Luís Alonso Peres, mais conhecido como Lula, técnico de futebol

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Alonso Peres: modesto e bonachão

Luís Alonso Peres (Santos, 1° de março de 1922 – São Paulo, 15 de junho de 1972), mais conhecido como Lula, transformou-se no mais estável e mais premiado técnico da história do futebol brasileiro.

Nos dezesseis anos em que trabalhou no Santos Futebol Clube, de 1952 a 1967, Luís Alonso Peres transformou-se no mais estável e mais premiado técnico da história do futebol brasileiro. Duas vezes campeão mundial de clubes (62-63), duas vezes campeão sul-americano de clubes (62-63), cinco vezes campeão da Taça Brasil (61-62-63-64-65), quatro campeão do torneio Rio-São Paulo (59-63-64-65), oito campeão paulista (55-56-58-60-61-62-64-65), Lula comandou o Santos em quase 950 jogos e venceu perto de 770 – com o extraordinário aproveitamento de 81%. Apesar de todos esses títulos e vitórias, porém, Lula nunca orientou uma seleção brasileira. Tinha mais críticos do que defensores e era muito comum ouvir-se nos meios do futebol que “qualquer pessoa se consagraria comandando os supercraques do Santos”.

Simples, bonachão, gordo ao ponto de sua barriga debruçar-se sobre a calça como se fosse um avental, em nenhuma circunstância Lula respondeu a seus adversários. Ele poderia dizer, por exemplo, que foi o responsável pelo lançamento de Pelé, Zito, Pepe, Coutinho, Del Vecchio, Pagão e Clodoaldo, no primeiro time do Santos. Poderia dizer que ajudou Jair Rosa Pinto, no fim de sua carreira como jogador, a coordenar as jogadas da mais eficiente linha atacante de futebol brasileiro – com Dorval, Pagão, Pelé e Pepe, com a qual o Santos fazia uma média de quatro gols por jogo. Poderia dizer que foi convidado a treinar as mais famosas equipes de futebol do mundo, por salários fantásticos – Internazionale e Milan da Itália, Atlético de Madrid e Barcelona da Espanha, Benfica de Portugal, Botafogo e Palmeiras. No entanto, Lula sempre preferiu o silêncio – e as provas das propostas que recebeu permaneceram guardadas numa desbotada caixa de papelão no fundo de um armário, em Santos.

No começo de 1967, depois que o seu time perdeu a Taça Brasil para o Cruzeiro, Luís Alonso Peres deixou o Santos. Em 1968 ainda viveria um momento isolado de festas, como técnico do Corínthians, ao derrotar os antigos companheiros e quebrar o famoso tabu de onze anos. Quando a infecção renal que obrigaria o transplante o atacou, seis meses atrás, ele começava a realizar o trabalho que considerava o mais importante de sua carreira: montar uma equipe de jovens em Santo André, entre São Paulo e Santos.
Alonso Peres morreu no dia 15 de junho de 1972, aos 50 anos, em um hospital das Clínicas de São Paulo, de um abscesso entre os pulmões e as costelas; enquanto convalecia de um transplante de rim.
(Fonte: Veja, 21 de junho, 1972 – Edição n° 198 – DATAS – Pág; 58)

Se o ataque formado por Mengálvio, Coutinho, Pelé e Pepe jogava por música, o compositor era o técnico Luís Alonso Peres, o Lula. Ele era o grande responsável por descobrir as joias santistas e encaixá-las nos esquadrões que fizeram história no mundo durante as décadas de 50 e 60. Após tentativas em ser padeiro e taxista na juventude, a paixão do rapaz nascido em Santos (SP) era mesmo o futebol.

Na várzea local, Lula começou a se notabilizar pelo seu faro em descobrir e moldar grandes talentos. Chegou a treinar equipes de base da Portuguesa Santista, mas acabou contratado pelo Peixe, em 1954. Em 12 anos no cargo de treinador, construiu as equipes que conquistaram, ao todo, 38 títulos (entre eles, duas Libertadores e dois Mundiais). Depois da passagem no Santos, ainda dirigiu Corinthians, Portuguesa e Santo André.

(Fonte: www.redebomdia.com.br/Curiosidades – Quem foi – 15/06/2011)

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