Mauro Rasi, tornou-se um dos mais atuantes autores das décadas de 80 e 90, com mais de 20 peças escritas

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Premiado autor

Mauro Perroca Rasi (Bauru, 27 de fevereiro de 1949 – Rio de Janeiro, 22 de abril de 2003), dramaturgo e escritor paulista, fez 16 peças de teatro e alguns roteiros para a televisão. Além disso, teve seus textos publicados em livros.

Rasi se tornou um dos mais atuantes autores das décadas de 80 e 90, com mais de 20 peças escritas. Entre elas estão A Cerimônia do Adeus, A Estrela do Lar, Viagem a Forly, Ladies na Madrugada, O Baile de Máscaras, O Crime do Doutor Alvarenga, Pérola, A Dama do Cerrado e Alta Sociedade.

Rasi sempre sonhou em repetir na televisão o sucesso que obteve nos palcos. Na tevê, escreveu para programas Armação Ilimitada e TV Pirata.

No teatro, ele foi contemplado com 11 prêmios. Um dos últimos trabalhos de Rasi, Batalha de Arroz num Ringue para Dois, está em cartaz no Rio de Janeiro. A peça é encenada pelos atores Cláudia Jimenez e Miguel Falabella. O estado debilitado de saúde do dramaturgo, que piorou rapidamente desde fevereiro de 2003, fez com que ele se afastasse dos trabalhos.

Rasi frequentou aulas no Conservatório de Paris e se formou pianista. Aos 13 anos, participou de um concurso de teatro com a peça Duelo do caos morto. Antônio Abujamra assistiu ao espetáculo e o incentivou a escrever.

Rasi, que era paulista de Bauru, foi um dos autores teatrais de maior sucesso nas duas últimas décadas. Começou na comédia ligeira, comentando o cotidiano político e social, que passou a ser conhecida como besteirol, mas foi tornando seu trabalho mais denso, em peças geralmente protagonizadas por estrelas da televisão, como Marieta Severo, Vera Holtz, Nathalia Timberg etc. Seu último texto, A Dama do Cerrado, estreou em 1996, com Suzana Vieira e Otávio Augusto. Nos últimos tempos, ele vinha tentando levantar a produção de um musical que se Ladies na Madrugada, que pretendia estrear em 2003.

Rasi começou cedo no teatro. Aos 13 anos, montou Duelo do Caos Morto e foi incentivado a seguir carreira por Antônio Abujamra. Aos 16, quando estudava para ser concertista, encenou uma versão para Bauru de Liberdade, Liberdade, texto de Millôr Fernandes e Flávio Rangel. “Um verdadeiro plágio, que agradou ao meu público e foi levada ao palco na semana anterior à vinda de Paulo Autran com a versão original e autêntica”, contou o dramaturgo ao Estado. Muitos anos depois, Autran e Rasi viriam a trabalhar juntos em O Crime do dr. Alvarenga.

O dramaturgo foi altamente influenciado pelas mulheres em sua obra teatral. Em uma entrevista ao Estado em 1997, disse que a arte e a cultura entraram na sua vida pela mão das mulheres de sua família. “Com 3, 4 anos, eu era levado ao cinema todo dia pela minha avó. Depois, as tias é que me levavam e brigavam com o porteiro para eu entrar em filmes proibidos. Era uma situação tipo Amarcord.

O primeiro livro, A Vida de Mozart, ganhei de uma tia. Cinema, música, literatura, tudo me foi passado por mulheres. Três delas foram professoras. De francês, de literatura e de piano”. Ele chegou a escrever uma peça para suas tias: As Tias de Mauro Rasi, que estreou em 1996 com Nair Bello, Carmem Verônica, Berta Loran e Dirce Migliaccio no elenco. Foi sucesso e o espetáculo quase ganhou a TV. A Rede Globo gravou programas piloto com o mesmo nome da peça, mas o lançamento foi cancelado.

 

Mas para além da homenagem a suas tias, Mauro Rasi mantinha a mulher em lugar de destaque em todos momento de sua carreira. “Minha relação com as mulheres é turbulenta, complicada. Fui criado num matriarcado danado. Mas devo tudo a elas, da vida ao sucesso. Sempre, em qualquer momento crítico, uma mulher me estendeu a mão e me salvou. Todas as portas decisivas para mim foram abertas por mulheres.”

Ele, contudo, disse ao Estado que a maior influência foi de sua mãe: “Ela era avassaladora, para o bem e para o mal. A gente custou a se entender, só nos acertamos no fim da vida dela. Mas os conflitos que surgiram, de certa forma, foram responsáveis por boa parte do que criei e crio.” Ele trabalhou com várias das grandes atrizes brasileiras. Sobre cada uma delas tinha uma opinião, sempre positiva e às vezes referenciada no cinema.

“Sônia Guedes é a maior atriz inglesa de São Bernardo; Andréa Beltrão é muito parecida comigo, eu em mulher; Marieta Severo foi uma relação cabeça, foi muito generosa comigo, que era um diretor estreante em A Estrela do Lar; Suzana Vieira é uma pimenta malagueta, uma Debbie Reynolds global; Vera Holtz, a pérola da minha coleção”. Sobre Vera Holtz, ele fez referência à sua própria peça Pérola, em que Vera vivia a protagonista.

Apesar de ter alcançado sucesso como dramaturgo (ganhou 11 prêmios de teatro), Mauro Rasi também atuava em outras frentes da cultura e do entretenimento. Ele escreveu para a Globo alguns episódios da série cult dos anos 80 Armação Ilimitada e fez parte da equipe de redatores do TV Pirata, programa que levou à TV boa parte dos autores e atores do teatro “besteirol”, como Luiz Fernando Guimarães, Regina Casé e Débora Bloch.

Natural de Bauru, no interior de São Paulo, Rasi foi responsável por um dos maiores sucessos do teatro brasileiro, a peça “Pérola”, que ganhou vários prêmios e foi vista por mais de 300 mil espectadores.

Rasi era roteirista, teatrólogo e cronista do jornal “O Globo”.

A principal marca de Rasi era falar, com humor, da família brasileira. Seu mais recente trabalho, “Batalha de Arroz num Ringue para Dois”, foi em cartaz no Rio de Janeiro com Cláudia Jimenez e Miguel Falabella, e deveria ter virado um programa de TV após o fim do “Sai de Baixo”, na Globo.

 

 

 

 

 

Teatro

 

  • “A Massagem” (1972)
  • “Ladies da Madrugada” (1974)
  • “As Mil e Uma Encarnações de Pompeu Lorêdo” – com Vicente Pereira (1980)
  • “Batalha de Arroz num Ringue para Dois” (1984)
  • “Pedra, a Tragédia” (1986)
  • “A Cerimônia do Adeus” (1987)
  • “A Estrela do Lar” (1989)
  • “Baile de Máscaras” (1992)
  • “Viagem a Forli” (1993)
  • “Pérola (1994)
  • “5x Comédia” – com Vicente Pereira (1995)
  • “As Tias do Mauro Rasi” (1996)
  • “A Dama do Cerrado” (1996)
  • “O Crime do Dr. Alvarenga” (1999)
  • “Alta Sociedade” (2001)
  • “A Mente Capta”

Televisão

 

  • “Armação Ilimitada”
  • “TV Pirata”

Livros publicados

 

  • “A Alegria” (antologia de 12 textos organizada pela editora Publifolha, com o conto “Ida a Tupã”)
  • “Pérola” (editora Record)
  • “Trilogia” (editora Relume Dumará, com “A Estrela do Lar”, “A Cerimônia do Adeus” e “Viagem a Forli”)

 

Mauro Rasi morreu aos 54 anos, dia 22 de abril de 2003, em sua casa no Rio de Janeiro. Ele morava no bairro do Leblon.

(Fonte: http://www1.folha.uol.com.br/folha/publifolha – PUBLIFOLHA / da Folha Online – 22/04/2003)

(Fonte: https://www.terra.com.br/exclusivo/noticias/2003/04/22 – EXCLUSIVO – 22 de abril de 2003)

(Fonte: http://www1.folha.uol.com.br/folha/ilustrada – ILUSTRADA / da Folha de S.Paulo, no Rio de Janeiro – 22/04/2003)

(Fonte: http://cultura.estadao.com.br/noticias/geral – NOTÍCIAS – CULTURA – Por Agencia Estado, 22 Abril 2003)

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