Maria Cecília Geyer, viúva do magnata Paulo Geyer, dono do conglomerado petroquímico Unipar e o casal foi um dos mais celebrados da sociedade carioca no fim dos anos 1960.
Além de empresário, Geyer foi também colecionador de arte brasileira. Em abril de 1999, ele e sua mulher, Maria Cecília, doaram todo o acervo de livros e obras artísticas ao Ministério da Cultura para serem incorporados ao Museu Imperial de Petrópolis.
Maria Cecília era mulher elegante, de alta classe, forte, querida, e sempre teve voz nas empresas da família, como conselheira. Fosse na pessoa física ou na jurídica, fez-se ouvir com pulso firme. Em 2013 entrou na Justiça para reaver a coleção de obras de arte doada ao Museu Imperial de Petrópolis, contendo 4.255 itens, entre eles, uma parte da iconografia brasileira do século XIX, avaliada em R$ 20 milhões.
Apaixonados por arte e documentos históricos, os dois construíram a coleção ao longo de mais de 50 anos. A Unipar já foi comandada por quase todos os membros do clã Geyer, e as transições de poder provocaram diversas brigas. Especula-se que a doação teria sido uma forma de o casal evitar eventuais disputas entre os filhos e o maior temor de Paulo Geyer: a pulverização da coleção.
Nessa coleção, destaca-se a obra “Vista da Enseada de Botafogo” (1817-1818), de Thomas Ender, que ilustrou a capa do catálogo de uma exposição sobre a coleção no CCBB, em 2000.
Maria Cecília morreu em 6 de junho de 2014, no Hospital Samaritano, em Botafogo, aos 92 anos.
Maria Cecília teve cinco filhos, e foi enterrada junto ao marido, embaixo da palmeira imperial no casarão do século XVIII, propriedade de 20.000 metros quadrados, no Cosme Velho. O casarão do século XVIII também foi doado, a fim de ser transformado, após a morte de Maria Cecília, em uma instituição, a Casa Geyer.
(Fonte: http://oglobo.globo.com/rio/POR CATHARINA WREDE – 20/03/2013)
(Fonte: http://lulacerda.ig.com.br/luto- iG / Lu Lacerda – 06/06/2014)