Mark Tobey, foi importante artista (ao lado, do escultor Alexander Calder e do pintor Joseph Albers)

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Mark Tobey (Centerville, Wisconsin, 11 de dezembro de 1890 – Basel, Suíça, 24 de abril de 1976), pintor americano que destacou-se como um dos dois ou três mais importantes artistas dos Estados Unidos (ao lado, do escultor Alexander Calder e do pintor Joseph Albers).

Tobey nasceu em dezembro de 1890, no Estado de Wisconsin, e nas duas primeiras décadas do século 20 tornou-se um retratista da moda. Desde aquela época mostrou-se um viajante incurável. E em pouco tempo visitou toda a Europa, a Grécia e o Oriente Médio. Em 1934, esteve no extremo oriente, e a viagem foi decisiva para sua obra – e possivelmente para toda uma tendência da pintura ocidental.

Tobey estudou caligrafia chinesa em Xangai e, no Japão, internou-se num mosteiro zen. De volta à América, em 1935, realizou a primeira obra da série denominada “Escritas Brancas”, inspiradas em processos orientais: traços bastante caligráficos, feitos a tinta branca da China, sobre fundos de tons neutros, praticamente reduzindo a realização retratada a uma complexa trama de ritmos abstratos.

Sugestivo e sutil – Em fins da década de 40, a obra de Tobey se definiu claramente por essa última opção. Abandonando toda referência direta à natureza – embora influenciado por ela, na melhor tradição oriental -, o artista passava a se dedicar apenas ao jogo das formas, inaugurando a tendência que se poderia chamar de “gestual”.

Foi essa, sem dúvida, sua maior contribuição à arte do Ocidente. Desde seu nascimento através, principalmente, do russo Vassili Kandinsly (1866-1944), a pintura abstrata europeia se ligava mais a bases racionais e geométricas que ao livre curso de formas e ideias.

Coube a Tobey – e a alguns outros que também visitaram o Oriente na mesma época, como o francês Henri Michaux (1899-1984), e o americano Morris Graves (1910-2001) – trazer para a arte as nações orientais de espontaneidade e rapidez.

Tobey nunca atingiu a restrita lista internacional dos best sellers. E, mesmo em sua pátria, foi sempre ofuscado por certas estrelas mais brilhantes, como o pintor Jackson Pollock (1912-1956), polêmico inventor da “Action-painting”. Também Jackson Pollock, por outros caminhos mais dramáticos, impôs noções semelhantes, com sua “pintura de ação”, na qual jogava as tintas sobre as telas esticadas no chão, caminhava sobre elas, acrescentava materiais estranhos, como vidro moído e areai, e incorporava o acaso como fator de criação. A própria agressividade da obra de Pollock, contudo, parece uma característica essencialmente ocidental.

Tobey, preferindo muitas vezes as pequenas dimensões e as ténicas suaves, como pastel e aquarela, se inclinou pela silenciosa discrição do Oriente. O que não significa, o menos sugestivo e sutil.

Mark Tobey faleceu em 4 de setembro de 1974, aos 85 anos, de enfarte, no Rio de Janeiro.

(Fonte: Veja, 11 de setembro de 1974 – Edição 314 – ARTE – Pág: 114)

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