O primeiro submarino nuclear do país

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PRIMEIRO SUBMARINO NUCLEAR DO BRASIL

A Marinha brasileira insiste em concluir a construção do submersível atômico, apesar das incertezas sobre a superação das etapas tecnológicas que ainda restam. Iniciou em julho de 1979, o projeto piloto de construção do primeiro submarino nuclear do país.
Muitos oficiais da Marinha foram enviados à Universidade de Michigan para estudar engenharia nuclear. Um oceano de problemas dificulta esse sonho: obstáculos técnicos reforçados por bloqueios políticos dos países do Primeiro Mundo – que impedem a transferência de informações e equipamento para a Marinha do Brasil -, falta de verba, alienação da indústria nacional do programa, desmantelamento do antigo grupo de empresas engajado em pesquisas de ponta no campo da Defesa e a falta de apoio da sociedade.
A razão é mesmo puramente militar: um navio desse tipo opera sem limitações enquanto durarem os suprimentos e o armamento da tripulação. Assim, a propulsão nuclear que, na década de 80, a Marinha previa ter por volta de 1995 é agora meta para 2008. Para ver o Nuc finalmente ser lançado ao mar, o navio em si, imaginado para até 2010, é promessa para 2014 ou 2015.
O domínio do ciclo nuclear é vital para que o país seja respeitado lá fora. E o projeto do submarino nuclear é um instrumento dessa nossa afirmação. O pensamento não é novo. É repetido pelo menos desde abril de 1988, quando o presidente José Sarney anunciou o domínio do ciclo atômico pela Marinha, dentro de um programa nuclear paralelo, conduzido por 13 anos com apoio de verbas secretas do Gabinete Militar da Presidência e fora das salvaguardas do Acordo Nuclear Brasil-Alemanha – responsável pela construção do complexo de Angra.
O Centro Experimental Aramar, em Iperó, a 130 quilômetros de São Paulo, coração do projeto, ainda retém parte da velha majestade daqueles tempos. No final da década de 80 Iperó e o Centro Tecnológico da Marinha na capital paulista reuniam de 1.800 civis e militares. Hoje restam em torno de 1.000 pessoas.

(Fonte: Revista ÉPOCA, 5 de outubro, 1998 – CÊNCIA E TECNOLOGIA – Editora Globo – N.º 20 – ANO I – ENERGIA NUCLEAR – Pág. 65/66/67)

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