Miguel Díaz-Canel é primeiro político a ocupar cargo de vice-presidente sem ter lutado na revolução

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Miguel Díaz-Canel, herdeiro político de Cuba

Progressista, Miguel Díaz-Canel é primeiro político a ocupar cargo de vice-presidente sem ter lutado na Revolução Cubana.

Miguel Díaz-Canel Bermúdez, um engenheiro elétrico, subiu os escalões do poder em Cuba durante três décadas, até estar na linha de frente da sucessão do presidente Raúl Castro.

Engenheiro elétrico fez carreira no Partido e pode suceder Raúl Castro em 2018. Bom ouvinte, ele é considerado pelas mulheres “sósia” de Richard Gere.

Nascido em 20 de abril de 1960, na província central de Villa Clara, é o primeiro líder nascido depois do triunfo da Revolução de 1959 a alcançar o cargo de primeiro vice-presidente do Conselho de Estado, o órgão executivo da ilha, presidido por Raúl Castro.

Outros líderes de sua geração, como Carlos Lage, Roberto Robaina e Felipe Perez Roque, foram excluídos apesar de seguirem o mesmo caminho, acusados por Fidel Castro de serem tentados pelo “mel do poder”, mas Díaz-Canel sempre se manteve distante dos holofotes, transitando inalterado por caminhos mais longos e mais complexos, mas mais seguros.

Ele teve sua única experiência no serviço militar, quando cumpriu o período obrigatório de três anos em unidades de mísseis antiaéreos, depois de se formar na faculdade, em 1982.

Professor universitário em Villa Clara, líder da União de Jovens Comunistas naquela província, chegou à liderança da juventude nacional do Partido Comunista de Cuba (PCC) em 1993. Na década de 1980, cumpriu uma “missão internacional” na Nicarágua, sob o primeiro governo sandinista.

Em julho de 1994 retornou a Villa Clara como primeiro secretário do PCC, a maior autoridade na província, no momento em que a crise econômica provocada pelo fim da ajuda soviética afundava a ilha.

Era normal vê-lo passar de bicicleta pelas ruas, tentando incentivar não só a economia, mas também a cultura. Naquele tempo, fez reviver o “Mejunje”, um centro cultural “multifacetado e antidogmático”, que também era frequentado por homossexuais num momento em que ainda havia preconceitos oficiais contra eles.

Também promoveu neste período festivais de rock, estilo que ainda não era politicamente bem visto na ilha.

Dez anos depois, foi enviado como chefe do Partido para Holguin (sudeste) para integrar o seleto gabinete político do PCC.

Com uma grande população, recursos naturais e locais turísticos, Holguin também é uma das províncias mais complexas da ilha, por isso seu trabalho foi opaco, segundo os moradores locais.

Em maio de 2009, Raúl Castro, que substituiu no poder a seu irmão enfermo Fidel três anos antes, o chamou a Havana e foi nomeado ministro do Ensino Superior, cargo que ocupou por três anos.

Tem dois filhos de seu primeiro casamento com Martha, e atualmente está casado com Lis Cuesta, uma professora universitária de cultura cubana.

Em março de 2012, foi nomeado vice-presidente do Conselho de Ministros para a Ciência, Educação, Esportes e Cultura, dando início a uma atividade frenética nacional e internacional, muitas vezes na companhia ou em nome de Raúl Castro.

“Participa semanalmente na Comissão Econômico Financeira e da Comissão do Birô Político para o controle da implementação das resoluções do VI Congresso” do PCC, disse Raul Castro, que o enviou como seu representante na posse presidencial no México e a um importante ato em favor de Chávez, em Caracas.

“Não é um novo rico ou um candidato improvisado”, declarou Raúl Castro dia 24 de fevereiro de 2013 ao apresentá-lo publicamente ao novo cargo.

“Ele veio várias vezes à Casa da Alba (em Havana) e senta-se no chão da varanda, conversa com as pessoas como qualquer um, porque não segue protocolo e gosta de ouvir as pessoas”, contou à AFP um funcionário dessa instituição cultural.

Esta receita o tornou o novo número dois de Cuba: “ouvir as pessoas e ser sensível aos seus problemas”, de acordo com uma reportagem na televisão.
(Fonte: http://g1.globo.com/mundo/noticia/2013/02 – Da AFP
– MUNDO – 25/02/2013)

Miguel Díaz-Canel é indicado como sucessor de Raúl em 2018.

Ele é o primeiro “número 2” do regime nascido após a Revolução Cubana.

É a primeira vez, desde a Revolução de 1959, que é designado um “número dois” do regime não saído das fileiras dos que combateram ao lado de Fidel Castro.

Raúl Castro havia sido o “número dois” de seu irmão Fidel, cinco anos mais velho, até o comandante ter abandonado o cargo, em julho de 2006, por questão de saúde.

Nomeado oficialmente em fevereiro de 2008 como presidente do Conselho de Estado, órgão executivo supremo, designou como número dois ao colega de armas José Ramón Machado Ventura.

A nomeação de Miguel Días-Canel no posto de primeiro vice-presidente do Conselho de Estado marca “o início da era pós-Castro”, disse o analista cubano Arturo López-Levy, da Universidade de Denver, no Colorado.

“Ele se diferencia por três razões: sua idade, nascido após o triunfo revolucionário de 1959, e educado dentro do sistema; sua forma de acesso ao poder, passo a passo, dentro do aparato do partido, e não pela participaçãona luta revolucionária; e o fato de ser um civil com pouca experiência militar”, disse.

Nascido em 20 de abril de 1960, Díaz-Canel, que é engenheiro eletrônico, é bastante discreto.

Militante da Juventude Comunista, foi primeiro-secretário do Partido Comunista na sua províncial natal, Villa Clara, no centro do país, e depois em Holguín, sudeste da ilha, antes de ser admitido entre os 15 membros do birô político do partido único em 2003.

Nomeado ministro de Educação Superior em 2009, ele se converteu em um dos oito vices do Conselho de Ministros em 2012, antes de entrar no Conselho de Estado, de 31 membros, logo no posto de número dois.

Ainda que a rota esteja traçada, isso não significa que Díaz-Canel vá suceder Raúl Castro. Outras figuras emergentes no regime nos anos 1990 chegaram a ser apontadas como possíveis sucessores, mas caíram em desgraça antes disso.

“Ninguém poderá governar Cuba como o fizeram Fidel Castro e Raúl Castro. Não contam com a legitimidade carismática que é a chave da liderança histórica, portanto será um período de provação, no qual terão de demonstrar a habilidade e a capacidade de levar adiante as reformas que se propõem e perfilar a Cuba do futuro”, disse o politólogo cubano Carlos Azulgaray.

(Fonte: http://g1.globo.com/mundo/noticia/2013/02 – Da AFP
– MUNDO – 25/02/2013)

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