Kaká Di Polly, drag queen ícone da noite e do ativismo LGBTQIAP+, participou do grupo que fez a 1ª Parada Gay da Avenida Paulista

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Kaká Di Polly, drag que desafiou a polícia na 1ª Parada Gay de SP

Artista arriscou a própria vida para garantir a liberdade de gays, lésbicas e afins
Kaká Di Polly em imagem de novembro de 2013 — (Foto: Celso Tavares/g1)

Kaká Di Polly, drag queen ícone da noite e do ativismo LGBTQIAP+ na década de 80 e 90 e é reverenciada pela comunidade: ‘Subversiva’

A drag queen, pioneiro da noite paulistana e nome fundamental para a primeira edição da Parada do Orgulho LGBT, considerada um grande ícone da militância LGBT da cidade, Kaká di Polly foi uma das pioneiras da noite paulistana. Sua presença constante na Medieval, primeira boate abertamente gay de São Paulo, chegou a lhe render o apelido de “dona da cidade” nos anos 1970 e 1980.

A artista escreveu seu nome na história dos direitos civis no Brasil ao deitar no asfalto da Avenida Paulista para impedir que policiais barrassem o pequeno grupo que fez a 1ª Parada Gay da cidade.

Sua atitude de enfrentar a repressão possibilitou que o evento acontecesse. Hoje, trata-se de uma das maiores manifestações pacíficas do planeta, com milhões de participantes a cada edição.

No cenário noturno, Kaká di Polly virou uma celebridade ao ser uma das primeiras drags do País. O fato de ser uma pessoa gorda ampliou ainda mais a importância de sua presença em espaços públicos.

Pela semelhança física e o mesmo destemor contra o conservadorismo pelo direito de existir, ela era comparada com a drag-atriz norte-americana Divine (1945-1988), imortalizada no clássico filme underground ‘Pink Flamingos’.

Sua representatividade inspirou e encorajou incontáveis homens cis e transexuais a também ‘se montar’ para se divertir ou atuar profissionalmente em shows e eventos. Foi uma desbravadora da sociedade em um tempo bem menos tolerante do que o atual.

Seu talento para a arte drag queen impulsionou boa parte da carreira, o qual alternava com a formação em psicologia.

Seu ativismo no movimento LGBT, porém, foi crucial para o sucesso da primeira edição da Parada do Orgulho LGBT, em 1997. Na ocasião, Kaká Di Polly fingiu um desmaio para distrair a polícia, que queria interromper o cortejo, e permitir que a multidão da parada continuasse o trajeto, em meio ao trânsito da avenida Paulista.

Nos últimos anos, Kaká Di Polly teve sua história em São Paulo recontada no livro “Rainhas da Noite”, de Chico Felitti e publicado em 2022 pela Companhia das Letras, e ficou conhecida por se arrepender do voto no ex-presidente Jair Bolsonaro durante as eleições presidenciais de 2018.

Gradualmente, conseguiu o devido reconhecimento por sua atuação política e o talento artístico. Concedeu várias entrevistas na TV, inclusive no ‘Programa do Jô’, na Globo.

Em 2020, na edição virtual da Parada Gay, Kaká di Polly protestou por ter sido ignorada pela organização. Não recebeu convite para participar, provavelmente pela declaração de voto em Jair Bolsonaro na eleição de 2018.

“Eu não nego… Sim, votei nele. Estava cansada, esperando e acreditando em mudanças. Mas quem me segue de fato e não veio ao mundo para plantar sementes ruins, sabe muito bem que há algum tempo me arrependi do meu voto”, escreveu numa rede social.

Admirada e respeitada, a drag recuperou a credibilidade dentro da comunidade do arco-íris. Uma de suas últimas aparições públicas foi no início de dezembro, quando foi convidada VIP no concurso Miss Brasil Trans.

Poucos dias depois, acabou internada no Hospital São Camilo, no bairro do Ipiranga, para tratar alterações na saúde em consequência de um regime radical que a fez eliminar quase 30 quilos.

No último vídeo postado no Instagram, Kaká di Polly desmentiu fake news sobre ter alguma doença grave, desejou um feliz 2023 a todos e terminou a transmissão rezando um ‘Pai Nosso’.

Nascida Carlos Alberto Polycarpo, a drag queen lendária, era graduada em Psicologia e deixa seu companheiro.

Morreu na segunda-feira (23), em São Paulo, aos 63 anos.
A informação foi confirmada por diferentes ativistas LGBT, incluindo a atriz e comediante Nany People, no Instagram.
(FONTE: https://g1.globo.com/sp/sao-paulo/noticia/2023/01/24 – SÃO PAULO/ NOTÍCIA/ Por Luciana de Oliveira e Paola Patriarca, g1 SP – 24/01/2023)
(FONTE: https://www.msn.com/pt-br/noticias/brasil – NOTÍCIAS/ BRASIL/ Folha de S.Paulo – SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – 23/01/23)
(FONTE: https://www.terra.com.br/diversao/gente – DIVERSÃO/ GENTE/ por Jeff Benício – 23 jan 2023)
Blog Sala de TV

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