Oscar Peterson, pianista e compositor de jazz, uma das grandes lendas do instrumento no jazz

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Oscar Peterson, lenda do piano no jazz

Técnica do músico se destacava pela velocidade nos solos.

 

Oscar Peterson, um gigante do jazz em Sanremo em 1966 (Foto: Jazzinphoto / /Divulgação)

 

Oscar Emmanuel Peterson (Montreal, 15 de agosto de 1925 – Toronto, 23 de dezembro de 2007), pianista e compositor de jazz canadense, uma das grandes lendas do instrumento no jazz.

Um ícone do jazz, famoso pelo ritmo acelerado e talento para improvisação, Peterson declarou em 2005 que apresentações ao vivo permitiam que “momentos de grande beleza emergissem”.

Ao longo de quase sete décadas de carreira, Peterson gravou mais de 200 álbuns e ganhou oito prêmios Grammy, entre eles um pelo conjunto de sua carreira, em 1997.

Conhecido pelas levadas nas duas mãos, pela técnica primorosa e pelos solos velozes, Peterson foi um dos músicos mais gravados do gênero, tanto como líder de banda como instrumentista acompanhante. Ele é considerado um nome de grande influência sobre gerações subsequentes de músicos – a também canadense Diana Krall é uma delas.

Oscar Peterson nasceu em Montreal no dia 15 de agosto de 1925 e começou a estudar piano clássico aos seis anos. Ao completar 14, ganhou um concurso amador e passou a trabalhar regularmente numa rádio local.

Em 1949 foi convidado por Norman Granz a integrar seu grupo “Jazz at the Philharmonic”, que excursionava pelos Estados Unidos com celebridades como Roy Eldridge, Zoot Sims e Ray Brown.

Desde que fez uma aclamada aparição no Carnegie Hall de Nova York no mesmo ano, Peterson recebeu um grande número de prêmios e títulos, como um Grammy pelo conjunto da obra no ano de 1997 – foram oito estatuetas no total.

O Canadá concedeu a ele a mais alta honra para civis e também o tornou a primeira pessoa a ser estampada nos selos de país ainda em vida.

Em entrevista à agência Reuters em 2000, Peterson afirmava que os jovens jazzistas tinham dificuldades distintas do racismo que enfrentou décadas atrás.

“A luta deles é outra. Eles precisam superar um obstáculo diferente: a invasão da música pop. E muitos deles são mais inseguros. As dificuldades são maiores hoje, mas penso que o jazz voltará a conquistar terreno.”

 

Trajetória
Oscar Peterson nasceu numa família da classe trabalhadora em Montreal, na província de Québec e ganhou sua paixão pelo jazz através do pai, Daniel. Peterson venceu um concurso de talentos organizado pelo canal de televisão Canadian Broadcasting Corporation (CBC) quanto tinha apenas 14 anos.

O músico aprendeu a tocar trompete e piano ainda criança, mas depois de ser vitimado pela tuberculose acabou se concentrando nos teclados.

O músico, que lançou seu primeiro “single” com apenas 19 anos tocou com lendas do jazz como Dizzy Gillespie, Charlie Parker, Herbie Hancock, Nat King Cole e Duke Ellington, que se referia a ele como o “marajá do teclado”. O pianista também gravou e participou de apresentações com Ella Fitzgerald, Louis Armstrong, Count Basie e Stan Getz.

Entre os músicos que influenciou está o pianista Eldar Djangirov, nascido no Quirguistão e radicado nos Estados Unidos.

A associação Canadian Songwriters Hall of Fame, de compositores canadenses, havia anunciado no mês passado que em 2008 iria homenagear Peterson com um prêmio para celebrar “um pianista e compositor brilhante” que apresentava destreza musical e performances energéticas”.

 

 

O pianista canadense Oscar Peterson. (PATTI GOWER / TORONTO STAR FILE PHOTO)

 

 

Conhecido no Brasil

Peterson era muito conhecido no Brasil, onde esteve no final dos anos 80, com o trio então formado por David Young no baixo e Martin Drew na bateria. Também esteve em novembro de 1998 no país, com shows no Teatro Municipal de São Paulo e uma apresentação gratuita no parque Ibirapuera.

O pianista era considerado um improvisador de muito swing e forte personalidade, sendo sua música conhecida pela força e vitalidade, sendo premiado várias vezes pela revista “Downbeat”, durante os anos 50.

Formou o primeiro trio com a guitarra de Herb Ellis e o baixo de Louis Hayes; o segundo, mais famoso, tinha Ray Brown no baixo e Ed Thigpen na bateria, tendo durado de 1959 a 1965; o terceiro era formado por Sam Jones no baixo e Bob Durham na bateria e durou até 1967.

A partir dos anos 80, Peterson passou a realizar trabalhos mais intimistas, principalmente através de solos e duetos, como o gravado com o guitarrista Joe Pass, em Paris, na sala “Le Pleyell”.

Segundo o crítico James Collier, Oscar Peterson pode ser definido como um eclético. Quando executa suas baladas, se assemelha a Art Tatum, quando toca bebop, lembra Bud Powell – sem contar as influências que teve de músicos como Errol Garner e Teddy Wilson.

O pianista canadense Oscar Peterson, morreu em 23 de dezembro de 2007 de insuficiência renal, em sua casa de Toronto. Ele tinha 82 anos.

Peterson sofreu um derrame em 1993 que deixou sequelas em sua mão esquerda, mas não diminuiu sua paixão pela música. Um ano depois ele estava de volta em turnê, e gravando “Side By Side” com Itzhak Perlman. Com a passagem dos anos, o músico continuou a se apresentar apesar da atrite e dificuldades para andar.

Peterson, que morreu em sua casa em Toronto, na província de Ontário, foi casado quatro vezes e teve cinco filhos, todos com sua primeira mulher.

(Fonte: http://g1.globo.com/Noticias/Musica- Música – Jazz – Do G1, com informações de agências – 24/12/07)

(Fonte: http://www1.folha.uol.com.br/fsp/ilustrada – FOLHA DE S.PAULO – ILUSTRADA / DA REPORTAGEM LOCAL – MEMÓRIA – São Paulo, 25 de dezembro de 2007)

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