Juan Carlos Onetti, escritor premiado com o prêmio literário do Instituto Ítalo-Latino-Americano.

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Foi considerado um dos inovadores da literatura latino-americana

Juan Carlos Onetti (Montevidéu, 1º de julho de 1909 -– Madri, 30 de maio de 1994), escritor e jornalista uruguaio, foi premiado com o prêmio literário do Instituto Ítalo-Latino-Americano, por sua novela “O Estaleiro”, dia 13 de outubro de 1974, aos 65 anos, em Roma.

Se não participou da explosão da literatura do continente, nos anos 70, foi menos pelas inegáveis qualidades de seus livros – que têm como preocupação os desencontros humanos – do que pela descrença que ainda alimenta em relação ao fenômeno.

Um dos grandes escritores de língua espanhola, autor do romance Junta-Cadáveres, do livro de contos Tão Triste como Ela. Crítico das ditaduras, exilou-se em Madri durante o regime militar uruguaio. Onetti passou os últimos catorze anos deitado numa cama, fumando, bebendo e dedicando-se à literatura.

Quando Juan Carlos Onetti publicou no jornal La Prensa, de Buenos Aires, em 1933, o conto “Avenida de Mayo-Diagonal-Avenida de Mayo”, que abre a coletânea Tão Triste Como Ela, a literatura hispano-americana ainda não se ambientara com o modernismo, já em vias de extinção na Europa e praticado no Brasil.

A partir daí ela aprenderia a falar a linguagem modernista, com suas criaturas mergulhadas num mundo de solidão e sombras guiado pelo desencontro. É assim em “Avenida de Mayo”, que situa a vã espera de um homem por uma mulher. O protagonista é um estrangeiro em seu próprio território. Esse divórcio entre personagens e ambiente, que define o absurdo da condição humana, caracteriza a história.

Juan Carlos Onetti vive desde 1976 em Madri. Em 1974, depois de participar de um júri que premiou um conto que acusava a polícia uruguaia de torturadora, foi mandado para um manicômio pela ditadura que então governava o país, lá permanecendo por três meses.

Ex-parceiro de Carlos Gardel em diversos tangos, Onetti trabalhou como vendedor e garçom, antes de se dedicar ao jornalismo.

“Tive uma infecção na perna e fazia fisioterapia com uma moça. Um dia ela parou de vir e eu decidi continuar na cama”, explicava o escritor.

Onetti faleceu dia 30 de maio de 1994, aos 84 anos, de complicações cardíacas, em Madri.

(Fonte: Veja, 8 de junho de 1994 –- ANO 27 -– N° 23 – Edição 1343 -– DATAS -– Pág; 114)
(Fonte: Veja, 23 de outubro de 1974 -– Edição 320 -– DATAS -– Pág; 89)

(Fonte: Veja, 15 de fevereiro de 1989 – LIVROS/ Por RINALDO GAMA – Pág: 97)

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