Marco Maciel, ex-vice-presidente da República, ocupou o segundo posto do governo Fernando Henrique Cardoso durante os dois mandatos, entre 1995 e 2003

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Ex-vice-presidente da República Marco Maciel

Pernambucano, que também foi senador e deputado, ocupou o 2º posto do governo Fernando Henrique Cardoso entre 1995 e 2003

 

Marco Maciel (Recife, 21 de julho de 1940 – Brasília, 12 de junho de 2021), ex-vice-presidente da República. O pernambucano, que também foi governador, senador e deputado, ocupou o segundo posto do governo Fernando Henrique Cardoso durante os dois mandatos, entre 1995 e 2003.

 

Marco Antônio de Oliveira Maciel nasceu em Recife, e antes de ser político, era advogado e professor de Direito Internacional Público da Universidade Católica de Pernambuco.

 

Maciel, que ocupou a vice-presidência entre 1995 e 2002, nos dois mandados do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB), nascido em 21 de julho de 1940, Marco Antônio de Oliveira Maciel se formou em Direito na Faculdade de Direito da Universidade de Pernambuco em 1963 e iniciou sua trajetória política na Aliança Renovadora Nacional (Arena), partido que dava sustentação à ditadura militar. Após o fim do bipartidarismo, foi um dos articuladores do Partido Democrático Social (PDS), que substituiu a Arena, e seguiu no Partido da Frente Liberal (PFL), sucessor do PDS, e no Democratas (DEM), nome atual da legenda.

 

Antes de ser eleito e reeleito vice-presidente nas eleições de 1994 e 1998 ao lado de FHC, Marco Maciel foi deputado federal entre 1971 e 1979, governador de Pernambuco entre 1979 e 1982, senador nos períodos de 1983 a 1985, 1987 a 1994 e 2003 a 2011, além de ministro da Educação e Cultura (1985-1986) e ministro da Casa Civil (1986-1987) no governo do ex-presidente José Sarney (MDB). Maciel também participou, como senador, da Assembleia Nacional Constituinte, entre 1987 e 1988.

 

Apoiador dos cinco presidentes da ditadura e integrante do governo Sarney, vice de Tancredo Neves que assumiu o Planalto com a morte do mineiro, o pernambucano também foi aliado dos ex-presidentes Fernando Collor, de cuja gestão foi líder no Senado, e Itamar Franco, que assumiu o Palácio do Planalto após o impeachment de Collor, em 1992.

 

Depois de o PFL decidir não lançar candidato próprio nas eleições de 1994 e se aliar a PTB e PSDB, do então ministro da Fazenda Fernando Henrique Cardoso, projetado pelo Plano Real como presidenciável, coube aos pefelistas a indicação do companheiro de chapa de FHC. Diante de resistências dos tucanos ao nome de Marco Maciel, a primeira escolha do PFL foi o senador alagoano Guilherme Palmeira, da qual o partido desistiu após denúncias no gabinete dele, abrindo caminho para que Maciel fosse o indicado, agora sem objeções do PSDB.

 

Nos oito anos de FHC na presidência, Marco Maciel foi um vice discreto e influente, mantendo o perfil de negociador que demonstrou desde sempre na carreira política. Sua proximidade e conhecimento do Congresso levaram o presidente a indicá-lo como articulador político, com atribuições sobre as negociações por reformas almejadas pelo governo, como a quebra dos monopólios estatais sobre o petróleo e as telecomunicações. Inicialmente contrário à reeleição, o vice acabou aderindo à emenda que garantiu ao então presidente um novo mandato, aprovada pelo Congresso em fevereiro de 1997.

 

Ao final dos governos de FHC, Marco Maciel apoiou a candidatura de José Serra (PSDB) na eleição presidencial de 2002, que acabou vencida por Luiz Inácio Lula da Silva, do PT. Naquele ano, Maciel foi o candidato a senador mais votado no estado, com 1,7 milhão de votos (28,9% dos votos válidos), e garantiu oito anos de mandato, até 2011, período em que ele e o PFL-DEM estiveram na oposição ao governo Lula.

 

Em dezembro de 2003, Marco Maciel foi eleito para a cadeira 39 da Academia Brasileira de Letras, sucedendo ao jornalista e empresário Roberto Marinho, que morreu em agosto daquele ano. O ex-vice-presidente publicou livros como Educação e LiberalismoLiberalismo e Justiça SocialIdeias Liberais e Realidade BrasileiraTempos de MundializaçãoReformas e Governabilidade Política das Ideias. 

 

Marco Maciel faleceu em 12 de junho de 2021, aos 80 anos em Brasília.

Era casado com a socióloga Anna Maria Ferreira Maciel e deixa três filhos.

“No momento que o país precisa construir consensos, o Brasil perde o maior símbolo da política do diálogo: o pernambucano Marco Maciel. O Democratas perde um de seus maiores líderes. Perco um amigo, conterrâneo e exemplo de ética a ser seguido. Uma referência pessoal e política”, escreveu o ex-ministro da Educação Mendonça Filho.

(Fonte: https://noticias.r7.com/brasil – BRASIL / Do R7 – 12/06/2021)
(Fonte: GAÚCHAZH – ANO 58 – N° 20.047 – 14 DE JUNHO DE 2021 – MEMÓRIA / TRIBUTO – Pág: 22)
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