Néstor Kirchner, ex-presidente da Argentina. De líder estudantil à presidência da Argentina

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Néstor Kirchner (1950-2010), ex-presidente da Argentina

Néstor Carlos Kirchner nasceu em 25 de fevereiro de 1950, em Río Gallegos, província de Santa Cruz, na Patagônia, sul da Argentina. Antes de chegar à presidência, foi advogado e governador da sua província natal por quase 12 anos.
Ele estudou direito na Universidade Nacional de La Plata, onde foi membro do movimento justicialista e depois da Juventude Peronista.
Em 1975, casou-se com Cristina Fernández, que conheceu no curso de direito. Logo após a formatura, em 1976, voltaram para Santa Cruz, onde trabalharam como advogados. O ex-presidente deixa dois filhos, Máximo e Florência.
Durante a ditadura militar argentina (1976-1983), Kirchner foi preso por um curto período de tempo por motivos políticos.

Em 1987, foi eleito prefeito de sua cidade natal Río Gallegos e, em 1991, conquistou o primeiro de três mandatos consecutivos como governador da província de Santa Cruz, onde governou até 2003. Como governador, foi um dos críticos da administração do ex-presidente Carlos Menem e diminuiu o déficit de sua região, rica em petróleo e recursos naturais, e também fez de Santa Cruz a província com o menor índice de desemprego na Argentina.

Em 1992, foi nomeado presidente do Conselho Provincial do Partido Justicialista e secretário de Ação Política do Conselho Nacional.
Ao lado do marido, Cristina se tornou um nome influente na política provincial — em 2001, foi eleita para o Senado nacional.

Presidência

Apesar de pouco conhecido fora da província de Santa Cruz, Kirchner decidiu arriscar-se na candidatura à presidência em 2003. O governador recebeu o forte apoio do então presidente Eduardo Duhalde, figura-chave do partido peronista.
No primeiro turno, em abril de 2003, Kirchner ficou em segundo lugar, próximo ao ex-presidente Carlos Menem. Pouco antes do segundo turno, Menem retirou sua candidatura e praticamente deu a vitória a Kirchner, que assumiu a presidência em 25 de março de 2003.

Tido pelos adversários como dono de uma personalidade irascível e implacável, Kirchner construiu seu poder com um estilo personalista, que a nível nacional tentou superar com um pedido de “transversalidade” política (alianças com outras forças), que não chegou a ser concretizada com fatos.

Ele deixou o governo em dezembro de 2007 com popularidade em alta, apesar de ter sofrido várias críticas, principalmente por causa da queda do poder de compra dos argentinos. Segundo o instituto de pesquisa privado Ibarómetro, o presidente saiu do governo com imagem positiva para 55,3% dos argentinos.

Ele ainda fez sua sucessora, sua mulher Cristina Kirchner, eleita em 2007 com 45% dos votos no primeiro turno. Em 2009, Néstor Kirchner foi eleito deputado pela Província de Buenos Aires, a principal do país, apesar de seu partido ter tido poucos votos, o que fez Kirchner renunciar ao cargo de presidente do Partido Justicialista (PJ).
Atualmente, Kirchner exercia a presidência da Unasul (União de Nações Sul-Americanas). Segundo analistas políticos, Kirchner era cotado para ser candidato às eleições presidenciais de 2011 na Argentina e era tido como braço direito da mulher no governo.

O ex-presidente argentino Néstor Kirchner morreu na quarta-feira (27 de outubro de 2010) aos 60 anos em El Calafate, na província de Santa Cruz, na Argentina.

Kirchner foi hospitalizado às 8h15 (horário local) de 27 de outubro de 2010, no hospital José Formenti, acompanhado por sua mulher, a atual presidente do país, Cristina Fernández Kirchner.
(Fonte: noticias.uol.com.br/ultimas-noticias/internacional – 27/10/10 – Do UOL Notícias – Em São Paulo)

Kirchner: de líder estudantil à presidência da Argentina
Ex-presidente argentino foi responsável pela reestruturação econômica do país na última década
Néstor Kirchner governou a Argentina de maio de 2003 a dezembro de 2007, quando foi sucedido por sua mulher, Cristina. Em 2009, ele havia sido eleito representante da província de Buenos Aires no Parlamento argentino e, desde maio de 2010, era secretário-geral da União das Nações sul-americanas (Unasul) e de deputado federal pelo Partido Justicialista (peronista), além de ser líder do seu bloco.

Kirchner iniciou sua carreira na política ainda como universitário – foi militante da Juventude Peronista. Casou-se com Cristina durante a época da ditadura e conseguiu seu primeiro cargo administrativo em 1987, quando foi eleito prefeito de Rio Gallegos.

Quatro anos depois, foi eleito governador de Santa Cruz com 61 % dos votos – cargo para o qual foi reeleito. Foi nessa função que o líder do Partido Justicialista (herdeiro do peronismo) ganhou projeção nacional.

Nas eleições de 2003, Kirchner era apresentado como o candidato de Eduardo Duhalde, então presidente. Ele disputou o cargo com dois ex-presidentes peronistas – Carlos Menem e Alberto Rodríguez Saá. No segundo turno, Menem retirou sua candidatura e Kirchner foi eleito.

Ao lado de Lula e Hugo Chávez, Kirchner era um dos líderes da centro-esquerda sul-americana que reaproximou o continente. Crítico do neoliberalismo, liderou a Argentina em reformas econômicas promovidas logo após ingressar na presidência, quando o país atravessara uma das piores crises de sua história.

Durante sua administração, a Argentina recuperou seu crescimento – O PIB chegou a crescer 8% – devido às renegociações das dívidas públicas junto ao Fundo Monetário Internacional (FMI). Nesse período, os índices de pobreza e de desemprego diminuíram drasticamente.

Em pouco tempo, Kirchner promoveu reformas na estrutura política argentina, dominada pelos setores conservadores. Seu governo teve como eixo central a promoção dos direitos humanos, já que retomou os julgamentos contra os responsáveis pelos crimes cometidos durante a ditadura.
Quanto à política externa, Kirchner reaproximou a Argentina dos vizinhos do Mercosul e se opôs à Área de Livre Comércio das Américas (ALCA).
Kirchner era considerado a verdadeira força política por trás do governo de Cristina, que o sucedeu após o então presidente anunciar que não disputaria a reeleição – embora tivesse altos índices de aprovação ao fim de seu mandato. Ele era tido como um provável candidato a retornar à presidência argentina, em 2011.

Carreira política

Kirchner ganhou projeção nacional ao se tornar governador da província de Santa Cruz, por dois mandatos na década de 90.
Após a renúncia do presidente Fernando de La Rua (1999-2001), devido a uma grave crise econômica, a presidência do país foi assumida por Eduardo Duhalde, responsável por completar o mandato até 2003.

Nas eleições de abril daquele ano, Kirchner saiu como candidato da Frente para a Vitória e ficou em segundo lugar, atrás do ex-presidente Carlos Menem. Antes do segundo turno, Menem desistiu da candidatura e Kirchner foi declarado vencedor.
Durante seu governo, Kirchner conseguiu tirar a Argentina da recessão e antecipar o pagamento de empréstimos ao FMI (Fundo Monetário Internacional), bem como aumentar os salários e pensões e diminuir a pobreza. O mandato de Kirchner também foi conhecido pela reabertura de julgamentos da ditadura argentina (1976-1983).
Em 2007, lançou sua mulher, a então senadora Cristina Kirchner como candidata a sua sucessão, que também foi eleita.

(Fonte: www.estadao.com.br/noticias/internacional – Ariel Palácios – correspondente de O Estado de S. Paulo – 27 de outubro de 2010)

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