Marcus Figueiredo, um dos pioneiros na análise de pesquisas eleitorais e opinião pública no Brasil

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Marcus Figueiredo, cientista político, um dos maiores especialistas em pesquisas eleitorais do país

Doutor em Ciência Política pela Universidade de São Paulo (USP), Figueiredo era professor do programa de pós-graduação em sociologia e ciência política do Instituto de Estudos Sociais e Políticos (Iesp) da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj). Um dos fundadores do antigo Instituto Universitário de Pesquisas do Rio de Janeiro (Iuperj), da Universidade Cândido Mendes, foi um dos professores mais atuantes, em 2010, na transição de parte do corpo acadêmico da instituição para o Iesp, na Uerj.

Formado em Ciências Sociais pela Universidade Federal Fluminense (UFF) no início da década de 70, Figueiredo logo se destacou como um dos pioneiros na análise de pesquisas eleitorais e opinião pública no Brasil. Além de estudar o tema, trabalhou como consultor em campanhas eleitorais no Brasil e no exterior. Autor de vários livros sobre o assunto, como “A decisão do voto”, ele se dedicava nos últimos anos à coordenação do Laboratório de Pesquisas em Comunicação Política e Opinião Pública, o Doxa, que criou no Iesp.

 

— Figueiredo foi o maior estudioso de pesquisas, opinião pública e voto. Transitou entre a academia e a ciência política aplicada, como consultor em campanhas. Foi um grande nome na transição democrática do Brasil. Popularizou a ciência política não só como um instrumento de análise, mas também de intervenção e de ação estratégica. Tinha paixão por eleições. Influenciou uma geração de cientistas políticos. Fará muita falta — afirmou o cientista político Fabiano Santos, ex-aluno de Figueiredo.

 

O cientista político da UFRJ Jairo Nicolau lamentou a perda de Figueiredo às vésperas da abertura do congresso da Associação Brasileira de Ciência Política, nesta segunda-feira, em Brasília.

 

— O encontro começa amanhã de luto com esta notícia triste. Por duas décadas, primeiro no Iuperj e, recentemente, no Iesp-Uerj, ele desenvolveu uma das mais importantes pesquisas sobre comunicação e política feitas no país. Além de ser um excelente pesquisador, Marcus tinha uma grande virtude: formar alunos. No Doxa, foi formada mais de uma geração de pesquisadores, que se espalharam pelo país — afirmou Nicolau, que também foi aluno de Figueiredo e, mais tarde, seu colega no corpo docente do antigo Iuperj.

 

O professor tinha 72 anos e sofria já há algum tempo com problemas circulatórios, que provocaram o aneurisma. Mesmo doente, ele continuava trabalhando e acompanhando as eleições deste ano, escrevendo artigos e analisando o quadro eleitoral em entrevistas a veículos de imprensa como O GLOBO. Figueiredo era casado há 42 anos com a também cientista política Argelina Cheibud Figueiredo. Os dois chegaram a publicar trabalhos juntos, como o livro “O Plebiscito e as formas de governo”.

 

— Escrevemos o livro sob encomenda porque, em casa, ele era parlamentarista e eu, presidencialista. Nem sempre concordávamos — contou Argelina. — Marcus era um cientista político exemplar. Um pesquisador rigoroso, mas que tinha um talento especial: sabia traduzir em uma linguagem simples o que estudava. Como professor, era muito generoso com os alunos. Sabia ensinar.

 

Após sete internações este ano, Figueiredo foi submetido a um procedimento cirúrgico para tratar o aneurisma na última sexta-feira, no Hospital Samaritano. No entanto, um dia depois, não resistiu. O corpo do cientista político foi cremado na manhã deste domingo, numa cerimônia reservada à família e a amigos no Cemitério do Caju.

Marcus Figueiredo morreu em 2 de agosto de 2014, aos 72 anos. Ele sofreu complicações após uma cirurgia para tratar um aneurisma da aorta abdominal.

 

(Fonte: http://oglobo.globo.com/brasil – BRASIL – POR ALEXANDRE RODRIGUES – 03/08/2014)

(Fonte: http://www1.folha.uol.com.br/poder/2014/08/1495291- ÚLTIMAS NOTÍCIAS – PODER/ Por Samantha Lima DO RIO DE JANEIRO – 03/08/2014)

 

 

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