Masayoshi Ohira, primeiro-ministro do Japão durante o mandato de (1978-1980).

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Masayoshi Ohira (Kagawa, 12 de março de 1910 – Tóquio, 12 de junho de 1980), primeiro-ministro do Japão durante o mandato de (7 de dezembro de 1978 até 12 de junho de 1980). Um dos arquitetos do “milagre” econômico japonês. Seu antecessor foi um dos caciques tradicionais, Takeo Fukuda.
Ohira ganhou o apelido de “touro”, devido a sua tenacidade nas negociações políticas. Teve uma postura cautelosa e moderada política de defesa.
O primeiro-ministro Masayoshi Ohira só participou dois dias da campanha eleitoral. Uma estafa, depois identificada como angina, prendeu-o a um leito do hospital de Toranomon, no centro de Tóquio, desde o dia 31 de maio de 1980. Sua recuperação parecia satisfatória. Ohira até já alimentava esperanças de comparecer à reunião de cúpula dos aliados ocidentais e do Japão marcada para dia 24 de junho de 1980, na Itália. Porém, um enfarte encerrou a sua carreira aos 70 anos, dia 12 de junho de 1980, em Tóquio.

 

Pela primeira vez, na história do Japão, um primeiro-ministro morria em pleno exercício do cargo. Mas as honras que a nação devia a um dos arquitetos do “milagre” econômico japonês acabaram sendo atropeladas pela convulsão político-partidária suscitada pelo seu súbito desaparecimento: a campanha eleitoral do partido governista, o Liberal Democrático (PLD), já vinha sendo prejudicada pela doença de seu líder. E agora, com sua morte, temia-se também que as várias facções do PLD se engalfinhassem na luta pelo seu espólio.

 

TRÉGUA – A primeira surpresa surgiu quando o zaikai – a poderosa comunidade empresarial nipônica – pediu que os liberais-democratas superassem suas diferenças e trabalhassem pela vitória do partido governista nas eleições que renovarão o Parlamento, no dia 22 de junho de 1980. Depois foi a vez do primeiro-ministro interino, Masayoshi Ito (15 de dezembro de 1913 – 20 de maio de 1994), propor uma trégua – enquanto candidatos pediam votos ao Partido Liberal Democrático, como um tributo ao falecido chefe do governo.

 

Esse mínimo de união entre os grupos de um partido que apesar de ter se mantido no poder desde que surgiu, em 1955, se notabilizara por frequentes traições e quebras de compromisso entre seus membros, poderá tranquilizar o eleitorado conservador do país e garantir-lhe mais uma vitória nas urnas.

 

Até que ponto essas eleições alterarão o equilíbrio entre as várias facções do PLD é uma questão que só terá resposta na hora da escolha do sucessor de Ohira. Além dos caciques tradicionais como Kakuei Tanaka (4 de maio de 1918 – 16 de dezembro de 1993), Takeo Miki e Takeo Fukuda (Takasaki, 14 de janeiro de 1905 – Tóquio, 5 de julho de 1995), os nomes mais lembrados são os de Yasuhiro Nakasone, e Toshio Komoto, que aliás já faziam campanha antes mesmo da morte de Ohira.

 

Por ter sido como “falcão”, Nakasone no poder provavelmente abandonaria a cautelosa e moderada política de defesa de Ohira. Komoto, ex-chefe do influente Ministério da Indústria e Comércio, teria o apoio de líderes empresariais e do ex-primeiro-ministro Takeo Miki (17 de março de 1907 – 4 de novembro de 1988). Seja quem for o vencedor, ele deverá sua vitória mais à fachada de unidade partidária gerada pela morte de Ohira que a sua força real.

Masayoshi Ohira faleceu dia 12 de junho de 1980, de ataque do coração, aos 70 anos, em Tóquio.

(Fonte: Veja, 18 de junho de 1980 – Edição 615 – DATAS – Pág; 114 – JAPÃO/ Pág; 38)

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