Lincoln Cordeiro, foi dirigente do PARTIDO COMUNISTA DO BRASIL (PC do B).

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Dirigente do PARTIDO COMUNISTA DO BRASIL (PC do B). Participou da insurreição armada de 1935. Deputado federal em 1946, sendo cassado em 1947. Em 1962 foi integrante da Comissão de Solidariedade a Cuba e também organizou a Comissão Cultural Brasil-Coréia do Norte. A partir de 1964 passou a viver na clandestinidade. Foi preso pelo DEOPS/SP em 1968, torturado e, após 18 dias, posto em liberdade por ausência de acusações. Foi preso novamente em dezembro de 1972 por agentes do DOI-CODI/RJ e torturado até a morte. Os órgãos de segurança divulgaram nota oficial noticiando a morte de Lincoln dando a versão de que ele fora morto ao tentar uma fuga na hora da prisão, encobrindo assim os dias em que passara sendo torturado até a morte. O Relatório do Ministério da Aeronáutica diz: “preso em 20 de dezembro de 1972, no Rio de Janeiro, foi atingido mortalmente, após tentar fugir da equipe de agentes de segurança”.

O da Marinha diz que “foi morto em intenso tiroteio com os agentes de segurança após escapar ao cerco à rua Itapemirim, RJ.” Segundo a Guia n. 7 do DOPS/RJ que o encaminhou como desconhecido ao IML, foi “encontrado num terreno baldio da Rua Garcia Redondo, n. 111, após tiroteio com agentes das Forças de Segurança”. Esta versão é totalmente desmentida por depoimentos de presos políticos prestados em Auditorias Militares à época. José Auri Pinheiro e José Francisco dos Santos Rufino afirmam que Lincoln foi torturado no DOI-CODI/RJ, onde estava preso. A necrópsia, realizada pelos Drs. Adib Elias e Eduardo Bruno, confirma a versão oficial da repressão de que foi morto em tiroteio. O óbito de n. 60.500 tem como declarante Amarilho Ferreira. Somente foi encontrado e reconhecido por sua filha, Vânia Moniz Oest, em 6 de janeiro de 1973, sendo sepultado por sua família no Cemitério São João Batista, RJ, em 8 de janeiro de 1973. Laudo e fotos de perícia de local (Ocorrência n. 946/72 e ICE n. 7379/72) concluem por morte violenta (homicídio) e mostram o corpo de Lincoln baleado. Registro n. 1.517/72 do dia 20 para 21 de dezembro de 1972 do DOPS/RJ, assinado pelo Comissário Manoel Conde Júnior, confirma a farsa de tiroteio.
(Fonte: http://www.marxists.org/portugues/dicionario/verbetes)
(Fonte: Fonte: Desaparecidos Políticos)

Lincoln Cordeiro Oest
Ficha Pessoal

Dados Pessoais
Nome: Lincoln Cordeiro Oest

Dados da Militância
Organização:
(na qual militava)
Partido Comunista do Brasil PC do B
Brasil
Nome falso:
(Codinome)
Oswaldo, Lauro, Gabriel
Prisão: 20/12/1972
Rio de Janeiro RJ Brasil
0/0/1968
SP Brasil
Permaneceu 18 dias preso.
Morto ou Desaparecido:
Morto
20/12/1972
Rio de Janeiro RJ Brasil
DOI-CODI/RJ
Segundo depoimento de ex-presos políticos.
Clandestinidade
Morto
20/12/1972
Rio de Janeiro RJ Brasil
rua Itapemirim
Segundo Relatório do Ministério da Aeronáutica e da Marinha morreu em tiroteio.
Clandestinidade

Dados da repressão
Orgãos de repressão
(envolvido na morte ou desaparecimento)
Departamento (Estadual) de Ordem Política e Social/SP DOPS/SP ou DEOPS/SP SP Brasil
Departamento de Operações Internas – Centro de Operações de Defesa Interna/RJ DOI-CODI/RJ RJ Brasil
Médico legista:
(envolvido na morte ou desaparecimento)
Adib Elias, Eduardo Bruno

Biografia

Documentos
Artigo de jornal
Artigos da Folha de S. Paulo, São Paulo, 27 abr. 1978, p. 10. “A Revolução degradou-se, denuncia Tancredo Neves”, “Política não é para militares, diz Bethlem”, “General nega declaração de nazista”, “Acusada relata tortura e morte de preso no STM”, e outros. Este último trata do depoimento de defesa da presa política Neide Richopo, em 15/02/73, como parte do processo de 40 pessoas acusadas de pertencerem ao Partido Comunista do Brasil (PC do B). Neide conta ter presenciado o assassinato sob tortura de Alexandre Vannucchi Leme. Também o casal César Augusto e Maria Amélia Teles afirma ter ouvido os últimos gritos de Carlos Nicolau Danielli. Outro caso citado de prisão irregular e torturas refere-se a José Genoíno Neto. O relator do processo conta que a estrutura da organização era formada por um comando nacional, do qual faziam parte: Elza Lima Monserat, Ângelo Arroyo, Carlos Nicolau Danieli, João Amazonas Souza Pedroso, Lincoln Cordeiro Oest, Maurício Grabois, Pedro Pomar, Dineas Fernandes Aguiar e Luiz Vergatti.

Artigo de jornal
Oest entre os encapuzados do DOPS. Correio da Manhã, Rio de Janeiro, 27 ago. 1968. Revela os nomes de presos suspeitos de estarem envolvidos nos atentados terroristas ocorridos em São Paulo: Lincoln Cordeiro Oest, ex-deputado comunista cassado pela “Revolução”, e Pedro Trevisan e sua esposa, presos na casa de Trevisan. Suspeita-se que Lincoln esteja gravemente enfermo com um tumor maligno. Também informa a prisão preventiva dos indiciados por assalto ao Banco Mercantil e Industrial de São Paulo, agência de Perus, dentre eles, Aladino Félix, escritor, também conhecido por Sábato Dinotos. Comunica as investigações pelo DOPS contra atos de terroristas, nas quais já foram apreendidas armas, munições, parte de dinheiro roubado, veículos e material para confecção de bombas. Documento do arquivo do DOPS.

Artigo de jornal
Formação de culpa de Prestes. Folha da Manhã, Porto Alegre, 19 ago. 1966. O Conselho Permanente de Justiça da Auditoria do I Exército iniciou a formação de culpa de Pedro Ventura, Maurício Grabois, Lincoln Cordeiro entre outros indiciados. Apenas 15 deles compareceram à audiência. Documento do arquivo do DOPS.

Foto
Foto ampliada com pequeno texto em espanhol que conta que Carlos Nicolau Danielli foi assassinado pela ditadura, assim como Lincoln Oest e Luis Guilhardini.

Foto
Foto do corpo encontrada no DOPS/RJ.

Relatório
Relatório das circunstâncias da morte de Lincoln Cordeiro Oest, elaborado pela Comissão dos Familiares dos Mortos e Desaparecidos Políticos, e enviado à Comissão Especial Lei 9.140/95.

Relatório
Relatório produzido pelo Comitê de Solidariedade aos Presos Políticos do Brasil em 02/73. Denuncia mortes de presos políticos aos Bispos do Brasil. Documento apreendido pelo DOPS em poder de Ronaldo Mouth Queiroz.

Prontuário/ Dossiê
Documentos do Inquérito Policial e Militar (IPM) contra Pedro Pomar e outras pessoas envolvidas em atividades do Partido Comunista do Brasil (PC do B). Neste IPM, foram intimados, entre outros, Pedro Pomar, Ângelo Arroyo, Carlos Nicolau Danielli, James Allen Luz, José Porfírio de Souza, Lincoln Cordeiro Oest e Maurício Grabois. Contém cópias de relatórios do DOPS e de outros órgãos, além de documentos internos do PC do B.

Ficha pessoal
Documentos da Delegacia de Ordem Política e Social, da Polícia Civil do Paraná, um de 10/01/57 e outro de 15/12/76. Informam que, em 1957, Lincoln estava sendo processado pelo DOPS/RJ por ter sido pego em flagrante com farta documentação do Comitê Central do Partido Comunista Brasileiro (PCB) e que em 1973 teria sido morto pelos órgãos de segurança em tiroteio no bairro de Jacarepaguá, no Rio de Janeiro. As outras informações referem-se ao período de 1970 a 1978, em especial, retiradas dos artigos de imprensa.

Interrogatório
Documento do DOPS/SP, de 16/10/69. Traz informações sobre a vida pregressa de Daniel José de Carvalho, que reconheceu, em fotografias mostradas a ele, Lincoln Cordeiro Oest, como sendo Gabriel.

Mandado de prisão
Fax enviado da Delegacia de Ordem Social de São Paulo para a Delegacia Especializada de Vigilância e Capturas, em 06/10/65, com mandado de prisão contra Lincoln Cordeiro Oest.

Evento/ Homenagem
Homenagem do Comitê Brasileiro pela Anistia de São Paulo e Rio de Janeiro a Carlos Nicolau Danielli, por ocasião do translado dos seus restos mortais de São Paulo para Niterói, entre 10 e 11/04/81. Carlos iniciou sua militância aos quinze anos no movimento operário carioca; em 1948 tornou-se membro do Partido Comunista do Brasil (PCB), sendo em 1954 eleito membro do Comitê Central e em 1962 eleito membro da Comissão Executiva. Foi assassinado durante sessão de torturas em 30/12/72. A homenagem se estende a outros membros do PC do B que foram mortos pela repressão entre 1972 e 1973: Lincoln Oest, Luís Guilhardini e Lincoln Bicalho Roque.

Parte de livro
Teles, Janaína (org.). Mortos e desaparecidos políticos: reparação ou impunidade? São Paulo: Humanitas – FFLCH/USP, 2000. p.172-176. Lista de nomes dos presos políticos cujas famílias receberam indenização do governo por este ter assumido a responsabilidade pela morte ou desaparecimento dos mesmos.
(Fonte: http://www.desaparecidospoliticos.org.br/pessoa)

Em 27 de junho de 1970 – Leonel Brizola, Luís Carlos Prestes, Lincoln Cordeiro e Maurício Grabois foram condenados a 10 anos de prisão por tentarem reorganizar o Partido Comunista Brasileiro.
(Fonte: http://www.guiadoscuriosos.com.br/fatos_dia – 27 de junho)

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