José Guiomard dos Santos, duas vezes senador do Acre – pela extinta Arena e pelo PDS.

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O líder político que tornou possível a elevação do Acre à condição de Estado

José Guiomard dos Santos (Perdigão (MG), 23 de março de 1907 – Rio de Janeiro, 14 de março de 1983), duas vezes senador do Acre – pela extinta Arena e pelo PDS. De 1940 a 1943 foi governador do ex-território de Ponta Porã e, de 1945 a 1950, governou o Acre.

Guiomard foi um líder político cujo maior feito foi ter conseguido aprovar no Congresso Nacional a Lei 4.070, que elevou o então território do Acre à condição de Estado, em 15 de junho de 1962.

O ideal de José Guiomard em muito se assemelhava às idéias dos revolucionários dos que conquistaram o Acre, com o que concordaram remanescentes da luta autonomista, como ex-vice-governador Omar Sabino de Paula, companheiro de Guiomard Santos.

Guiomard representa a valorização daqueles que, assim como os revolucionários liderados por José Plácido de Castro, por muitos anos lutaram para que essa terra, conquistada com muito sacrifício, tivesse o seu reconhecimento como estado autônomo da Federação Brasileira.

No início do século, mesmo com a falta de apoio do governo federal, que se pronunciou contra a disputa com a Bolívia, os brasileiros, em sua maioria cearenses, que habitavam as terras acreanas, decidiram conquistar de fato a terra que escolheram para trabalhar, construir suas moradias e sustentar suas famílias. Guiomard Santos deu prosseguimento à luta à medida que se posicionou, no parlamento, como um autêntico soldado em defesa da autonomia do Estado do Acre.

A luta autonomista liderada por Guiomard, que tinha adversários internos, inclusive nos quadros do PTB (que fazia oposição ao PSD/UDN de Guiomard), tinha posicionamento claro: além de dar seqüência à luta de Plácido de Castro, visava corrigir uma distorção criada com o Tratado de Petrópolis, de 1903, que estabeleceu o instituto do Território Federal sem no entanto lhe oferecer a autonomia política e administrativa.

Era uma situação humilhante para um povo que tinha lutado pela independência, lutado pela soberania e pela nação brasileira. Não há dúvida que o Brasil ficou fortalecido com a anexação. O prêmio para a luta dos revolucionários foi à submissão aos mandos e desmandos do governo federal, longínquo e desconhecedor da realidade local.

Por diversas vezes os acreanos se revoltaram e deram início a movimentos de contestação, uns mais radicais outros mais brandos, que pediam principalmente autonomia política para os acreanos. O povo queria ter os mesmos direitos que qualquer outro brasileiro de votar e de escolher os próprios governantes.

As primeiras lutas pela autonomia do Acre vêm dos anos 20, na região do Juruá. A história mostra que, em 1910, a população de Cruzeiro do Sul contra o prefeito departamental escolhido para a região. Os juruaenses chegaram a pegar em armas para depor autoridade federal e ocuparam o poder por 100 dias.

O governo federal chegou a mandar tropas regulares para combater os revoltosos autonomistas. Mas o movimento do Juruá ficou isolado. Em 1913 movimento semelhante ocorreria no Purus. Em 1918 seria a vez da luta autonomista chegar ao vale do Acre, em Rio Branco, que protestou intensamente contra a manutenção daquela absurda situação de subjugação ao governo federal.

A segunda fase tem sua origem em 1934 quando o Acre alcança o direito de eleger dois deputados federais. A partir daí, com acesso ao Congresso Nacional, os acreanos pareciam ter a possibilidade de reverter à situação legalmente. Mas ainda não foi dessa vez. Apesar de a revolução de trinta ter alterado completamente os rumos da república brasileira, o Acre continuou sob o regime de território. A campanha contra isso é intensificada em 1957, quando o então deputado federal Guiomard Santos, ex-governador do território, apresenta o projeto de Lei de elevação a estado na Câmara.

Dessa data em diante tem início efetivamente a segunda fase do movimento autonomista. É formado o Comitê Pró-autonomia acreana para dar base de sustentação ao projeto de Lei. De 1957 a 1962, o Movimento Autonomista ganha muita força e os membros do comitê entram em intensa atividade.

Guiomard faleceu em 14 de março de 1983, no exercício de seu terceiro mandato como senador pelo Acre.

José Guiomard dos Santos faleceu em 14 de março de 1983, aos 75 anos, de broncopneumonia, no Rio de Janeiro.

(Fonte: Veja, 23 de março de 1983 – Edição n° 759 – DATAS – Pág; 131)
(Fonte: http://pagina20.uol.com.br/25032007 – POLÍTICA Por Tião Maia – Rio Branco-AC, 25 de março de 2007)

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