Paco Rabal, ator atingiu o auge da projeção internacional com Luis Buñuel

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Francisco Rabal (Águilas, Espanha, 8 de março de 1926 – Bordéus, França, 29 de agosto de 2001), ator, roteirista e diretor espanhol, também conhecido como Paco Rabal

Ator emblemático, homem de convicções

Homem de esquerda, com fortes convicções políticas, Rabal afirmava na sua última entrevista ao “El País” (20 de Maio de 2001) que, apesar das mudanças, Espanha ainda cheirava a Franco e que iria odiar o atual primeiro-ministro José María Aznar.

Não gostava deste “mundo da informática, da demografia e da globalização”, que, como dizia Buñuel, são, juntamente com a ciência, os quatro cavaleiros do apocalipse, que afogam a Ásia e a África e separam a América Latina.

Filho de um mineiro, Rabal partiu para Madri aos seis anos de idade, onde vendeu pelas ruas, com o pai, rebuçados e gomas às crianças.
Anos mais tarde, trabalhou numa fábrica e frequentou as aulas noturnas dos Padres Jesuítas de Chamartín de la Rosa, onde viria a encenar as primeiras peças de teatro. Foi daí que partiu para os recém-criados Estúdios Cinematográficos Chamartín, onde foi admitido como aprendiz de eletricista.

Da eletricidade, Rabal passou a representar pequenos papéis como figurante em filmes de Rafael Gil (“La Pródiga y Reina Santa”, em 1946) e José López Rubio (“El Crimen de Pepe Conde”, em 1946, e “Alhucemas”, em 1947).

Depois dos papéis no cinema, seguiu-se novamente o teatro, como ator profissional da Companhia Lope de Vega, onde conheceu a sua mulher, Asuncíon Balaguer, com quem viria a casar em 1951.
A partir daí, Rabal alternou papéis na Sétima Arte com os seus desempenhos cénicos, tornando-se cada vez mais conhecido do público.
Mas, foi no final dos anos 50, que se deu o momento crucial na carreira de Paco Rabal. O ator cruzou-se com o emblemático realizador espanhol Luis Buñuel e desse encontro nasceram alguns dos mais memoráveis desempenhos do ator: “Nazarín”, em 1958, “Viridina”, em 1961, e “A Bela de Dia”, em 1966.

Com Buñuel, a projeção internacional do ator atingiu o auge e nos anos seguintes Rabal filmou com alguns dos mais importantes realizadores europeus, entre os quais os italianos Michelangelo Antonioni e Luchino Visconti e o francês Jacques Rivette.
Em 1984, conquista com “Los Santos Inocentes”, de Mario Camus, o Prêmio de Melhor Interpretação Masculina no Festival de Cannes, a que se seguiriam muitos outros prêmios em festivais.

Paco Rabal de 75 anos, morreu dia 29 de agosto de 2001, durante o vôo da British Airways de Londres e Madri. O ator, que sofria de bronquite crônica (mas que ainda assim continuava a fumar dez cigarros por dia), teve uma parada respiratória.

 

(Fonte: http://correiodobrasil.com.br/internacional – INTERNACIONAL – NOTÍCIAS – 29/8/2001 – Marta Fernandes – Público)

 

 

 

 

 

 

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