Kirk Douglas, astro da Era de Ouro de Hollywood, foi três vezes indicado ao Oscar, foi uma das últimas estrelas vivas da Era de Ouro do Cinema Americano

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Indicado três vezes ao Oscar, ator surgiu no auge do cinema noir e se tornou um dos nomes mais importantes da história do cinema americano

 

Kirk Douglas em ‘Sede de Viver’ (1956), no papel de Vincent Van Gogh — (Foto: Divulgação)

 

LENDA DO CINEMA

 

 

O lendário Kirk Douglas, estrela de ‘Spartacus’

 

Kirk Douglas no filme ‘Spartacus’ — (Foto: Divulgação)

 

Um dos maiores da história de Hollywood, ele trabalhou em mais de 80 filmes.

 

 

Kirk Douglas (nascido Issur Danielovitch; Amsterdam, 9 de dezembro de 1916 — Beverly Hills, 5 de fevereiro de 2020), ator e diretor americano, astro da Era de Ouro de Hollywood, e foi três vezes indicado ao Oscar, foi uma das últimas estrelas vivas da Era de Ouro do Cinema Americano.

 

A lenda de Hollywood foi indicado ao Oscar três vezes, o galã de filmes como “Spartacus” (1960) também foi três vezes indicados ao Emmy, a premiação mais importante da TV americana. No Globo de Ouro, levou duas estatuetas: uma de melhor ator em drama (por “Sede de viver”, de 1956) e outra por sua filmografia, o prêmio especial Cecil B. DeMille.

 

O ator que trabalhou em clássicos do cinema como Spartacus e A Montanha dos Sete Abutres, apareceu em algumas peças da Broadway na década de 1940, e se alistou na Marinha em 1941. Mesmo voltando para o teatro após alguns anos, o ator conheceu o estrelato no cinema, onde trabalhou em 75 filmes.

Sua primeira indicação ao Oscar foi em 1949 por O Invencível. Ele ainda receberia mais duas indicações ao prêmio máximo do cinema: Assim Estava Escrito (1952) e Spartacus (1960), o grande papel de sua carreira, dirigido por Stanley Kubrick.
Filho de imigrantes russos analfabetos, Kirk Douglas interpretou papéis emblemáticos do cinema, do escravo Spartacus ao pintor Vincent van Gogh, passando pela lenda do velho oeste Doc Holliday.
Ele trabalhou em mais de 80 filmes, mas se notabilizou por nunca ter aceitado um papel em uma sequência, mesmo com a possibilidade de ganhar cachês ainda mais altos.
Nos anos 70, preferiu se dedicar a uma breve carreira de cineasta com os filmes “Ambição Acima da Lei” (1975) e “As Aventuras de um Velhaco” (1973).
Foi Douglas quem bancou o roteirista Dalton Trumbo (1905-1976), que na época estava na “lista negra de Hollywood”, cuja intenção era boicotar comunistas.

 

“Foi um momento tão terrível e vergonhoso”, disse Douglas em entrevista para a People sobre banir supostos simpatizantes comunistas na indústria do entretenimento nas décadas de 40 e 50. “Dalton estava na prisão porque se recusou a responder a perguntas, então decidi, ‘que se dane’! Vou colocar o nome dele [no filme]. Acho que é disso que mais me orgulho, porque quebrou a lista negra”.

 

Mesmo sendo indicado em três ocasiões para o Oscar, Douglas conseguiu levantar a estatueta dourada apenas em 1996, quando ganhou um Oscar honorário por trabalhar “50 anos como uma força criativa e moral na comunidade cinematográfica”.

 

Douglas ainda será lembrado pelos seus trabalhos humanitários como Embaixador da Boa Vontade do Departamento dos EUA desde a década de 1960. Em 1981, ele ganhou a Medalha Presidencial da Liberdade das mãos do presidente norte-americano Jimmy Carter.

 

Perfil

Issur Danielovitch foi o nome que recebeu ao nascer em um bairro pobre de Nova York, onde estudou interpretação na Academia de Artes Dramáticas.

“O invencível” (1949) rendeu sua primeira indicação ao Oscar de melhor ator, prêmio que nunca venceu. A estatueta só chegou à família com o filho Michael por “Wall Street” (1987), como ator, e por “Um Estranho no Ninho” (1975), como produtor.

Entre os filmes mais famosos de Kirk se destacam “Sede de Viver” (1956), em que interpretou Van Gogh, “Duelo de Titãs” (1959), “Spartacus” (1960) e “Sete Dias de Maio” (1964).

Os filhos mais velhos, Michael e Joel, nasceram de seu primeiro casamento, com Diana Douglas. Eles se divorciaram em 1951.

Três anos depois, ele se casou com a americana de origem belga Anne Buydens, que uma vez escreveu a respeito de Kirk: “Viver com meu marido é como sentar em um lindo jardim ao lado de um vulcão que pode entrar em erupção a qualquer momento”.

 

A vida de Kirk Douglas

 

 

Kirk Douglas nasceu Issur Danielovitch numa localidade chamada Amsterdam, próxima a Nova York, em 1916. Viveu 103 gloriosos anos e virou um ícone de Hollywood. Foi um ator de grandes papéis, um produtor audacioso e até um diretor competente.

A essa altura, você deve estar pensando – quem é esse cara? Pois foi com o pseudônimo de Kirk Douglas que Issur se tornou conhecido. Teve um filho que também adotou o pseudônimo e, como Michael Douglas, prosseguiu a tradição artística familiar. Michael até ganhou o Oscar de melhor ator – por Wall Street, Poder e Cobiça, de Oliver Stone, em 1987.

O velho Kirk nunca foi “melhor ator” para seus comparsas de Hollywood, mas não lhe faltaram honrarias. Seus pais foram imigrantes judeus de Mogilev, então Império Russo, hoje Bielorússia. Na “América”, Issur virou Izzy Demsky, mas já adotara o pseudônimo que se tornaria famoso antes de ingressar na Marinha, durante a 2ª Grande Guerra.

Antes disso, foi pugilista. E, para conseguir uma bolsa de estudos, inscreveu-se no grupo de atuação da St. Lawrence University. Tinha por colega uma certa Lauren Bacall, que lhe deu uma força e ajudou para que conseguisse um papel no filme The Strange Love of Martha Ivers, de Lewis Milestone, lançado no Brasil como O Tempo não Paga. O resto é história.

Kirk Douglas recebeu três indicações para o Oscar – por O Invencível, de Mark Robson, em 1949; Assim Estava Escrito, de Vincente Minnelli, em 1952; e Sede de Viver, de Minnelli, de novo, em 1956. Perdeu todas, mas em 1995 a Academia outorgou-lhe um Oscar honorário “por 50 anos de modelo moral e criativo para a comunidade cinematográfica de Hollywood”.

 

Sua carreira estourou numa época em que o filme noir estava no auge. O tipo físico do ex-pugilista e seu sorriso cínico ajustavam-se aos papéis – Fuga ao Passado, de Jacques Tourneur (1904-1977); Sacrifício de Uma Vida, que Dudley Nichols (1895-1960) adaptou da Oresteia; e Estranha Fascinação/I Walk Alone, de Byron Haskin (1899-1984), todos de 1947.

 

Os gêneros diversificaram-se. Fez grandes westerns – Homem sem Rumo, de King Vidor; Sem Lei sem Alma e Duelo de Titãs, John Sturges. Foi Ulisses no épico do italiano Mario Camerini e participou de outra memorável aventura – 20 Mil Léguas Submarinas, de Richard Fleischer. Tornou-se um cada vez melhor ator dramático e os papéis com Minnelli – o produtor ambicioso de Assim Estava Escrito e o atormentado Van Gogh de Sede de Viver – somente provaram isso.

Consagrado como ator, Kirk tornou-se produtor. Fez Glória Feita de Sangue, de Stanley Kubrick, e chamou de novo o cineasta quando se desentendeu nas filmagens de Spartacus com o diretor original, Anthony Mann. Fez história em Hollywood quando Otto Preminger e ele deram crédito de roteirista a Dalton Trumbo.

No filme de Jay Roach com Bryan Cranston, Trumbo – Lista Negra (2016), o público acompanha a história sobre como o escritor, acusado de comunista, sofreu perseguição na indústria, durante o macarthismo, e começou a trabalhar sob pseudônimo ou tendo os trabalhos assinados por outros. Douglas e Preminger quebraram a sinistra lista negra ao devolver a Trumbo seu nome, dando-lhe o crédito dos roteiros de Spartacus Exodus.

Trumbo ainda escreveu Sua Última Façanha para o ator e produtor – David Miller dirigiu o western contemporâneo. Em 2001, ao receber o Urso de Ouro honorário do Festival de Berlim, Kirk surpreendeu dizendo que era seu filme favorito. Sob a direção de Preminger, fez um de seus mais belos filmes – e talvez a obra-prima do autor, In Harm’s Way/A Primeira Vitória, de 1964. Mas os anos 1990 foram duros com ele.

 

Perdeu um filho para as drogas (Eric Douglas), sofreu um acidente de helicóptero e ficou com o corpo queimado, teve um derrame. Nem por isso deixou-se abater. Com a ajuda de um fonoaudiólogo, fez emocionados discursos ao receber seu Oscar honorário e o Urso da Berlinale. Tornou-se uma lenda. Nos anos 1970, comprou os direitos de um livro que pretendia adaptar e interpretar, mas transferiu os direitos para o filho.

Michael Douglas produziu Um Estranho no Ninho, Jack Nicholson fez o papel e o filme ganhou todos aqueles Oscars que o cinéfilo sabe, em 1975. No mesmo ano, Kirk, como diretor, fez o vigoroso western Posse – Ambição Acima da Lei, sobre linchamentos no Velho Oeste. Teve uma bela vida.

 

Kirk Douglas possui uma estrela na Calçada da Fama, seu nome integra o Hall of Fame do National Cowboy & Western Heritage Museu, em Oklahoma City, e existe até uma rua com seu nome em Palm Springs, Califórnia. Acima de tudo, são perenes seus personagens inesquecíveis no imaginário do público.

 

Michael Douglas posa com o filho, Cameron (à esq.), a mulher, Catherine Zeta-Jones e o pai, Kirk Douglas (à dir.), durante homenagem na Calçada da Fama de Hollywood — (Foto: Chris Pizzello/Invision/AP)

 

 

Mesmo sendo indicado em três ocasiões para o Oscar, Douglas conseguiu levantar a estatueta dourada apenas em 1996, quando ganhou um Oscar honorário por trabalhar “50 anos como uma força criativa e moral na comunidade cinematográfica”.

 

Douglas ainda será lembrado pelos seus trabalhos humanitários como Embaixador da Boa Vontade do Departamento dos EUA desde a década de 1960. Em 1981, ele ganhou a Medalha Presidencial da Liberdade das mãos do presidente norte-americano Jimmy Carter.

 

O ator americano Kirk Douglas faleceu dia 5 de fevereiro de 2020, aos 103 anos. Ele vinha passando por problemas de saúde desde 1996, quando sofreu um acidente vascular cerebral.

 

“É com tremenda tristeza que meus irmãos e eu anunciamos que Kirk Douglas nos deixou hoje aos 103 anos”, escreveu Michael, no Instagram. “Para o mundo ele era uma lenda, um ator da era do ouro do cinema que viveu para além dos seus próprios anos dourados, um humanitário cujo comprometimento com a justiça e com as causas em que acreditava criaram um padrão para todos nós”.

“Mas para mim e para meus irmãos Joel e Peter ele era simplesmente nosso pai, para Catherine, um maravilhoso sogro, para seus netos e bisnetos seu avô amoroso, e para sua mulher, Annie, um marido maravilhoso”, disse ainda Michael.

“A vida de Kirk foi bem vivida, e ele deixa um legado para o cinema que vai sobreviver por gerações, e uma história como filantropista reconhecido que trabalhou para ajudar o público e trazer paz para o planeta”, afirma a nota. “Deixe-me terminar com as palavras que lhe disse no seu último aniversário e que para sempre permanecerão verdadeiras: Pai, eu te amo muito e sou muito feliz de ser seu filho.”

(Fonte: https://www.terra.com.br/diversao/cinema – DIVERSÃO / CINEMA / ENTRETENIMENTO / Por Luiz Carlos Merten – 5 FEV 2020)

(Fonte: https://g1.globo.com/pop-arte/noticia/2020/02/05 – POP & ARTE / NOTÍCIA / Por G1 – 05/02/2020)

(Fonte: https://entretenimento.uol.com.br/noticias/redacao – FILMES E SÉRIES /  Do UOL, em São Paulo* – 05/02/2020)

*Com informações da AFP

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