Jorge Dória, ator com uma carreira de quase 60 anos na dramaturgia.

0
Powered by Rock Convert

Jorge Dória (Rio de Janeiro, 12 de dezembro de 1920 – Barra da Tijuca, Rio de Janeiro, 6 de novembro de 2013), ator com uma carreira de quase 60 anos na dramaturgia, ficou conhecido principalmente pelos trabalhos na televisão, apesar de ter começado no cinema, ainda na década de 1940.

Atuou na versão original de A Grande Família (1972/75), sendo o responsável pela criação do personagem Lineu – hoje vivido por Marco Nanini -, e em novelas como Que Rei Sou Eu?, Rainha da Sucata e Quatro por Quatro.

Seu último papel em novelas foi em Malhação, em 2001, quando interpretou Carmello.

Jorge Pires Ferreira nasce no Rio de Janeiro em 12 de dezembro de 1920. Filho de militar, tem educação rígida, direcionada para seguir a tradição familiar, mas com a morte do pai opta por sua verdadeira vocação: o teatro. Passa a se assinar Jorge Dória, homenageando o amigo Leoni Dória Machado, com quem escreve As Pernas da Herdeira (1951), peça em que estreia como ator sob a direção de Esther Leão, na Companhia da vedete Zaquia Jorge.

Faz seu debut no cinema no filme Mãe (1948), dirigido por Theófilo de Barros Filho para a Cinédia. Baseado na radionovela de Giuseppe Ghiaroni, o filme é bem recebido e sua participação como advogado de defesa da protagonista, interpretada pela atriz Alma Flora, abre-lhe as portas para uma longa carreira cinematográfica. Estreia, em 1952, na Companhia de Eva Todor com a peça A Amiga da Onça, de I. Bekeffi e A. Stella, onde permanece por quase seis anos como ator fixo de Eva e Seus Artistas.

Em 1962 ganha o Prêmio Saci como ator coadjuvante por O Assalto ao Trem Pagador, de Roberto Farias, no qual contracena com Eliezer Gomes, Luíza Maranhão e Helena Ignez. Em 1964 participa de Asfalto Selvagem, de J.B.Tanko, ao lado de Jece Valadão, Vera Vianna e Nestor Montemar. O forte argumento, assinado por Nelson Rodrigues sobre incesto entre irmãos, torna o filme proibido pelo golpe militar. Com o amigo Flávio Tambellini, atua sob sua direção em O Beijo (1965), baseado na peça O Beijo no Asfalto, de Nelson Rodrigues, com Reginaldo Farias, Norma Blum e Nelly Martins.

Além de se firmar como ator de cinema, incursiona como autor de argumentos e roteirista de filmes importantes como Maior que o Ódio, de José Carlos Burle (1951); Amei um Bicheiro, de Jorge Ileli e Paulo Wanderley (1952); Absolutamente Certo! – a estreia de Anselmo Duarte na direção (1957) – em que assina o argumento com Jorge Ileli e Anselmo Duarte; Mulheres e Milhões, de Ileli (1961), com diálogos adicionais de Nelson Rodrigues e a presença de elenco feminino de peso: Norma Bengell, Odete Lara e Glauce Rocha. Em Bonitinha mas Ordinária, de J.P.Carvalho (1963), tem mais um encontro com Nelson Rodrigues, ao colaborar no roteiro na transposição da peça do polêmico dramaturgo para a tela grande.

No teatro destaca-se, em 1962, na peça Procura-se uma Rosa, de Vinicius de Moraes, Pedro Bloch e Gláucio Gill e direção de Léo Jusi. Em Os Pais Abstratos, de Pedro Bloch (1966), atua ao lado de Glauce Rocha e Darlene Glória, dirigido por João Bethencourt com quem firma parceria duradoura. Sob sua direção, aparece em Plaza suíte, de Neil Simon (1970); Chicago 1930, de Bem Hecht e Mac Arthur (1971); Freud Explica. Explica? (1973), de autoria do próprio diretor. Mas seu maior sucesso, também com Bethencourt, acontece com A Gaiola das Loucas, de Jean Poiret (1974), em que divide a cena com Carvalhinho em memorável desempenho, peça que fica quase seis anos em cartaz.

Com bom humor e sem preconceitos, participa de diversas pornochanchadas na década de 70, como Eu Transo, Ela Transa, de Pedro Camargo (1972); Como é Boa Nossa Empregada, de Ismar Porto e Victor di Mello (1973) e Um Varão Entre as Mulheres, de Vitor di Mello (1974).

Em televisão, começa ainda em programas ao vivo na artesanal TV Tupi dos anos 50, onde aparece em diversos teleteatros. Na mesma emissora, faz em 1970 E Nós, Aonde Vamos?, de Glória Magadan, ao lado de Leila Diniz e Márcia de Windsor, com direção de Sergio Britto. Em 1972, estreia na TV Globo no seriado A Grande Família, de Paulo Pontes, Oduvaldo Vianna Filho e Armando Costa, sob a direção de Paulo Afonso Grisolli. Seu personagem, o patriarca Lineu, encabeça o sucesso de pouco mais de três anos no ar, ao lado de Eloísa Mafalda, Osmar Prado, Djenane Machado e Luiz Armando Queiroz, e dá ao ator uma popularidade definitiva. Na telinha, aparece em seguida em O Pulo do Gato e Aritana (1978); Champagne (1983); Que Rei Sou Eu? (1989), em que vive o maquiavélico Vanolli Berval; Deus nos Acuda (1993); Zazá (1997) e Suave Veneno (1999).

Uma bem-sucedida parceria com Domingos de Oliveira no teatro dá sequência a excelentes oportunidades, como em Amor Vagabundo, de Felipe Wagner (1982); Escola de Mulheres, de Molière (1984), quando ganha o Prêmio Mambembe; A Morte do Caixeiro-viajante, de Arthur Miller (1986) e Os Prazeres da Vida, de autoria do próprio diretor (1987). Em 1993 volta a trabalhar com João Bethencourt, que assina o texto e a direção de O Senhor é Quem? Em 1999 montam juntos O Avarento, de Molière, espetáculo com o qual viaja por todo o país com um personagem sob medida para seus famosos “cacos” de improvisação.

Com a nova geração de diretores cinematográficos, roda O homem que Copiava, de Jorge Furtado (2002), e O Homem do Ano, de José Henrique Fonseca (2003).

Com uma vida rica de personagens e realizações, é um ator prestigiado e querido pelos colegas.

O ator passou os últimos nove anos recluso, de cama, devido a um derrame sofrido em 2006. Jorge Dória morreu em 6 de novembro de 2013, de 92 anos. Ele estava internado desde o dia 27 de setembro na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do Hospital Barra D”Or, na Barra da Tijuca, Zona Oeste do Rio de Janeiro.

(Fonte: http://www.funarte.gov.br/brasilmemoriadasartes/acervo/atores-do-brasil/biografia-de-jorge-doria – BRASIL – MEMÓRIA DAS ARTES – ATORES DO BRASIL)
(Fonte: http://diversao.terra.com.br/gente – DIVERSÃO – GENTE – 4 de Outubro de 2013)

Powered by Rock Convert
Share.