Palmério Dória, jornalista se dedicou a revelar bastidores da política, publicou obras sobre política que desagradaram a alguns poderosos, como os ex-presidentes Fernando Henrique Cardoso (‘Príncipe da Privataria’) e José Sarney (‘Honoráveis Bandidos’). Lançou ainda ‘Golpe de Estado’, escrito com o amigo Mylton Severiano, outro ícone do jornalismo

0
Powered by Rock Convert

Palmério Dória, jornalista se dedicou a revelar bastidores da política

Ex-chefe de reportagem da Globo que criticava o canal

Referência do jornalismo, ele comandou a revista ‘Sexy’

(Crédito da fotografia: Cortesia Carta Capital/ DIREITOS RESERVADOS)

 

Palmério Dória de Vasconcellos, jornalista e escritor

Na imprensa, Palmério teve passagens pela Folha de S.Paulo, O Estado de S. Paulo, TV Globo, e as revistas Sexy e Caros Amigos. O jornalista escreveu livros como Honoráveis Bandidos, O Príncipe da Privataria e Golpe de Estado.

No início da carreira, Palmério se posicionou contra a censura à imprensa imposta pela ditadura militar.

Natural do Pará, Palmério se destacou nos veículos de imprensa onde trabalhou, como a ‘Folha’ e o ‘Estadão’. Na década de 1980, ele entrou para a TV Globo. Chegou a ser chefe de reportagem da emissora.

Depois, foi diretor de redação da revista ‘Sexy’. Deu status de qualidade jornalística à publicação de fotos de nudez feminina. Os ensaios e entrevistas com famosas despidas gerou o livro ‘Evasão de Privacidade’.

O jornalista ganhou fama no meio da comunicação por seu estilo cortante e o humor ácido. Destemido, publicou obras sobre política que desagradaram a alguns poderosos, como os ex-presidentes Fernando Henrique Cardoso (‘Príncipe da Privataria’) e José Sarney (‘Honoráveis Bandidos’). Lançou ainda ‘Golpe de Estado’, escrito com o amigo Mylton Severiano, outro ícone do jornalismo.

 

Dória nasceu em Santarém, mas cresceu em Belém, criado por um padre. Mais tarde, mudou-se para o sul do país e trabalhou em várias organizações de mídia, incluindo a Folha de S. Paulo, O Estado de S. Paulo e a revista Caros Amigos. Ele também foi chefe de reportagem na Rede Globo antes de se tornar diretor da revista Sexy em 1992.

Escreveu vários livros, entre eles Mataram o Presidente – Memórias do pistoleiro que mudou a História do Brasil (1976), que trata do momento histórico desencadeado com o suicídio de Getúlio Vargas; Honoráveis Bandidos ─ Um Retrato do Brasil na Era Sarney (2009), sobre o poder da família Sarney no Maranhão; e A Guerrilha do Araguaia (1978), relato do levante comunista debelado pela ditadura militar.

Palmério foi um dos jornalistas mais importantes na resistência ao golpe de 16, contra Dilma, e criou uma trincheira em suas redes sociais, com um humor e ironia invejáveis, contra o avanço do fascismo.

 

Mesmo fora da grande mídia e vivendo nos últimos anos em um hospital de cuidados paliativos, Palmério Dória jamais deixou de produzir jornalismo. Consumidor voraz do noticiário, ele usava o Twitter para exprimir sua visão sobre a imprensa e a sociedade.

Recentemente, postou várias críticas contra a linha editorial da CNN Brasil (“Uma Jovem Pan soft”) e sua ex-empregadora Globo, acusada por ele de manter blindagem ao ex-juiz e atual senador Sergio Moro. “Se pretende isenta”, debochou em um post.

Em mensagem de 2017, foi ainda mais ácido. “A Globo agora quer parecer higienizadora da política. Quem não sabe que é uma das matrizes dessa política matreira, corrupta e rasteira?”

Dória também se manifestou contra suposta má vontade dos colegas de jornalismo com o início do terceiro mandato de Lula.

“A mídia parece saudosa e malocosa do tempo em que o Genocida lhe reservava a chapelaria do Planalto nas coletivas e das humilhações que passava no chiqueirinho em frente ao Alvorada, repetindo o estereótipo da mulher de malandro: quanto mais apanha a ele tem amizade”, tuitou.

 

Palmério Dória faleceu na sexta-feira (31), aos 74 anos, em decorrência de uma infecção generalizada e complicações de uma doença degenerativa.

Coincidentemente, morreu no dia do aniversário do golpe de 64. Desta vez, não houve comemoração no Planalto.

“Queridos amigos, familiares e leitores do meu tio Palmério Dória. Hoje ele escreveu sua última linha, colocou um ponto final numa história linda, cheia de emoções, repleta de amigos e admiradores. Para a eternidade ficam os livros e as memórias”, escreveu nas redes sociais Érica Vasconcelos, sobrinha do jornalista.

(Créditos autorais: https://www.terra.com.br/diversao/gente – DIVERSÃO/ GENTE/ ENTRETE/ por Jeff Benício – 2 abr 2023)

(Créditos autorais: https://www.cartacapital.com.br/sociedade – SOCIEDADE/ POR CARTACAPITAL | 01.04.2023)

(Créditos autorais: http://www.abi.org.br – Associação Brasileira de Imprensa – 01/04/23)

Powered by Rock Convert
Share.