sobre as diferenças e permitiu reconstruir um país democrático uma vez que assumiu a Presidência da República — disse a mandatária, que visitou a família de Aylwin em casa.   O governo chileno declarou três dias de luto nacional em honra ao ex-presidente, que teve um funeral de Estado.

(Fonte: http://www1.folha.uol.com.br/mundo/2016/04/1762664- MUNDO – DAS AGÊNCIAS DE NOTÍCIAS – 19/04/2016)

(Fonte: http://oglobo.globo.com/mundo -19124229#ixzz46IBllFJp – SANTIAGO — MUNDO/ POR O GLOBO / AGÊNCIAS INTERNACIONAIS – 19/04/2016)

© 1996 – 2016. Todos direitos reservados a Infoglobo Comunicação e Participações S.A. (Fonte:

Powered by Rock Convert
Share.